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Sebastianense faz história e conclui trecho da Praia de Camburi até Alcatrazes

Tamoios News
Foto: Toni Nogueira /Divulgação. Ricardo e o arquipélago de Alcatrazes ao fundo

Ricardo Augusto Oliveira é o único a concluir trajeto de 40 km até o arquipélago

 


O nadador sebastianense Ricardo Augusto Oliveira conseguiu um feito histórico: nadar da Praia de Camburi, no continente até o arquipélago de Alcatrazes. Para isso, Ricardo nadou por 15 horas em mar aberto. Ele saiu às 18h de segunda-feira (2), e concluindo às 9h de terça-feira (3). Ele é o único a completar o trajeto que é um dos mais desafiadores do país no local que é a segunda maior biodiversidade do Brasil equiparada a Fernando de Noronha e Abrolhos.

“Foi um treinamento muito duro com meu treinador, o Álvaro Coleone. Foi bem difícil, travessia com lua cheia, água limpa e vários cardumes nos acompanhando. Fui picado por muitas águas vivas, fiz várias paradas, em algumas não me senti bem, com náuseas, mas faz parte, o desafio é muito grande. Quando o sol apareceu no horizonte a energia só aumentou e aquele gás final veio para completar o percurso com uma hora de antecedência. Nas horas ruins a cabeça acaba comandando e não deixando desanimar”.

Ricardo fala que não é um velocista, e para conseguir vencer esse desafio ressalta ser importante manter não apenas o condicionamento físico, mas também mental. “O equilíbrio emocional é fundamental”.

Essa não é a primeira vez que completa o trajeto. “Fiz o percurso em 2016 e 2017. É um dia especial e que tem o objetivo de fomentar a prática”. Porém, para Ricardo, toda a superação na conquista, pode ser em vão, caso não sirva para estimular outros. “É muito bom vencer este desafio, mas se não servir para atrair outros, perdemos, não vale de nada”, considera.

Ricardo ao centro, sem camisa e de sunga, com equipe de apoio no veleiro Endurance após completar o trajeto

Já no ano passado, ele já havia organizado e participado da ‘Volta à Nado de Alcatrazes’ – o primeiro evento de natação desde a reabertura do Arquipélago situado próximo à São Sebastião, que ficou fechado por mais de três décadas para exercícios de tiro pela Marinha do Brasil. “Desde que cheguei em Camburi, 20 anos atrás, fiquei com muita vontade de ir até Alcatrazes, mas era proibido, então pensei em ir a nado e consegui”, revela.

Na ocasião, no fim de dezembro, Ricardo e mais seis grandes atletas da história da Maratona Aquática do país foram no veleiro Endurance e nadaram pela primeira vez em volta do arquipélago totalizando 7,5km de travessia. Entre os nadadores, Igor de Souza, que até o ano passado foi o treinador da Seleção Brasileira de Maratona Aquática e comandou Poliana Okimoto à conquista da Medalha nos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro, também bicampeão Mundial de Maratona Aquática em 1996 e 1998 e um dos três brasileiros no Hall da Fama da Federação Internacional de Natação, a FINA, junto com Maria Lenk e Abilio Couto.

A Volta à Nado contou ainda com outros nomes como Marta Mitsui Izo, paulista e que detém recorde da travessia do Canal da Mancha no revezamento 4×4 em 2011 com mais três brasileiras e que também nadou a travessia em Nova York por quase 200km.

Ricardo Augusto de Oliveira tem 50 anos, e foi o idealizador, organizador e anfitrião desta primeira Volta à Alcatrazes, morador de São Sebastião há mais de 20 anos, surfista e nadador, começou a nadar longas distancias em 2009 e depois de sofrer um naufrágio nas ilhas FIJI quando teve que nadar por mais de quatro horas para salvar outras pessoas do barco. Após este feito não parou, nadou para todas as ilhas do município – ilhas das Couves, Toque Toque, Gatos,  Montão de Trigo, participou de quatro edições da 14 Bis e foi o primeiro e único homem a nadar 40k de Camburi até Alcatrazes.

“Sou o único que fiz esse trecho, mas adoraria que outros atletas topassem e fizessem. Não é só uma das travessias mais bonitas como desafiadoras, e um grande teste para uma das maiores provas de maratona aquática do mundo que é a temida travessia do Canal da Mancha que liga a Inglaterra e França. Meu objetivo com essa travessia foi não só desafiar meu corpo, mas também divulgar que é possível e buscando fomentar também o turismo na região que é umas das mais belas do país. Alcatrazes é deslumbrante e muito rico em fauna marinha”.

Divulgação

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