Esportes São Sebastião

“Só de pensar em viver longe do Canal de São Sebastião me dá arrepios”, diz Sibylle Buckup

Tamoios News
Foto: Rafael César

Descendente de alemães, Sibylle foi uma das responsáveis por trazer a classe Optimist para o Brasil

Por Rafael César, de São Sebastião

Com 78 anos e uma saúde de ferro, a ex-árbitra de vela, Sibylle Buckup Sulzbeck, leva uma vida tranquila no bairro de São Francisco, em São Sebastião. Ela foi uma das responsáveis pelo desenvolvimento da Vela no Brasil, participou da comissão de juízes da última Olimpíada e garante que o município pode revelar atletas para elite deste esporte náutico, se houver o investimento necessário.

Com um currículo extenso em comissões de regatas de vela, a Confederação Brasileira de Vela (CBVela) a reconheceu como árbitra habilitada e depois das Olimpíadas decidiu que não iria seguir com a carreira.

Em entrevista ao Tamoios News, Sibylle falou que só de pensar em viver longe do Canal de São Sebastião sente arrepios. “Vim morar em São Sebastião, pois sempre era chamada para participar de comissões de regatas que ocorrem na cidade vizinha de Ilhabela. Escolhi morar no município depois de uma dica que um amigo me deu. Ele falou sobre os problemas da travessia da balsa e que, morando em São Sebastião, eu teria uma bela vista do Canal das duas cidades. São quase 15 anos neste paraíso e não me vejo morando em São Paulo nunca mais”, contou.

Sibylle, que é descendente de alemães, foi uma das responsáveis por trazer a classe Optimist para o Brasil. Esta embarcação é voltada para crianças e adolescentes até quinze anos, por ser um modelo bastante leve e compacto. Grandes nomes da Vela como Robert Scheidt, Martine Grael e Bruno Prada iniciaram suas carreiras nesta categoria, que é considerada uma das classes mais populares da vela, e foi por meio dela que também surgiram os melhores velejadores do mundo.

Foto: Divulgação

Segundo informou, seria possível criar parcerias com proprietários de embarcações de náuticas locais para incentivar mais a pratica da modalidade olímpica dentro da cidade. Apesar do barco ter um custo, o vento, o mar e a praia são de graça e, por isso, a vela poderia ser mais popular do que é atualmente.

“Fizemos uma pequena regata com os jovens de São Sebastião no dia do aniversário do município, na praia Deserta. Para mim, esta regata marcou o renascimento da vela, pois nos últimos anos a classe ficou um pouco esquecida. Participar de uma comissão de árbitros é uma responsabilidade enorme, precisa ter muita atenção e noção de que vidas dependem de nós. Temos que ter muita seriedade”, concluiu a paulista.

Trajetória – Formada em Serviços Sociais pela Universidade Pontifícia Católica de São Paulo e depois em Marketing pela Universidade Getúlio Vargas, Sybille trabalhou durante muitos anos em setores de publicidade de empresas na capital do Estado. Na época em que competia, em todas classes, sempre ficou em colocações medianas. No entanto, em 1978 se saiu muito bem em uma regata no Rio de Janeiro e conseguiu uma das dez vagas para disputar o mundial na Holanda.

Ainda utilizando um pouco do aprendizado da graduação em serviços sociais, ela continua querendo elevar o intelecto fazendo um curso à distância de gestão de projetos, pretende conhecer melhor a informática e, se sobrasse tempo, escrever um livro sobre sua história. “Sempre que estudamos algum assunto agregamos mais sabedoria”, complementou.

A classe Laser é a que mais atrai praticantes, porém, a Optimist deveria estar no topo das modalidades. Ela explicou que esta classe é realmente a mais popular do mundo, com mais de 200 mil barcos produzidos, cuja principal característica é a simplicidade e o baixo preço.

Os barcos da classe Laser são tripulados por um velejador. É um barco bem veloz e pode planar em dias de vento forte. Ocorreu até o lançamento de uma classe chamada OpenBic, em parceria de uma empresa, mas o projeto não teve sucesso devido ao alto custo da embarcação.

O sonho de Sybille é ver um atleta sebastianense no topo das competições mundiais de vela. Mas sabe que é necessário o incentivo da administração para o esporte. Em sua concepção, o caiçara têm a proximidade e costume de viver junto com mar, desta forma estes futuros atletas descobrem os melhores ventos para a vela.

Foto: Rafael César

Deixe um Comentário

O Tamoios News isenta-se completamente de qualquer responsabilidade sobre os comentários publicados. Os comentários são de inteira responsabilidade do usuário (leitor) que o publica.

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.