Quinze anos após a última realização da tradicional Regata de Canoas em Barra do Una a praia, localizada na Costa Sul da cidade, voltou a ser movimentada pela competição que leva o nome de um morador tradicional do bairro, Carlos Villar. O evento reuniu provas de canoa caiçara, stand up, caiaque kids e beach tennis. De acordo com a organização, mais de 300 desportistas participaram das competições.
João Carlos Villar é filho de Carlos Villar, morador de Barra do Una e o grande homenageado do evento. “Para nós saber que este evento carrega o nome do meu pai é uma alegria muito grande já que ele sempre gostou muito destas manifestações culturais e artísticas”, disse.
A professora Elizabete Dagostini também elogiou o retorno da competição. “Estamos vendo a Barra do Una se movimentar novamente. É muito bom saber que isso está sendo feito. Para nós um orgulho muito grande saber que as tradições caiçaras não serão esquecidas”, destacou.
O evento também atraiu atletas da região. Eduardo Salinas e Manoel de Carvalho, de Ilhabela, conquistaram a terceira colocação por dupla na prova de Canoa Típica com dois remos. Outro esportista ilhéu, Ari de Carvalho, também participou das provas, mas não conseguiu pódio.
O prefeito sebastianense, Felipe Augusto participou da entrega dos troféus aos campeões na categoria canoa caiçara e enfatizou a importância da retomada do evento para o bairro do Una. “A Prefeitura de São Sebastião está empenhada em apoiar todas as manifestações positivas da cidade e esta é, sem dúvida, mais uma delas e a partir de agora vamos incluir este evento no calendário oficial da cidade”, afirma.
Lucio Costa, um dos organizadores da competição ressaltou a alegria, satisfação e empenho para dar continuidade à regata. “Queremos preservar a memória da região, resgatar uma tradição de muitos anos que parecia perdida no tempo”, comenta.
Costa cita a tradição local, e dificuldades da época, em que a prática do uso de canoas era parte da vida do pescador e que deu origem à competição. “Lá por volta de 1975, quando a estrada era um corredor de areia – e lama – entre as praias, além do oleoduto, quando mal chegava a energia elétrica, quando a comunicação era restrita a um posto em Juquehy e o rádio do Iate Clube; quando a pesca era artesanal e quando tudo era simples e complicado ao mesmo tempo, algumas pessoas de espírito empreendedor arregaçaram as mangas para que a regata tradicional se tornasse um evento notável”, destaca.
Ele relaciona ainda o envolvimento dos pioneiros na competição, e ressalta a participação de cada um que contribuiu para o fomento da tradição caiçara. “Carlos Vilar, pioneiro que acreditou e investiu no potencial turístico da região, foi um destes que não mediram esforços. Juntamente a Adolf Fuhrhausser, dono do hotel Canoa, com seu conhecimento técnico e métodos germânicos. Oscar Munhoz, apaixonado por Barra do Una e sua história. Dr. Laio, dedicado ao cultivo de orquídeas e à preservação ambiental. Plínio Baccarin, com seu senso prático e soluções eficientes. Também queremos lembrar o empenho de Carlos Antunes, o homem das sete artes; Flávio Quirino e sua incrível habilidade culinária; Dag, com sua capacidade de síntese e liderança; e João Vilar, herdeiro do empreendedorismo do pai e companheiro de todas as horas”.