Caraguatatuba Educação

Implantação do projeto ABA para autistas em Caraguatatuba anunciado em 2017 ainda não saiu do papel

Tamoios News
A coordenadora do GMAC, Barbara, com seus filhos Foto: Arquivo Pessoal

A prefeitura informou que busca profissionais devidamente qualificados para sua aplicação

Por Simone Rocha

Em outubro de 2017, o prefeito de Caraguatatuba Aguilar Junior, na presença de demais autoridades e apoiadores da causa autista, se reuniu com o Grupo de Mães de Autistas de Caraguatatuba (GMAC) para anunciar que seria adotada a Análise do Comportamento Aplicada (ABA – Applied Behavior Analyses), no município. “A ABA é uma abordagem científica baseada em evidência ampla que pode ser usada em diversas situações, porém, vem ganhando cada vez mais destaque na educação especial, principalmente nos casos de transtornos do espectro autista (TEA)”, explicou na ocasião o psicólogo Marco Siqueira.

Um dos incentivadores da ABA, que inclusive participou da adaptação das técnicas para Caraguatatuba na época, o professor e doutor, especialista em autismo e inclusão, Lucelmo Lacerda, alerta sobre a urgência de implantação da ABA. “Esse conjunto de técnicas permite ensinar pessoas com autismo a se portar em ambientes públicos, para diminuir atitudes e ações inadequadas como a agressividade e da maneira que foi adaptado para Caraguatatuba, não iria trazer gastos aos cofres públicos. Na minha opinião ainda não foi implementado por falta de uma visão de que a ciência é um referencial que pode nos orientar na intervenção com as pessoas com autismo”, desabafa o professor.

Para a coordenadora do GMAC, Barbara de Almeida, que tem três filhos, sendo dois autistas, para que aconteça essa técnica é preciso entender a individualidade de cada caso. “Sem um profissional que entenda isso a ABA realmente nunca irá sair do papel. A intervenção deve ser o mais precoce possível, não podemos perder tempo. Desde 2017 estamos na expectativa da implantação da ABA. Todos os pais e responsáveis por crianças autistas de Caraguatatuba aguardam ansiosamente o dia que a ABA seja implantada”, declara a coordenadora. Segundo Barbara, o Instituto de Desenvolvimento de Gestão, Tecnologia e Pesquisa em Saúde e Assistência Social (IDGT) ficou de criar uma comissão para colocar em prática a ABA. “O grupo foi formado, mas apenas eu, uma outra representante do GMAC e o vereador Evandro estivemos presentes em todas as reuniões”, relembra Barbara.

 

Representantes da GMAC     

Prefeitura

Questionada por que a ABA não entrou em funcionamento desde que foi anunciada, em 2017, a prefeitura informou que busca profissionais devidamente qualificados para sua aplicação, pois os dois psicólogos que estavam colaborando com a formulação do Projeto Tudo Azul, na qual a ABA estava inserida, não compõem mais o grupo de servidores públicos.

Sobre a expectativa que gerou nos pais ao anunciar o projeto, a prefeitura explicou que os estudos ainda não cessaram e técnicos vêm participando de formações e que em nenhum momento foi negada a intencionalidade de se desenvolver a análise do comportamento aplicada como “carro chefe”, no entanto, ainda estão sendo dispensados esforços nas áreas técnica, financeira e jurídica para a viabilização de uma melhor proposta para Caraguatatuba e por isso ainda não há previsão de implantação do método ABA.

 

Anúncio da implantação da ABA em 2017