Por Lucelmo Lacerda
O Transtorno do Espectro do Autismo – TEA é uma condição que atinge 1 em cada 45 crianças, é mais comum entre crianças do que diabete e câncer, por exemplo, muito embora o diagnóstico seja muito difícil de conseguir em nossa região.
Nos últimos tempos surgiram movimentos organizados, acima de qualquer disputa político-partidária, com o objetivo de lutar pelo direito dessas crianças. Em Ubatuba há a Associação de Pais de Pais do Espectro Autista de Ubatuba – APEAU, e o Projeto Mamute, em Caraguatatuba o Grupo de Mães de Autistas de Caraguatatuba – GMAC e em São Sebastião surgiu o Núcleo de Atenção ao Transtorno do Espectro do Autismo – NATEA, que não é limitado à cidade, mas tem uma atuação que pretende ser encontro entre a demanda dos pais e pessoas com autismo e a pesquisa científica.
O movimento Pró-Autista de todo o Litoral Norte, reunido no começo do ano, definiu 10 metas para a inclusão da pessoa com autismo, que apresento aqui e tratarei em outros artigos em sequência:
10 METAS PARA A INCLUSÃO DA PESSOA COM TEA NO LN
Curto prazo
- Formação de pessoal escolar para a inclusão das pessoas com autismo
- Treinamento de ADIs e professores de creche para identificação de sinais de risco para autismo e consequente encaminhamento;
- Adoção de um protocolo ativo de diagnóstico por parte dos clínicos;
- Adoção de uma política efetiva de diagnóstico – convênio com centro de referência ou contratação de equipe multidisciplinar especializada
- Políticas de cultura, esporte e lazer para pessoas com autismo
6. Atenção da Promoção Social para com as famílias de pessoas com autismo;
Médio prazo
- Aplicação de política de inclusão com programas coordenados por Terapeutas Comportamentais e implementados por Acompanhantes Terapêuticos treinados;
- Programa de terapia com treinamento de pais nos moldes do CAIS-USP;
Longo prazo
- Clínica Escola com Intervenção Intensiva Precoce e Atendimento Educacional Especializado de pessoas com autismo em inclusão e para escolarização daqueles matriculados exclusivamente na Educação Especial;
- Criação de um centro de convivência para pessoas com autismo com atividades e orientação laboral.
Só para finalizar esta apresentação, estamos falando em pouquíssimo dinheiro público, o fundamental é vontade política e aplicação do conhecimento na política pública.