O Projeto Baleia à Vista, de Ilhabela, está realizando um estudo sobre o comportamento das baleias da espécie Bryde. Diferente das baleias Jubarte que passam pela região em destino ao sul da Bahia, a espécie Bryde “vive” no Litoral Norte.
A presença das baleias Jubarte, que passam pela região de junho a agosto, tem crescido na região. Cerca de 250 exemplares foram vistos em passagem pelo litoral norte na “temporada de baleias” deste ano.
O projeto também pretende iniciar um censo sobre a baleia Bryde na região, através de registros fotográficos e relatos de pescadores e moradores.
“Estamos fazendo um trabalho para avaliar, conhecer e entender melhor o comportamento delas e o censo da população em nossa região”, contou Júlio Cardoso.
Segundo Cadoso, que estuda e registra a presença de baleias na região desde 2004, as baleias Bryde são grandes, mas não saltam tanto como as jubartes.
“Elas são mais discretas , fogem, das embarcações e são muito rápidas. Saltam apenas quando atacam os cardumes de sardinha e manjubinha”, destaca Cardoso.
Segundo Cardoso, para avista-las é’ fundamental que quem as esteja procurando preste muita atenção aos “borrifos” que podem ser de mais de 4 metros de altura, quando buscam encher o pulmão.
“Eles passam às vezes mais de 20 minutos submersas e também nadam as vezes a poucos metros da superfície quando estão caçando ou se deslocando . Muitas vezes quando veem um barco fogem e desaparecem sem deixar rastro”, explica.
Elas são da mesma linha e formato das baleias SEI, FIN e da Baleia Azul a diferença delas para essas são as três quilhas que elas tem na testa.
“O numero delas na região pelos nossos registros vem se mantendo estáveis. Este ano elas estavam desaparecidas de março a outubro e agora nas ultimas semanas tem aparecido em maior numero, mas ainda em número menor que as jubartes quando passam em massa na sua migração para a Bahia”, relata Cardoso.
“Quem estiver navegando nesta época e com intenção de observá-las , deve sempre estar atento aos borrifos e seguir as regras de reduzir a velocidade ao ver uma delas e ate mesmo parar o barco (sem desligar o motor) quando estiver no limite de 100 metros de distancia para evitar acidentes. De um modo geral elas se afastam, mas é sempre bom navegar com atenção redobrada nesta época que ela chegam mais perto dos costões”, recomenda Cardoso.
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