Cultura São Sebastião

Fé e devoção marcam festa de São Sebastião

Tamoios News
Foto: Jorge Mesquita

Por Ricardo Hiar, de São Sebastião

Uma festividade alegre, intensa e embasada em fé e devoção. Assim pode ser definida a festa do padroeiro São Sebastião, na cidade do litoral paulista que leva seu nome. A cada mês de janeiro, milhares de fiéis e simpatizantes da festa aproveitam a programação, religiosa e festiva, do santo é representado historicamente como alguém que lutou pelos direitos dos cristãos.

Na edição de 2017, a tradicional missa também será realizada na Rua da Praia. A celebração campal acontecerá após procissão, que sairá às 17h da Igreja Matriz. A novidade nesta edição é que a programação musical de Verão será voltada à festa religiosa, durante o fim de semana do padroeiro.

Nesta sexta (20), a atração será o show de lançamento do CD “Minha Segurança”, produzido pelo padre Elimar Azevedo, o pároco local. Já no sábado (21), quem se apresenta ao público da cidade será a banda Melodia dos Anjos.

Além disso, seguiu até o dia 19 a tradicional novena – que depois é estendida por todo o ano, sempre no dia 20 de cada mês.

Atrações

As comemorações também incluem outras atividades culturais e até esportivas. No domingo (22), os atletas e amadores da corrida de rua terão a oportunidade de participar da corrida ou caminhada do padroeiro. Com percurso no Centro Histórico, a largada será em frente da Matriz, às 8h. No mesmo dia haverá uma grande encenação sobre a história de vida do padroeiro. Mais de 150 atores estão envolvidos na montagem, que será aberta ao público na Rua da Praia, a partir das 20h30.

A cada noite, dentro das festividades, há sorteios de prêmios nas barracas da paróquia. Além de gastronomia variada, são disponíveis bingos e outras atrações. Os prêmios esse ano incluem um veículo 0km, duas motos e valores em dinheiro, que chegam a R$ 2 mil.

Foto: Jorge Mesquita

A evolução da festa

Elisete Steiner, nasceu em São Sebastião e mora no Porto Grande. Aos 61 anos, ela diz que acompanha desde criança a festa de São Sebastião e lembra como o evento cresceu ao longo do tempo.

“Sou devota desde pequena dessa festa. Conheço desde que tinham as barracas em volta da igreja”, relembrou. Ela conta que participa desde a infância da festa e acha importante as novas gerações participarem e não deixarem essa tradição morrer.

Ela conta que no passado, a festa acontecia ao redor da igreja, onde eram instaladas as barracas. Com o tempo, tudo foi crescendo, mais pessoas participando, até que foi preciso buscar um novo espaço para as comemorações. “Era sempre em frente da igreja, mas foi aumentaod muito o povo. A igreja e a praça não aguentavam. Os bingos sorteavam bolos, pães, frango assado. Apesar da mudança, a tradição da festa era a mesma”, completou.

A sebastianense acredita que a festa não vá morrer. “Cada vez aumenta mais. Muitas pessoas de fora, devotas, que vem para essa festa. Acho muito legal continuar essa devoção ao santo”, completou.

Devoção

“Tenho essa devoção porque por intercessão dele alcancei graça incrível”, comenta Elisete, sobre São Sebastião. Ela conta que o filho precisou de um transplante de córnea e ficou anos na fila. Até que ela levou essa causa para a novena de São Sebastião. “Alcancei essa graça. Ele levou anos para conseguir. Hoje ele enxerga mais com o olho que recebeu o transplante, do que outro. Por isso não posso deixar de agradecer e glorificar a graça alcancaçada pela intercessão desse santo. É muito importante que as pessoas confiem, para que aconteça”, completou.

Um mártir cristão

O dia de São Sebastião é comemorado oficialmente no dia 20 de janeiro. O mártir e santo católico nasceu em Narbonne, na França, mas ainda criança se mudou com a família para Milão, na Itália. Conforme relatos históricos, Sebastião foi um soldado do exército romano durante o ano de 283 d.C., seguindo a carreira do pai.

Na atividade, chegou ao posto de capitão da guarda, na época do imperador Diocleciano. Este, por sua vez, não sabia até então que Sebastião era cristão e de que não participava dos cultos romanos.

Sebastião mantinha uma conduta calma com os prisioneiros cristãos. Muitas vezes chegou a visitá-los e levar alimentos e prestar cuidados. Conforme alguns relatos, ele já teria se alistado com o objetivo de prestar ajuda e fortalecer o coração dos cristãos, que tanto sofriam pelas perseguições. Esse modo de agir fez com que fosse considerado um traidor e o imperador Maximiano ordenou que negasse sua fé em Cristo. Com a recusa, foi julgado e condenando a uma morte lenta e cruel, a flechadas.

 Tiraram suas roupas, o amarraram num poste no estádio de Palatino e lançaram suas flechas sobre ele. Ferido, deixaram que ele sangrasse até morrer.

Apesar disso, seu corpo foi encontrado ainda com vida por uma cristã devota, chamada Irene. Ela o levou para casa e cuidou de seus ferimentos. Sebastião voltou a se apresentar ao imperador, pedindo uma trégua aos cristãos. Ele, ao contrário, ordenou seu espancamento até a morte. Seu corpo foi então jogado numa fossa, para que não fosse encontrado. Antes do martírio, porém, ele avisou para Lucina, outra cristã, que resgatou seu corpo e o sepultou nas catacumbas junto aos apóstolos.

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