Cidades São Sebastião

Troca de empresa atrasa exames na cidade

Tamoios News
Divulgação. Dono da Ecorad afirma que contrato com Prefeitura está ainda em vigência

Prefeitura afirma que novo contrato reduziu valores pagos

 


Por Leonardo Rodrigues

A troca de empresa responsável pela realização de exames de pacientes encaminhados pela Secretaria de Saúde (Sesau) de São Sebastião acarretou em atrasos. A então responsável, Ecorad diz que só pode atender pedidos feitos pelos médicos dos Postos de Saúde se as guias estiverem autorizadas pela Central de Regulação, na Sesau. O que não estaria acontecendo, já que a Prefeitura realiza uma transição de empresas responsáveis pela realização de exames.

De acordo com o Governo Municipal, foi realizada recentemente uma licitação para a aquisição de exames radiológicos e a empresa Cadi foi à vencedora do certame. Segundo a Prefeitura, este novo contrato reduziu significativamente os valores pagos anteriormente, chegando a quase 500% de redução em alguns procedimentos. Por exemplo, tomografia de coluna cervical onde o Município pagava R$354,84 e passou para R$ 67,32. Para se ter ideia, o valor global do contrato passou de R$ 3.241.369,00 para R$ 1.501.463,35.

Em relação aos exames, a Prefeitura diz que a Secretaria Municipal de Saúde está em um processo de “readequação das agendas” para a total migração das solicitações feitas entre a empresa que prestava serviços anteriormente (Ecorad) e a nova empresa vencedora da licitação que, segundo informou à Sesau, vem realizando exames por meio de um mutirão de atendimentos na tentativa de sanar a lista de espera, por exemplo, dos exames de ultrassonografia e mamografia, totalizando 170 exames.

Já os exames de raio-x continuam sendo realizados pela empresa anterior e estão sendo direcionados gradualmente à Cadi.

A Sesau informou ainda que a demora na realização de exames de endoscopia e colonoscopia, feitos pela empresa Ecorad, está em atraso, já que a própria empresa teria alegado não ter profissional para a realização destes exames, que hoje totalizam 130. Esta informação é passada à Central de Regulação do Município e a Secretaria de Saúde informa que está em tramitação um novo processo licitatório para sanar, de vez, o problema.

O assunto chegou ao Poder Legislativo, onde o presidente da Casa de Leis, Reinaldo Alves Moreira Filho (PSDB) considerou que a Ecorad praticava “preços abusivos”, e que o Conselho Municipal de Saúde de São Sebastião (Comuss) já havia apontado “superfaturamento nos preços” de exames.

Outro lado – A reportagem procurou Edson Cardin Nogueira, proprietário da empresa Ecorad, que afirmou existir um contrato vigente com a Prefeitura, e o Hospital de São Sebastião, que teria sido prorrogado pelo prefeito Felipe Augusto até o mês de março, mas que não estaria sendo respeitado, já que o encaminhamento de exames à empresa reduziu drasticamente.

“Para se ter uma ideia fizemos cerca de 90 mil exames no ano passado. Diariamente realizávamos de 90 a 150 exames”, contabiliza Edson. Ele considera que este novo processo licitatório não poderia entrar em vigência com um contrato ainda vigente. “Fizeram uma licitação perto das festas de fim de ano. O caderno licitatório deixou muitas dúvidas, e pode ter ocorrido certo beneficiamento. Por isso mesmo, acionamos a Justiça, o Tribunal de Contas, para analisar essa questão”, comenta ao considerar ter sido prejudicado.

Perguntado se sua empresa estaria praticando preços abusivos, Edson explica que os preços cobrados ao Município foram definidos há quase seis anos, quando ganhou licitação e tem o contrato até março deste ano. “Os preços foram definidos com o que se praticava no mercado na época da licitação. Isso há mais de cinco anos. Depois de tanto tempo, claro que os preços são outros. Mas houve uma licitação, e ganhamos, este contrato ainda está em vigência e não estamos sendo respeitado”.

Segundo Edson, quando houve processo licitatório em que sua empresa saiu vencedora existia escassez em alguma especialidades. Situação essa que elevou alguns preços. “Depois de tanto tempo, a situação mudou, e o mercado, os preços são outros. Mas o que é cobrado é o que foi apresentado em licitação”, fala.

Quanto ao Comuss ter também apontado superfaturamento nos preços cobrados pela Ecorad à Prefeitura, Edson demonstra estranheza. “Há quatro anos sou conselheiro do Comuss, faço parte, e nunca me falaram nada. Nunca tomei ciência disso”, afirma.

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