Ubatuba

Moradores protestam por abandono e situação crítica de rua no bairro do Taquaral, em Ubatuba

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Raell Nunes
Raell Nunes

Moradores protestaram por situação precária de via do bairro, em Ubatuba

Residentes da Rua Maria Benedita Conceição já sofreram acidentes, tiveram prejuízo financeiro e dificuldades de locomoção

Por Raell Nunes, de Ubatuba

Dezenas de moradores do bairro do Taquaral protestaram no sábado (5) contra o abandono e estado crítico da Rua Maria Benedita Conceição. Os manifestantes, que se organizaram pelas redes sociais, caminharam pela via com cartazes que levavam frases como “A rua tem mais buraco que a lua”, “Socorro”, “Bairro esquecido”, entre outros.

De acordo com relatos, muitas pessoas sofrem, principalmente quando chove forte e surgem as enxurradas, que levam areia, pedra, lixo e muita água às casas. A via, que possui cerca de um quilômetro, conta ainda com uma subida de aproximadamente 70 metros, que traz mais dificuldades aos mais idosos.

Conforme os populares, há acidentes constantes na via, como as quedas, já que o excesso de pedras, barro e vários buracos, gera instabilidade. Os munícipes dizem que têm prejuízo financeiro com seus carros e motos, que quebram com frequência, devido às condições precárias do caminho.

A presidente de associação Reviver Taquaral, Albertina Sisla, afirmou que o ônibus que subia e levava o pessoal mais perto de suas casas, não consegue mais fazer o percurso desde dezembro do ano passado.

“Temos idosas que fazem compras e são obrigadas a subir essa rua a pé, pois o ônibus não vem até em cima. As crianças vão à escola e precisam descer e subir todo esse trecho. Fizemos vários contatos com a prefeitura. Infelizmente, eles alegam que outros problemas na cidade têm prioridade”, acrescentou.

A jornalista Aline Rezende criou uma página numa rede social para revindicar melhorias. O público aceitou bem a ideia e começou a participar postando fotos e vídeos de situações e ações que envolvem a rua.

Acidentes, dificuldades e prejuízos

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Ter um carro em uma rua com essas condições não é muito vantajoso para uma família. É assim que pensa a educadora ambiental Maria Luiza Camargo,41. Para ela, é um desafio subir a rua, que mais parece um morro, e ainda bater com a parte de baixo do carro no chão. “Quero comprar automóvel novo, mas não dá”, disse. Ainda explica que leva muito tempo para subir desviando de buracos e quando chove tem muito medo de acidentar-se.

Maria Luiza teve sorte, visto que nunca sofreu um acidente. Diferente de Angélica que já se acidentou com a sua moto. Ela disse que teve ferimentos leves e conta sobre os prejuízos financeiros. “Troquei várias peças da minha moto já. Esses defeitos na rua desgastam o meu veículo, que uso pra ir trabalhar”.

Dora Maria Auxiliadora, 60, também foi vítima da rua. A idosa já tem um problema de saúde na cervical que a faz caminhar com dificuldade. Mesmo assim, ela anda na via para exercer a profissão de manicure, de casa em casa. Sofreu dois acidentes. Em um, ela escorregou nas pequenas pedras e cortou o joelho esquerdo. Já no outro, feriu o joelho direito e levou quatro pontos.

Com a ajuda dos vizinhos, Darci Pereira Gonçalves, 74, fez uma barreira com pedra na frente da sua residência, em razão de enxurradas d´água provocadas pela chuva. “Moro nesse lugar há 30 anos e sempre foi com muita luta”, completou.

Vaneide de Oliveira Silva, 40, conta a mesma situação da idosa Darci. Falou que mora sozinha e quando chove fica sem dormir a noite, com um rodo na mão jogando a água fora e muito preocupada com a sua vida em risco.

Mãe de três filhos e esperando mais um, Roberta Priscila Mesquita da Costa, 32, disse que a sua maior preocupação é na hora da escola. “Meus filhos levantam às 5h30, quando ainda está escuro, para pegar o ônibus lá pra baixo às 6h. Lamentável isso. Parece que fomos abandonados”. Ela ainda relatou que existem muitas gestantes e mães com a mesma preocupação.

Um jovem que reside em uma casa na rua em estado crítico contou um pouco da sua indignação. Victor Duarte da Silva, 25, nasceu e foi criado no bairro do Taquaral. Segundo ele, o lugar nunca esteve tão abandonado. “O máximo que acontece aqui é uma drenagem com uma máquina e depois nunca mais voltam. Aqui não tem buraco na rua, tem rua no buraco”, afirmou.

A reportagem tentou contato com a prefeitura, mas até a publicação da matéria não obteve retorno. 

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