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Os Colecionadores: Sapos são atração turística em Caraguá

Tamoios News

Bastou a simples explicação, sobre o que significava o sapo, para que um corretor imobiliário iniciasse uma coleção deles, confeccionados em vários materiais, que há 40 anos é atração turística em Caraguá

Por Salim Burihan

David Salamene, faleceu em 2015, aos 81 anos

David Salamene foi o primeiro e, talvez, o corretor de imóveis mais bem sucedido de Caraguá. Foi também músico, autor de um poema, “18 de Março”, que se transformou em música, na voz do seresteiro Zé Rodrigues, que é uma das mais lindas homenagens feitas à cidade.

David Salamene tinha uma coleção de sapos, com mais de 500 exemplares, vindos de várias partes do mundo, adquiridas ou doadas. Tudo começou em 1977, durante um passeio de David e sua esposa, a então professora Lia Vieira Salamene a cidade de Poços de Caldas.

São mais de 500 exemplares, de vários tamanhos, materiais e cores, vindos de várias partes do mundo

Caminhando por uma rua comercial naquela cidade, David viu numa loja de souvenires, sapos de louça à venda. Por curiosidade, perguntou ao dono da loja, comerciante que era, se aquilo tinha saída ou não, ou seja, vendia muito ou não.

O dono da loja respondeu que sim, devido à superstição. “Sapo, só anda prá frente; tira olho gordo;  traz prosperidade e felicidade”, teria  respondido o dono da loja. Também por curiosidade, David decidiu comprar dois deles.

Naquele ano, 1977, David estava inaugurando na Galeria Jangada, o primeiro estabelecimento comercial que concentrava várias lojas num único prédio, a David Imóveis. Nessa loja, foram colocados os sapos, adquiridos em Poços.

A partir daí, David Salamene evoluiu muito como corretor, graças ao seu talento e profundo conhecimento sobre venda de imóveis na cidade. Era o mais procurado para se garantir bons negócios.

Assim como David crescendo, graças ao bom trabalho e dedicação, também foi aumentando a coleção de sapos. Os primeiros exemplares foram feitos por um artesão da cidade de Cachoeira Paulista, segundo dona Lia.

Os exemplares foram sendo comprados e, também, doados por parentes e amigos. Como disse, são mais de 500 exemplares, vindos da Europa, da África, dos Estados Unidos e México. Têm um comprado pela sua filha Ana Beatriz, em Cancun, no México, que é de verdade, só que empalhado.

Exemplar de verdade, empalhado, comprado por Ana Beatriz, em Cancún, no México, em 1994

Têm sapo de todo jeito, tamanho e cores. Foram, aos poucos, sendo colocados em prateleiras de vidro, que ficam em frente a vitrine da imobiliária.

Moradores, veranistas e turistas paravam e continuam parando em frente à vitrine para apreciar os sapos. A imobiliária passou a ser conhecida como a “loja dos sapinhos”.

No início eram fotos, hoje, são selfies e até vídeos, feito por celulares. Interessante, em  sua casa, David mantinha apenas dois sapos enormes na entrada.

Ele faleceu em 2015, mas a coleção continua crescendo e atraindo sempre mais gente. “Meu pai se encantou com os sapos, talvez, por superstição. A coleção virou atração e até hoje recebe a visita de muita gente”, conta a filha Ana Beatriz, que após a morte do pai é a responsável pela imobiliária.

Ana Beatriz mostra o primeiro sapo comprado em 1977 em Poços de Caldas

Apesar de ter alma de comerciante, jamais David aceitou vender qualquer exemplar de sua coleção, por mais dinheiro que lhe oferecessem. Devido a grande procura, David chegou a produzir algumas réplicas para alguns colecionadores ou amigos. A coleção, tudo indica, ficará para a posteridade.

 

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