Chuvas Litoral Norte

Litoral Norte: Prefeituras se preparam para “Operação Chuvas de Verão”

Tamoios News
Foto: Divulgação. Foto: Coordenador da Defesa Civil avalia nível de risco nas áreas afetadas

Terá início no próximo dia 1º de dezembro o PPDC(Plano Preventivo de Defesa Civil) nas cidades do Litoral Norte. Atualmente, o plano é chamado de “Operação Chuvas de Verão”. O PPDC foi criado a partir de 1989 pelo governo do Estado, a partir de fortes chuvas registradas em Cubatão e Ubatuba, que resultaram na morte de moradores que ocupavam as encostas.

O plano é colocado em operação, numa parceria entre o Estado e as prefeituras, no período de maiores chuvas, ou seja, entre dezembro e março, com o objetivo de  identificar, avaliar e gerenciar as áreas de riscos para que medidas preventivas evitem mortes dos moradores que vivem nessas áreas.

Participam da “Operação Chuvas de Verão”, o IG(Instituto Geológico), o IPT(Instituto de Pesquisas Tecnológicas) e representantes e agentes das Defesa Civil estadual e municipal.

Todos esses órgãos, através do monitoramento dos índices pluviométricos e da previsão meteorológica, vistorias de campo e atendimentos emergenciais, promovem ações preventivas nas áreas de risco, que podem, inclusive, em situações mais críticas, promover a remoção preventiva e temporária da população que ocupa as áreas de risco, antes que os escorregamentos atinjam suas moradias.

Aqui no Litoral Norte, o PPDC vem obtendo muito êxito desde sua implantação, em 1989, apesar do grande número de famílias que ainda vivem nas áreas consideradas de risco, principalmente, nas encostas da Serra do Mar.

As prefeituras tentam retirar os moradores dessas áreas, sujeitas a inundações e deslizamento de encostas, mas a cada dia, mais e mais gente vem ocupando as encostas, principalmente, pessoas que são de outras regiões e vem morar no Litoral Norte em busca de emprego ou então devido ao atendimento prestado pelas prefeituras nas áreas da saúde e educação.

Quando essas famílias chegam por aqui, não encontram condições de moradias e acabam ocupando as encostas. É um problema dos mais antigos. As prefeituras buscam apoio do governo estadual e até federal para retirar essas famílias das encostas, mas faltam recursos.

Um detalhe tem chamado à atenção, as prefeituras cada vez mais investem na defesa civil. Esses órgãos possuem equipamentos modernos e se capacitam cada vez mais. Ou seja, a defesa civil de cada uma de nossas cidades está cada mais preparada para atuar nos períodos de fortes chuvas.

Nesta semana, na terça(13) e quarta(14), em parceria com a Defesa Civil do Estado de São Paulo, a Prefeitura de Caraguatatuba, por meio da coordenadoria municipal de Proteção da Defesa Civil de Caraguatatuba, promoveu Oficina Preparatória para Operação Chuvas de Verão que contou com a participação de 23 cidades do Estado de São Paulo.

Foi a 5ª Oficina Preparatória para Operação Chuvas de Verão, ministrada pela Defesa Civil do Estado de São Paulo, que teve como objetivo capacitar os municípios participantes a atuarem preventivamente frente aos problemas típicos de verão. Os participantes têm como meta serem os futuros divulgadores do Sistema Estadual de Proteção e Defesa Civil em suas comunidades e contribuirão para a divulgação da Defesa Civil na sociedade.

Campos Júnior, vice-prefeito e coordenador da defesa civil de Caraguá dá orientações aos agentes municipais

“Nos aproximamos das pessoas na hora mais difícil da vida delas; por isso, precisamos de humildade para lidar com indivíduos desde os mais carentes aos mais ricos. Toda técnica é importante, mas não se esqueçam da sensibilidade do ser humano na hora de abordar cada vítima das chuvas”, alertou Campos Júnior, vice-prefeito de Caraguá e responsável pela defesa civil no município.

O treinamento teórico foi ministrado pelos profissionais da Defesa Civil de São Paulo, tenente Felipe Zaupa e a meteorologista, Adriana Iwashita. Os participantes também realizaram visita in loco próximo ao Morro Santo Antônio para averiguar os estragos feitos pelas chuvas de março de 2017.

Os participantes também foram orientados sobre os conhecimentos sobre o preenchimento da ficha de vistoria técnica mediante atendimentos realizados da Defesa Civil. Dentro desta ficha, os principais tópicos a serem preenchidos são: caracterização do local; evidências de movimentação; condições da concentração de água; vegetação no talude ou proximidades; tipo de moradia; tipo de movimentação ocorrida ou esperada e grau de risco.

Litoral Norte

Em Caraguatatuba, a maior cidade da região, atualmente são 19 área de risco, que estão localizadas nos seguintes bairros: Cocanha, Sertão dos Tourinhos, Portal da Fazendinha, Jardim Santa Rosa, Olaria, Casa Branca, Martim de Sá, Canta Galo, Serraria, Prainha, Sumaré, Jardim Francis, Benfica, Jardim Califórnia, Caputera, Rio do Ouro, Jaraguazinho, Tinga e Cidade Jardim.

Segundo informou a prefeitura, não significa que todo o bairro é considerado de risco. São consideradas áreas irregulares aquelas que ficam próximas a locais sujeitos à deslizamento de terra ou deslocamento de materiais.

A prefeitura informou ainda que fica difícil contabilizar quantas famílias ocupam as áreas de risco. Tendo em vista a atual taxa de crescimento geométrico de moradores em Caraguatatuba – segundo o Sistema Estadual de Análise de Dados (Seade), a taxa de crescimento atual está em torno de 1,48% ao ano, sendo uma das maiores do Estado de São Paulo e do país – torna-se impossível fazer o levantamento de moradores em áreas irregulares. Considera-se que o município passa pelo mais intenso processo de imigração dos últimos anos.

Em Ilhabela, de acordo com a Defesa Civil de Ilhabela e Departamento de Habitação e Regularização Fundiária, a cidade possui 12 áreas de risco, divididas em quatro localidades, são elas: Morro dos Mineiros, Cantagalo, Buraco do Morcego e Engenho Novo.

Mais de 100 famílias moram em áreas de risco, de acordo com o Departamento de Habitação e Regularização Fundiária da Prefeitura de Ilhabela. A prefeitura está desenvolvendo um projeto de regularização fundiária em 15 núcleos, os moradores que vivem em áreas de risco serão retirados e relocados em casas construídas pela prefeitura, no mesmo bairro. O projeto tem acompanhamento do MP(Ministério Público).

Em Ubatuba, a prefeitura local informou que são 24 áreas de risco no município. Alguns bairros são considerados de risco muito alto, como são os casos dos bairros: Corcovado, Sertão do Sesmaria, Estufa II, Bela Vista, Ipiranguinha, Mato Dentro, Sumidouro e Picinguaba.

A Defesa Civil de Ubatuba mantém um trabalho de monitoramento constante nesses locais. A Prefeitura tenta recursos com o Estado e União para construir casas em locais mais seguros e retirar dessas áreas as famílias que vivem em situação mais crítica.

Previsões

Vários institutos internacionais que realizam previsões de El Niño e La Niña indicam grande probabilidade para a formação do fenômeno El Niño entre a primavera e o verão de 2018/2019, com chances em torno de 70% no trimestre novembro-dezembro/2018 e janeiro de 2019. Por enquanto as previsões indicam a ocorrência de um El Niño de intensidade fraca a moderada.

Vale ressaltar que os impactos do El Niño no Brasil também dependem de outros fatores, como, por exemplo, da temperatura da superfície do mar em do partes oceano Atlântico.

Deixe um Comentário

O Tamoios News isenta-se completamente de qualquer responsabilidade sobre os comentários publicados. Os comentários são de inteira responsabilidade do usuário (leitor) que o publica.

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.