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Donas de casa buscam alternativas para driblar alta da carne

Tamoios News

Por Simone Rocha

Os consumidores foram surpreendidos recentemente com a alta do preço da carne nos açougues e supermercados de todo o país. No litoral norte não é diferente e mesmo com oferta de peixe na região, o forte mesmo é a opção pela carne bovina, de frango e suína, sendo que essas duas últimas também estão mais caras, puxadas pela alta da carne.

A dona de casa Izaura J. dos Santos, moradora do bairro Canto do Mar, em São Sebastião, tem utilizado mais frango e ovos na hora de preparar as refeições. “Também procuro comprar poucas quantidades para não desperdiçar. Compro mais verduras e legumes e uso a criatividade para inventar receitas e não sentir falta da
carne”, conta entusiasmada com receita de pizza de omelete e batata frita, que ela afirma ter criado. “Frito a batata com bem pouco óleo. Quando a batata está no ponto eu bato os ovos como se fosse preparar uma omelete e jogo lá na batata (que já estará sem óleo praticamente). Fica como se fosse uma pizza de batata frita”, revela.

A monitora Cristina de Oliveira, que é casada e tem um filho de oito anos, disse que faz almoço e janta todos os dias e que costumava incluir bastante carne em seu cardápio, mas que depois da alta já reduziu a quantidade e tem procurado outras opções. “Agora estou comprando mais frango, linguiça e salsicha. Refogo linguiça com repolho. Faço carne com batatas, pois com os legumes, a carne rende mais”, revela. Ela pretende continuar gastando o mesmo valor que nos meses anteriores com a compra da carne, mas agora lógico que ciente de que levará menos
quantidade.

O vendedor de salgados, Augusto Sérgio Ribeiro, que percorre diariamente as ruas do bairro da Enseada e Canto do Mar, em São Sebastião, afirma que sentiu aumento nos preços de vários produtos, não só da carne. “Costumo usar salsicha, calabresa, presunto e queijo. Meu lucro diminuiu nesses últimos dias, mas não pretendo aumentar os preços do salgado, quero continuar vendendo tudo o que trago para a rua, pois é o daqui que tiro o sustento da minha família”, afirma.

Já alguns consumidores não sentiram a alta porque já consumiam pouca carne. “Por mim pode subir para 100 reais o quilo. Eu costumo comer peixe, legumes e verduras. Não ligo para a carne. Acho que as pessoas deveriam parar de consumir, que o preço iria diminuir”, afirma a aposentada Marisa Silveira, que mora no centro
de São Sebastião.

Segundo o Diesse (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos) altos volumes de carne têm sido exportados para a China, devido ao ano novo chinês; o período também é de entressafra bovina e o custo de reposição do bezerro está muito alto. Por fim, o dólar desvalorizado estimulou as exportações. Todos esses fatores encareceram o valor da carne no varejo”, destacou o Dieese, em nota. No final do mês de novembro, o aumento nos preços da carne bovina desossada no mercado atacadista foi de 22,9% na média de todos
os cortes pesquisados, de acordo com o Diesse.