Vereador Valdir Veríssimo foi absolvido na acusação de caça ilegal, condenação em primeira instância, que o tornava inelegível na Ilha. Em decisão em segunda instância, publicada no dia 7, ele foi absolvido e condenado a um ano por posse ilegal de arma, cuja pena foi substituída por pagamento de cestas básicas, crime que não deixa o vereador inelegível nas eleições de 2020. Valdir irá recorrer
Por Salim Burihan
Condenado em 2018, em primeira instância, por caça ilegal e porte de arma, o vereador Professor Valdir Veríssimo(Cidadania) conseguiu sua absolvição em segunda instância.
Em decisão proferida no último dia 7, a Justiça absolveu o parlamentar da pena por caça ilegal e aplicou uma condenação de um ano, substituída por pagamento de cestas básicas, pelo crime de posse ilegal de arma.
Na primeira condenação, em 2018, Valdir Veríssimo tinha sido condenado há 2 anos, 1 mês e 15 dias de detenção, pena substituída por prestação de serviços à comunidade e prestação pecuniária no valor de dois salários mínimos.
O vereador prepara novo recurso alegando que no processo até agora não teria sido esclarecido a quem pertenceria à arma encontrada em sua casa, ou seja, se era dele, da sua mulher ou de seu sobrinho.
“Estamos muito tranquilos. Fui absolvido do crime ambiental(caça ilegal) que colocava em risco a minha vida política. A condenação inicial por crime ambiental me deixava inelegível. A condenação por posse ilegal de arma não me deixa inelegível, mesmo assim, vou recorrer”, contou.
Segundo Valdir Veríssimo o assunto é muito comentado na Ilha pelo fato dele ser um dos possíveis candidatos a prefeito e, nas recentes pesquisas, aparecer como um dos mais bem avaliados pela população local. “Os ataques feitos nas redes sociais, com informações desatualizadas e antigas, tem este objetivo, me prejudicar politicamente, mas estamos bem tranquilos”,alegou.
Valdir Veríssimo cumpre o terceiro mandato como vereador, foi presidente da Câmara e secretário municipal na Ilha. O vereador confirmou que é pré-candidato a prefeito, mas ainda não decidiu se sairá candidato pelo Cidadania ou outro partido.
O presidente da Câmara de Ilhabela, Marquinhos Guti(DEM), disse que o vereador Valdir, apesar da condenação, não pode ser afastado de suas funções legislativas porque ainda cabe recursos.
“Ele foi absolvido da condenação por caça ilegal e foi condenado há um ano por porte ilegal de arma. O vereador deverá recorrer desta decisão e somente poderia ser afastado de suas funções legislativas quando não couberem mais recursos”, comentou.
Entenda
O vereador foi denunciado pelo Ministério Público em 2014. Durante uma fiscalização, policiais ambientais abordaram o sobrinho do vereador supostamente caçando. O sobrinho levou os policiais até a casa do vereador,
onde foram encontradas uma espingarda, munições e quatro carcaças congeladas de animais, sendo um jacu e três cutias, dentro de um freezer. O sobrinho admitiu ser dono da arma.
Em primeira instância, o juiz descartou laudo da Fundação Animalia sob o argumento que a produção da prova ‘não respeitou o disposto na Lei Processual Penal’. No caso, o documento deveria ter sido subscrito por duas pessoas, mas foi elaborado por apenas um especialista.
O vereador recorreu da sentença. Nos autos, a defesa de Valdir e de Maria Assunção alegou, em preliminar, a ocorrência de invasão de domicílio, nulidade da prova pericial produzida. No mérito, postulou a absolvição dos réus.
Professor Valdir relatou que processo foi motivado contra ele por ‘questões políticas’. O vereador afirmou durante o processo, que ‘não tinha consciência de que a arma do sobrinho da esposa estava ocultada em sua residência’ e que ‘as carcaças encontradas no freezer eram de patos, e não de animais silvestres’.