Causos e estórias Litoral Norte

Região Sul de Ubatuba já quis ser incorporada à cidade de Caraguá

Tamoios News

Movimento ocorreu na década de 40, liderado pela vereadora Maria Balio

Por Salim Burihan

Caraguá é uma cidade bem estruturada, mas com poucas praias. Ilhabela, São Sebastião e Ubatuba possuem uma diversidade muito grande de praias.

O interessante é que no passado, Caraguá, teve uma chance de “incorporar” parte das praias da região Sul de Ubatuba.

É que, na década de 40, segundo disseram moradores mais antigos, uma vereadora da costa sul de Ubatuba. teria liderado um movimento político para que bairros como a Lagoinha, Maranduba, Sertão da Quina e Caçandoca, entre outros, passassem a pertencer ao município de Caraguá.

Segundo consta, os moradores chegaram a fazer um abaixo assinado que teria sido entregue as autoridades locais, estaduais e federais, solicitando que esses bairros fossem incorporados ao município de Caraguatatuba.

Os moradores justificavam, na época, que eles “dependiam” de Caraguá para sobreviver. Boa parte dos serviços, como por exemplo, atendimento à saúde era feito no município vizinho.

Até mesmo, as compras de produtos eram feitas em Caraguá, entre eles, querosene, sabão, tecidos e mantimentos.

Os moradores alegavam que a região sul de Ubatuba ficava muito mais próxima de Caraguá, do que do centro de Ubatuba, por isso, reivindicavam a emancipação.

Os moradores do centro e costa norte de Ubatuba dependiam de serviços e do comércio de Taubaté. Para os moradores da costa sul ficava muito mais complicado irem até Taubaté..

Naquela época, o acesso aos centros das cidades de Caraguá e Ubatuba era feito a pé, a cavalo ou de canoa. Ainda não havia a estrada Rio-Santos.

Uma das pessoas que defenderam a emancipação dos bairros da região sul foi Maria Balio, a primeira mulher eleita vereadora em Ubatuba.

Maria era uma mulher “guerreira”, que conquistou muitas coisas para a região sul, onde morava.

Em 2012, os moradores do Sertão da Quina, Pedro dos Santos, na ocasião com 81 anos e Sebastião de Oliveira, com 85 anos, contaram ao meu amigo, jornalista Ezequiel dos Santos, que assinaram na época o abaixo assinado.

Eles contaram que a região sul dependia e muito de Caraguá. Segundo eles, um deputado estadual, cujo nome, não se recordavam  mais, ficou de apresentar o abaixo assinado na Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo.

Segundo os dois, o pedido não teria avançado porque o então prefeito de Ubatuba, Dr. Alberto Santos, preocupado com a manifestação iniciada pelos moradores, decidiu promover outro abaixo assinado, desta vez, com os moradores do centro para “impedir” que os bairros da região sul fossem integrados ao município vizinho (Caraguá).

Posteriormente, com o passar dos anos e, com a abertura da rodovia Rio-Santos, os bairros da região passaram a ficar “mais perto” de Ubatuba.

A abertura da estrada facilitou muito a vida dos moradores dos bairros da Maranduba, Lagoinha, Sertão da Quina, entre outros.

Costa Verde

Na década de 80, surgiu  outro movimento separatista, desta vez, encabeçado por empresários ligados ao setor imobiliário e condomínios fechados.

A proposta defendia a emancipação de bairros da costa sul de Ubatuba e bairros da costa de Caraguá para a criação de um novo município, entre Caraguá e Ubatuba

O novo município, cujo nome seria Costa Verde,  englobaria as praias Capricórnio, Massaguaçu, Cocanha, Mocóca e Tabatinga, de Caraguá e as praias de Ubatuba, situadas entre a Tabatinga e a Praia Dura.

A proposta que ganhou o apelido de “Principado de Mônaco do Litoral Norte”, não conseguiu ser viabilizada, apesar de ter sido encaminhada ao Congresso Nacional.

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