Um empreendimento hoteleiro inacabado, erguido em local conhecido como Morro da Lagoinha, na região sul de Ubatuba, busca regularização junto ao Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico (Condephaat), órgão subordinado à Secretaria da Cultura do Estado de São Paulo.
A primeira tentativa foi negada por unanimidade, pois o Conselho constatou que a obra com seis pavimentos afeta negativamente o local, competindo em destaque e visibilidade com a Serra Tombada, causando prejuízo à fruição do bem tombado. O empreendedor entrou com recurso, que será analisado pelo Condephaat.

Foto: Renata Takahashi
A obra, da Comtinfer Construtora e Incorporadora, foi aprovada pela Secretaria de Urbanismo de Ubatuba, que emitiu alvará em 2008. Passados 14 anos, a construção não foi finalizada e ainda tenta essa aprovação perante o Conselho. Segundo a Secretaria da Cultura do Estado, qualquer intervenção em bem tombado necessita de autorização do Condephaat. Caso contrário, é passível de multa.
Acompanhando a manifestação da Unidade de Preservação do Patrimônio Histórico (UPPH), os integrantes do Condephaat não aceitaram a alegação do interessado de que a construção estaria localizada fora da área tombada.
Na reunião do Conselho em que foi indeferida a regularização do empreendimento hoteleiro, o arquiteto Carlos Faggin, professor da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo (FAUUSP), que preside o Condephaat, criticou enfaticamente a construção.

Foto: Renata Takahashi
“Não é uma simples pousada. Isso aí é um hotel com seis andares e que agride a paisagem de uma maneira muito formidável e que eu não sei como que foi construído sem que a gente tivesse informação a respeito desse projeto, que com toda certeza não passaria aqui”, afirmou Faggin. O presidente do Conselho também lembrou que na vizinhança da construção existe um importante imóvel arqueológico tombado, as Ruínas do Engenho da Lagoinha.
A reportagem tentou contato com a pessoa que solicitou a aprovação ao Condephaat e com a Comtinfer Construtora e Incorporadora, mas não obteve retorno até o fechamento desta matéria.
Por Renata Takahashi / Portal Tamoios News