Recurso da escola do Pontal da Cruz foi indeferido por unanimidade
Por Leonardo Rodrigues
A Associação Sebastianense de Entidades Carnavalescas (Asec) indeferiu o recurso do Grêmio Recreativo Escola de Samba Ki Fogo, que tentava revogar a última decisão da associação que deu o título do Carnaval 2018 à X9 do Canto do Mar.
Em sessão ordinária na noite dessa quinta-feira (8), o recurso referente a multa e a punição à Ki Fogo foi indeferido por unanimidade pelo conselho de representantes das escolas de samba. A votação se deu em assembléia ordinária que julgou os procedimentos das entidades envolvidas em atos que possam ter infringido o Estatuto e Regulamento da Asec no desfile deste ano.
A Ki Fogo entrou com recurso para revisão do resultado do Carnaval, que em um primeiro momento deu o título à escola do bairro do Pontal da Cruz, mas depois declarou a X9 Canto do Mar como a campeã. A perda do título se deu por não ter desfilado na apoteose. No recurso apresentado pela Ki Fogo, a escola justifica que teria recebido orientação do presidente da Asec, João Roberto Alves, para não levar a escola à avenida.
O presidente da Ki-fogo Willer Borges apresentou formalmente recurso à Asec, em uma reunião extraordinária, que teve a participação dos presidentes das agremiações, na Secretaria de Turismo (Setur) no início do mês. Acompanhado de um advogado, Willer avaliou ainda que os 5 pontos que foram tirados da escola como punição por não ter desfilado a apoteose, deveriam refletir apenas no desfile do próximo ano.
“Arrancaram o título de nossas mãos. Queremos apenas que se cumpra o regulamento”, diz o presidente da escola que completa 40 anos este ano.
A reportagem procurou o presidente da Asec, João Roberto Alves, que confirmou a manutenção do título à X9 Canto do Mar, mas ressaltou que a decisão não foi sua. “O indeferimento foi decisão dos conselheiros. O presidente da associação só acata o que eles (presidentes das escolas de samba) pedem”, comentou ao queixar-se que “tudo” se torna culpa do presidente da associação.
Roberto nega também que tenha orientado a Ki Fogo não desfilar a apoteose. “Até porque isso não pode ser decidido por mim. O regulamento permite o cancelamento da apoteose em duas circunstâncias: Defesa Civil decretar a cidade em estado de calamidade pública, ou a decisão vir pelo presidente da escola com o prefeito”, observa.
Às outras – Mas as punições estabelecidas pela associação não recaíram apenas à Ki Fogo. Outras escolas também perderam nota por envolvimento em confusões na apuração do desfile, no dia 12 de fevereiro.
De acordo com a Asec, as escolas Acadêmicos do São Francisco e Mocidade da Topolandia perderam cinco pontos, pelo envolvimento em confusões. “Todas as escolas que se envolveram em tumulto perderam cinco pontos e 10% da verba destinada para o ano que vem”, explicou Roberto.
Com a reunião da Asec nessa quinta-feira (8), o Desfile do Carnaval 2018 chega enfim, a um desfecho.