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“Todas por elas na Literatura-Negra”, nesta terça(19), na Casa Brasileira

Tamoios News
Casa Brasileira

 

“Olhos d’ água”, da escritora Conceição Evaristo, é o livro que estará em debate no próximo dia 19 de novembro/2019, a partir das 19h, na reunião mensal de leitura do Todas por Elas na Literatura, na Casa Brasileira, em São Sebastião.

Com curadoria literária da antropóloga e escritora Janaína de Figueiredo, Todas por Elas na Literatura é um projeto da Casa Brasileira que promove a leitura de gênero.  Lançado em outubro de 2018, a proposta é dar visibilidade à literatura feita por mulheres.

Na véspera do Dia da Consciência Negra, o debate sobre  “Olhos d’água”  pretende colocar luz sobre o pensamento da escritora Conceição Evaristo e a forma como a autora aborda, ao longo de 116 páginas, nos 15 contos que formam o livro, a miséria e a exclusão social que atinge as mulheres negras.

Janaína de Figueiredo explica que “a narrativa foca o cotidiano violento urbano vivido pela população negra. Na palavra, poesia e ficção se entrelaçam na construção de personagens femininas negras. Ana Davenga, Dzu Querença, Natalia, Luamanda, entre outras, tecem uma narrativa feminina negra, desenhada por  diferentes experiências. Essas últimas, se encontram e se desencontram, trazendo pontos de unidade e rupturas.  Conceição Evaristo mostra, em ‘Olhos d’água’, a força de uma literatura feminista negra”.

Todas por Elas na Literatura – Negra, neste mês de novembro, na Casa Brasileira, fortalece a agenda de reflexões sobre as questões raciais  em São Sebastião, litoral norte de São Paulo, onde a comunidade negra promove várias atividades nesta semana.  O  grupo de leitura de “Olhos D’água” terá mediação da assistente social Sandra Lourenço e da educadora Rosinéa Garçon.

Para  Shirlei Rodrigues, conselheira de cultura negra do Conselho Municipal de Cultura de São Sebastião, “o negro por muito tempo, na literatura, foi retratado de forma estereotipada: o malandro, a mulata sexualizada, a vítima”. Shirlei critica a falta de estudos sobre protagonistas e escritoras negras nas escolas, mas comemora o crescimento da visibilidade das escritoras negras, o que, segundo Shirlei,  “nos permite conhecer as suas lutas, as suas perspectivas e  narrativas, combater o silêncio e trazer mais representatividade para todas e todos”.

“O  Todas por Elas na Literatura tem como desafio  formar uma comunidade de leitoras e fortalecer a capacidade de diálogo e  a  participação social da mulher”, segundo Adriana Saldanha, diretora do Instituto Mpumalanga e gestora da Casa Brasileira. “O projeto Todas por Elas surgiu para conectar mulheres e saberes com foco  no empreendedorismo, afirma Adriana, e a escrita feminina tem papel importante nesse processo”.

Sobre a autora-

Conceição Evaristo nasceu em Belo Horizonte – MG e cresceu com nove irmãos num ambiente de favela. Trabalhou como empregada doméstica  para pagar seus estudos e, aos 25 anos, foi para o Rio de Janeiro onde estudou Letras na Universidade Federal do Rio de Janeiro. Mestra em Literatura Brasileira pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio) e doutora em Literatura Comparada pela Universidade Federal Fluminense(UFF),Conceição Evaristo é militante do movimento negro. Estreou na literatura em 1990.

Sobre o Todas por Elas na Literatura –Todo  mês, um livro  indicado no site www.mpumalanga.com.br/casabrasileira

Serviço:

Todas por Elas na Literatura – Negra

Data:   19/11/2019     –   ENTRADA GRATUITA

Horário: 19h

Local:  Casa Brasileira –  Av. Dr. Altino Arantes, 80, Centro de São Sebastião-SP – Informações:  (11) 9 98388794

Realização: Instituto Mpumalanga     Apoio:  Multimídia Painel de Led

Exposição de J. Cunha

J.  Cunha, um dos mais importantes nomes das artes visuais, realiza, a partir de  19 de novembro/2019, na Casa Brasileira, em São Sebastião, a exposição “Caminhos por Onde Andei”, que percorre diferentes momentos e linguagens da obra do artista.  A exposição traz telas  que retratam a Caatinga colorida, oratórios pintados em materiais inusitados, que compõem referências aos  elementos da cultura e da espiritualidade afro-baiana,  e ainda a relação com o mar, por meio de barcos e outros  objetos que retratam  a piracema.

Em um universo povoado de cores, o artista transita por diferentes territórios: o indígena, o africano, o modernismo baiano, o sertão e o tropicalismo.

Artista plástico, designer gráfico, cenógrafo e figurinista, J. Cunha nasceu em Salvador, em 1948, e iniciou seus estudos de artes aos dezoito anos no curso livre da Escola de Belas Artes da Universidade Federal da Bahia. Em 1962, ingressou no grupo cultural Viva Bahia, criado pela etnomusicóloga Emília Biancardi, onde atuava como cenógrafo, figurinista e bailarino. O Viva Bahia realizava experimentações estéticas voltadas para a cultura afro-baiana e tinha como base a capoeira, o candomblé, o cordel e as manifestações populares rurais e urbanas, o que influenciou a produção de Cunha.

O trabalho de J. Cunha  caracteriza-se  pelo mergulho no imaginário das culturas afro, indígena e popular nordestina brasileira,  transformado em um universo próprio, mítico e mágico, simbólico e intuitivo.   É autor de inúmeras marcas e logotipos, ilustrações para livros e capas de discos, estamparias, ambientações de show e de eventos culturais. Assinou cenários e figurinos do Balé Brasileiro da Bahia e seu nome foi definitivamente vinculado ao carnaval baiano por haver criado e assinado a concepção visual e estética do bloco afro Ylê-Ayê durante 25 anos, além de decorações temáticas para o carnaval de rua de Salvador.

O  historiador Roberto Conduru, da Universidade Federal Fluminense, comenta a abundância de signos, cores e luminosidade nas obras do artista baiano e garante  que Cunha amplia a noção de arte popular. “Ao desdobrar a pintura em objetos de tipos diversos e com várias finalidades, ele ultrapassou divisas, borrou as fronteiras entre os domínios de atuação”, afirma Conduru.

Cunha participou de importantes bienais de artes plásticas e de exposições individuais e coletivas, entre elas o evento “The Refugee Project”, no Museu de Arte Africana de Nova York, em 1997,  e “Exposição de Arte Contemporânea: As Portas do Mundo” na Europa e na África em 2006. Da Bienal Internacional de “Design de Saint Étienne” – França e também da exposição “Design Brasileiro – Fronteiras 2009” no Museu de Arte Moderna de São Paulo-Brasil.  Em sua trajetória  internacional participa de exposições de arte negra em Los Angeles e Oakland, nos Estados Unidos.

Além do vernissage da exposição, na terça ( 19/11) , J. Cunha fará uma roda de conversa com estudantes e um mini workshop na quinta (21/11),em dois horários.

Serviço: “Caminhos por Onde Andei” –    J.CUNHA | CASA BRASILEIRA

Exposição, roda de conversa com estudantes e mini workshop :

Data:  19/11/2019 –  21h – Vernissage da exposição de J. Cunha,  “Caminhos por Onde Andei”.     Horário – 21h –    ENTRADA GRATUITO.

Data: 21/11/2019 –   15h às 17h | Roda de conversa “Ancestralidade e Espiritualidade – Conversando com J. Cunha” , com visita comentada  pelo artista à exposição. Público – jovens e estudantes secundaristas. GRATUITO

Data: 21/11/2019 – 18h30 às 21h30 |  mini workshop:  “Ancestralidade e Espiritualidade, através dos arquétipos afro-brasileiros na obra de J. Cunha”| com mostra fotográfica de trabalhos | *INSCRIÇÕES:  R$ 25,00 |  na Casa Brasileira ou  pelo cel/whatsApp: (11) 9 98388794.

Realização: Instituto Mpumalanga                   Apoio:  Multcar

LOCAL:  CASA BRASILEIRA

End. – Av. Dr. Altino Arantes, 80 – Centro | São Sebastião SP