Caraguatatuba CDP

Em sete meses, onze mulheres foram flagradas com ilícitos durante visita ao CDP de Caraguá

Tamoios News
Foto: SAP/Divulgação

Em sete meses, onze mulheres foram barradas tentando entrar com drogas ou chips e celulares no CDP de Caraguatatuba. O sistema de fiscalização é rígido, mas não constrangedor, segundo uma mulher que faz visita periódica à um parente preso no local. Confira o balanço das apreensões feitas e como funciona a visita ao CDP, única unidade prisional do Litoral Norte

Por Salim Burihan

A Secretaria da Administração Penitenciária (SAP) informou que, nos sete primeiros meses deste ano, 11 visitantes – todas mulheres tendo idade entre 19 e 37 anos – foram flagradas tentando entrar com ilícitos no Centro de Detenção Provisória de Caraguatatuba.

O Centro de Detenção Provisória (CDP )”Dr. José Eduardo Mariz de Oliveira” de Caraguatatuba tem capacidade para 768 detentos, mas aloja cerca de 1000 presos. A unidade para presos provisórios, recebe detentos dos municípios de Caraguatatuba, São Sebastião, Ilhabela e Ubatuba.

O CDP de Caraguá fica no bairro do Rio Claro, região sul da cidade. O CDP é uma unidade de regime fechado destinada para presos provisórios, aqueles que ainda aguardam julgamento, mas ocasionalmente pode abrigar presos condenados da região que ainda não tenham conseguido vagas em penitenciárias. 

O Centro de Detenção Provisória de Caraguatatuba possui estrutura semelhante a das penitenciárias, com cozinha para preparo das refeições, escola e pavilhões de trabalho.

Drogas

Segundo a SAP, as maiores apreensões foram de cocaína (106g) e maconha (192,2g). A droga mais flagrada é a maconha. Além de drogas, também foram apreendidos durante as visitas microchips de celular e fones de ouvido.

cocaína que mulher pretendia entrar no CDP em julho

No ano passado, no mês de maio, um drone, transportando quatro celulares, três fones de ouvido, um carregador, cinco cabos USB e porção de maconha foi apreendido no CDP de Caraguatatuba.

A apreensão foi feita na madrugada de um domingo por agentes que trabalham no local. Eles teriam ouvido barulho da movimentação do aparelho, sobrevoando a unidade. O drone foi localizado na laje de um dos pavilhões.

O CDP acionou a polícia militar para tentar localizar o responsável pela operação do aparelho. A PM vasculhou as proximidades do CDP, mas não localizou nenhuma pessoa suspeita. Foi a primeira vez que um drone, transportando celulares e drogas, foi localizado e apreendido pelos agentes do local.

Em média, o CDP recebe 577 pessoas que visitam parentes, a maioria esposas de detentos. Para isso, cada pessoa é submetida a revista de escâner corporal ou portal de detector de metais.

Caso ocorra apreensão de entorpecentes e outros ilícitos por parte dos agentes de segurança, a visitante é encaminhada para a Delegacia de Polícia local para elaboração de boletim de ocorrência.

Visitas

A SAP informa que o procedimento para visitação e as vestimentas, objetos e alimentos permitidos para entrada no local estão normalizados pela resoluções SAP 11/2010, DAP 196/2015 e portarias. A lista de produtos permitidos e suas quantidades estão disponíveis em todas a unidades prisionais.

Cada detento do CDP tem o direito de cadastrar até oito familiares para visitas, mas em cada uma delas só pode receber dois deles.

As visitas ocorrem nos fins de semana, aos sábados e domingos, das 8 até às 16 horas. Os detentos são divididos por pavilhões habitacionais, os detentos dos pavilhões pares recebem a visita em um dia e os dos números ímpares em outro. As visitas são alternadas, num mês aos sábados e no outro aos domingos.

Quando o visitante chega na unidade deve apresentar a documentação exigida pela SAP para o setor do Rol de Visitas, que checa os documentos.

Os visitantes devem apresentar aos agentes os alimentos e objetos que pretendem fazer entrar no CDP. Os agentes vistoriam manualmente os objetos e alimentos.

Em seguida, os visitantes são submetidos, individualmente, a revista por meio de Scanner Corporal, o procedimento leva em média 15 minutos. Depois, os agentes checam a documentação pessoal e a carteirinha de visitante.

Caso não seja constatada nenhuma irregularidade a visita é autorizada a entrar. Caso seja detectado que a pessoa possui algum objeto ilícito camuflado ela é questionada, se ela negar portar o objeto é encaminhada para o hospital, caso esteja escondido internamente, para a retirada.

Somente após a constatação de que a visita esteja portando drogas, por exemplo, ela é encaminhada para a delegacia para o registro do Boletim de ocorrências.

“E”, moradora de Caraguatatuba, cujo irmão se encontra detido no CDP, conta que o sistema é bem rígido, mas em nenhum momento constrangedor. “Checam a alimentação, os documentos, mexem nos cabelos e pedem para abrir a boca, antes da gente passar pelo scanner. Tudo isso, dura em média 20 minutos. Percebo que fiscalizam muito a entrada de alimentos, que além da vistoria manual, deve passar também pelo scanner”, contou “E”.