Dengue Litoral Norte

Número de casos de dengue já é quatro vezes maior que o registrado em 2018

Tamoios News
Foto: Cláudio Gomes(PMC)

A dengue continua avançando nas cidades da região. O número de casos já é quatro vezes maior que o registrado em 2018: 408 casos. Três pessoas já morreram por dengue nas cidades da região. As prefeituras continuam promovendo ações para conter o avanço da doença, mas a população tem que colaborar mais

Por Salim Burihan

Os casos de dengue não param de crescer nas cidades do Litoral Norte. Já são 408 casos. Caraguá tem 176 casos; Ubatuba, 103; São Sebastião, 83; e, Ilhabela, 46 pessoas com dengue.

O número de casos de dengue é quatro vezes maior que o registrado ao longo de todo o ano passado, quando 103 pessoas contraíram a doença na região.

Três pessoas já morreram por dengue, uma em Caraguá e duas em São Sebastião, um morador do Arrastão, de 86 anos; e, um homem de 45 anos, morador do bairro Tarumã, em Caraguá, que tinha buscado atendimento naquela cidade.

As prefeituras estão atuando com intensidade no combate aos criadouros do mosquito transmissor, na orientação da população e na aplicação de inseticidas nos locais mais afetados pela doença.

A população deve colaborar mais, evitando armazenar lixo nas calçadas ou terrenos, limpando os quintais, vasos, ralos e calhas.

Caraguá

Em Caraguá, a maior cidade da região, o número de casos é quase onze vezes maior que o contabilizado em 2018. A cidade tem 176 casos, no ano passado, apenas 10 pessoas contraíram dengue na cidade.

A prefeitura, através da Secretaria de Saúde, tem promovido muitas ações para combater o avanço da doença. Visita casa a casa, nebulização nos bairros, atendimento nos postos e campanhas de conscientização nas escolas.

A primeira morte por dengue hemorrágica ocorreu em fevereiro na cidade. No dia 8 de fevereiro, a médica Ana Maria Veronesi, de 51 anos, morreu de dengue hemorrágica contraída na cidade.

A médica, que morava no bairro da Martim de Sá, chegou a ser medicada, mas não resistiu e veio a falecer.

A maioria dos casos ocorreu em bairros da região sul, entre eles, Perequê-Mirim e Porto Novo, mas também foram registrados casos da doença no Sumaré, Tinga, Morro do Algodão, Casa Branca e Jetuba.

Ubatuba 

Em Ubatuba, conforme o relatório divulgado na manhã de terça( 9), já há 103 casos confirmados da doença, dos quais 100 são autóctones e três são importados. Há ainda outros 351 casos suspeitos aguardando resultado de exame.

Os prontos atendimentos Ipiranguinha e Maranduba, da Prefeitura de Ubatuba, já têm disponíveis desde o dia 4 de abril os kits NS1, um teste rápido para detecção da proteína que é parte do vírus da dengue.

O teste deve ser feito até o terceiro dia do aparecimento de sintomas como febre, dor no corpo, dor em torno dos olhos e prostração e somente será realizado mediante avaliação médica do paciente e suspeita de dengue. Os resultados ficam prontos em 20 minutos. Para realizar o exame, é coletada uma amostra de sangue do paciente, que não precisa estar em jejum.

A enfermeira Elisabete Cabral Borges de Matos, chefe de Seção de Vigilância Epidemiológica, explica que nos prontos atendimentos o paciente passa pela triagem e, em seguida, pelo médico. “Caso haja suspeita clínica de dengue, é realizado então o protocolo de investigação que inclui prova do laço, verificação da pressão em duas posições e o exame NS1. Se o exame dá negativo, a investigação continua com a coleta para a sorologia, que é encaminhada para análise pelo Instituto Adolpho Lutz, em São Paulo”, acrescenta.

Ela explica que o teste NS1 agiliza o diagnóstico da dengue e facilita a programação de ações de bloqueio de transmissão da doença. “A sorologia demora até 20 dias, mas com o resultado rápido podemos, por exemplo, fazer nebulizações a partir da confirmação dos casos. Trata-se de uma conquista para o município”, afirma.

São Sebastião

A Prefeitura de São Sebastião informa que até o momento, em 2019, foram notificados 1.132 casos suspeitos de dengue. Deste total, 1.030 tiveram resultados negativos e foram descartados, e 83 casos foram positivos. De acordo com a Secretaria de Saúde, em 2018 foram registrados 35 casos positivos da doença.

O município tem o registro de dois casos de óbito, sendo um de um morador de Caraguatatuba, de 45 anos, que acabou falecendo no Hospital das Clínicas (HCSS) e, outro, que era morador da cidade, de 86 anos, residente no bairro do Arrastão, na região central, que foi internado no dia 28 de março de 2019 com patologia de base grave – linfoma. De acordo com a Vigilância foi coletada amostra de sangue e enviada para o Adolfo Lutz para confirmação.

Diariamente equipes de combates a endemias acompanham a movimentação do vírus no município. A partir de notificações recebidas nas unidades de saúde é identificado o ponto principal das ações de combate à proliferação do mosquito.

Além disso, vistorias em imóveis para identificação e remoção de criadouros estão sendo realizadas para aplicação de inseticida para eliminação dos mosquitos adultos em um raio de 150 metros do local onde foi encontrado o caso positivo. 

A prefeitura destaca que é importante frisar que o uso constante de repelentes é uma das principais armas individuais de combate à doença. Prevenir é a melhor forma de evitar a dengue. A maior parte dos focos do mosquito está nos domicílios, assim as medidas preventivas envolvem o nosso quintal e também os dos vizinhos. 

Ilhabela

De acordo com a Vigilância Epidemiológica, de Ilhabela, até agora foram registrados 46 casos positivos de Dengue em Ilhabela, Existem 185 casos aguardando o resultado dos exames.

Segundo a prefeitura, os bairros mais afetados são a Barra Velha, Itaguassú, Itaquanduba e o Green Park.

A prefeitura investe em treinamentos das equipes da Atenção Básica e Hospital Mário Covas no que se refere à assistência do paciente suspeito de arbovirose; na elaboração de plano de contingência e no treinamento dos Agentes Comunitários de Saúde para acompanhamento dos pacientes no domicílio.

A Vigilância tem intensificado o combate aos criadouros e ao mosquito transmissor e orienta a população local como se prevenir da doença, principalmente, através da eliminação dos criadouros do mosquito Aedes aegypti.

 

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