Saúde Ubatuba

População faz abaixo-assinado para ter UTI

Tamoios News
Foto: Divulgação

São mais de 8 mil assinaturas presenciais e 5 mil online

Por Raell Nunes

A população de Ubatuba está reivindicando, por meio de um abaixo-assinado, uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI) – adulto e neo-natal –  na cidade. Reivindica-se, também, um centro de hemodinâmica, hemodiálise, oncológico e mais um de referência de especialidades médicas.

A petição justifica-se pelo fato de Ubatuba ter por volta de 87 mil habitantes, sem contar com os veranistas e turistas que somam cerca de 1 milhão na temporada, e ter apenas um hospital, isto é, a Santa Casa. O problema é que a instituição ocupa um local antigo, com instalações pouco modernas.

Conforme os reivindicadores da UTI, por falta de equipamentos modernos, aparelhos para exames específicos, medicamentos caros e tratamentos especiais, pacientes morrem ou sofrem sérias consequências provenientes das enfermidades não tratadas devidamente.

Os que fazem o abaixo-assinado defendem que, mesmo com a dedicação dos funcionários da Santa Casa de Ubatuba, não é possível ter um respaldo médico que possa beneficiar a todos ubatubenses e turistas. Os bebês recém-nascidos prematuros, com complicações graves e outros pacientes em estado crítico têm problemas para serem transferidos.

De acordo com os idealizadores do movimento, já se tem cerca de mais de 8 mil assinaturas presenciais, e a online que já ultrapassa 5 mil. Todos os apontamentos e levantamentos feitos serão entregues e expostos em uma audiência pública na Câmara Municipal, que deve acontecer nesta segunda-feira (28), às 19h.

Prefeitura- A prefeitura enviou nota comentando a reivindicação da população.  Segundo o secretário de Saúde, Roberto Tamura, a implantação de uma UTI compõe uma das prioridades da gestão em 2018.

Tamura explica que, durante os primeiros meses de administração provisória determinada nos autos de uma ação judicial, que tramitou perante a 2ª Vara Cível da Comarca de Ubatuba, a secretaria de Saúde teve acesso a documentos que demonstraram ter havido diversos erros nas gestões anteriores, muitos por falta de técnica administrativa e conhecimento em gestão hospitalar que acarretaram perda de verbas públicas que chegaram a ser destinadas ao hospital com a finalidade da construção da UTI.

Alega que, tanto o Ministério Público, quanto outros órgãos de controle como Tribunal de Contas e Câmara Municipal já estão investigando tais fatos.

“Temos ao todo 12 meses conforme decreto número 6874/18 para esta realização, mas as tratativas junto ao estado estão avançadas e esperamos em um tempo inferior inaugurar nossa UTI. Sobre o abaixo assinado, vemos com bons olhos e apoiamos esta manifestação popular”, disse o Tamura..

Segundo ele, a falta de uma Unidade Intensiva foi também indicada como um dos motivos para que o governo municipal decidisse pela decretação de calamidade e requisição administrativa de bens e serviços, pois era inconcebível que o único hospital da cidade após todos estes anos e recursos públicos destinados não contasse com uma UTI, especialmente devido a essencialidade de tal equipamento que muitas das vezes é o diferencial entre a vida e a morte de um paciente.

Tamura informou ainda que, além da UTI, a requisição administrativa segue com cronograma de sanar outros importantes passivos, tais como liquidar ao menos em parte, os 82 milhões de déficit apurado no início de 2018, desinterditar totalmente as alas interditadas pela vigilância sanitária em novembro de 2017, moralizar o processo de eleição da provedoria e melhorar todos índices de mortalidade e infecção hospitalar que atingiram níveis alarmantes em janeiro deste ano.

1 Comentário

  • Só conseguimos transferir uma paciente em estado grave após ocorrência policial e uma determinação judicial.
    A Santa Casa se recusava a fornecer a guia de transferência da paciente para o convênio do IAMSP.
    Só foi possível a remoção através de liminar da justiça.

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