Turismo Ubatuba

Ilha das Couves sofre com “turismo predatório” e meio ambiente pode ser afetado

Tamoios News
Superlotação durante o verão coloca em risco a fauna e flora marinha Fotos: Divulgação

Transporte irregular feito por alguns barqueiros da região também é preocupante

 

 

Por Raell Nunes

A paradisíaca Ilha das Couves, que por muito tempo permaneceu escondida no Litoral Norte, agora é alvo de uma superlotação de turistas e uma possível degradação ao meio ambiente. Um lugar de água cristalina e rico em vida marinha, mas com um “turismo predatório” e falta de fiscalização. Cerca de 2 mil pessoas visitaram a ilha na primeira semana do mês de janeiro. Com este excesso de pessoas, o local pode ser afetado. Pensando em diminuir os riscos, o Ministério Público Federal (MPF) tenta limitar o número de pessoas na área.

Outra preocupação é o transporte irregular feito por alguns barqueiros da região. Segundo depoimentos, alguns barcos não têm estrutura e levam os turistas sem nenhuma segurança, como o colete salva-vidas. Conforme um ofício do vereador Bibi (PMDB) encaminhado ao prefeito de Ubatuba, Décio Sato (PSD), a ilha sofre com excesso de ocupação e falta de planejamento. Sendo assim, causa-se um desequilíbrio ao meio ambiente devido ao intenso fluxo de turistas.

O peemedebista ainda diz que é preciso urgentemente criar um “Plano de Uso Racional da Ilha das Couves”. O legislador alega que o planejamento, além de potencializar a atividade econômica, trará a devida proteção à natureza.

“É um lugar encantador”, diz a turista de São Paulo Marília dos Santos Gomes, 43. Ela também comenta que falta mais responsabilidade dos visitantes, como recolher o próprio lixo. “A água é transparente, linda. E tem gente que joga saquinho de salgadinho. Assim não dá”, conclui.


Um ponto de partida importante para ir à ilha é feito pela Vila da Picinguaba. No entanto, a vila vem sofrendo com falta de estacionamento para carros e falta de estrutura para atender os turistas. A praia da localidade está constantemente na lista da Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (CETESB) como praia imprópria para banho.

A travessia para ilha também é feita em outros pontos de Ubatuba, como Saco da Ribeira e Itaguá. Existem embarcações que cobram de R$ 10 a R$ 15, mas outras, que muitas vezes são clandestinas, colocam um preço de R$ 50 ou até mesmo R$ 70 ou R$ 100.


Estudos – Segundo a Prefeitura, um estudo está sendo desenvolvido para identificar os impactos nocivos e propor soluções e alternativas para o problema. Este estudo técnico tem a colaboração do Ministério Público Federal, Instituto Florestal, Secretaria Estadual de Meio Ambiente, IBAMA e APA Marinha.

Para a Administração, é primordial saber o ponto de equilíbrio entre a visitação turística e a preservação. Estão previstos também estudos da fauna marinha e continental, da flora, sócio econômico dos visitantes, da logística, da segurança das embarcações, etc..

A Companhia Municipal de Turismo (Comtur) enviou proposta de implantação do estacionamento rotativo à administração do Parque Estadual da Serra do Mar, como forma de ajudar no disciplinamento do trânsito local, mas infelizmente não obtivemos êxito neste primeiro momento e necessitaremos de ajustes com foco a implementação no próximo verão.

De acordo com a Prefeitura, a área da praia da Picinguaba está inserida nos limites do Parque Estadual da Serra do Mar – núcleo Picinguaba, assim a fiscalização é de responsabilidade da administração do Parque e da Policia Militar Ambiental. A Prefeitura atua complementarmente, sempre que há uma denúncia ou constatação de irregularidade.

Dois monitores ambientais foram deslocados para a ilha, dentro do programa “Verão no Clima”. Isso é possível através de parceria com a Secretaria Estadual de Meio Ambiente, para trabalharem durante a alta Temporada, a educação ambiental dos visitantes em vários aspectos, mas com foco principal, nos resíduos sólidos.

1 Comentário

  • Fiquei chocada com que vi na Ilha das Couves e mais chocada ficou uma amiga alemã que foi nadar e verificou a quantidade de plástico junto aos peixes coloridos próximos à ilha. Que tragédia! Se faz necessário uma ação URGENTE do poder público! Não pode ser que não consigamos preservar tamanha beleza. Saímos de lá tristes…

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