Na Secretaria de Meio Ambiente, Infraestrutura e Logística (Semil), a liderança é majoritariamente feminina. O último levantamento mostra que a pasta conta com nada menos que 63% dos cargos de liderança ocupados por mulheres, incluindo a titular, Natália Resende.
O número ainda não inclui as oito autarquias vinculadas à pasta, o que deverá impactar positivamente o índice de participação.
No mês da mulher, a Semil destaca alguns dos perfis que corroboram o status de referência e quebra de paradigma que essas mulheres representam.
É o caso, por exemplo, da cientista, ecóloga e pesquisadora do Instituto de Pesquisas Ambientais (IPA), Giselda Durigan. Reconhecida pelo ranking 2023 da Universidade de Stanford (Califórnia, EUA) como a mulher brasileira mais bem posicionada da lista com ecólogos e cientistas mundiais, a pesquisadora de 65 anos tem acompanhado os trabalhos de campo na Floresta Estadual de Assis, gerenciada pela Fundação Florestal (FF).
“É gratificante chegar a esse patamar por meio de uma avaliação internacional isenta. É a validação inquestionável da importância de uma vida dedicada à pesquisa, cujos resultados inovadores têm sido levados a sério por cientistas de todo o planeta”, afirma Giselda, que tem 38 anos de atuação e é também professora nos Programas de Pós-Graduação em Ciência Florestal (Unesp Botucatu) e Ecologia (Unicamp).
O ranking de Stanford, que utiliza informações da base de dados Scopus, selecionou os 100 mil melhores cientistas classificados em 22 campos científicos. Na edição 2023 foram classificados 1.294 brasileiros, sendo 528 ligados a instituições de pesquisa e universidades paulistas. Entre todos os cientistas brasileiros da lista, de todas as especialidades, Giselda ocupa a 103ª colocação e, entre os ecólogos do Brasil, está na 11ª posição, sendo a primeira mulher na lista.
Diretora de Gestão Corporativa e Sustentabilidade na Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb), Liv Nakashima Costa tem mais de 15 anos de experiência na área ambiental e cuida para que a estrutura funcione da melhor forma possível. “Focamos na parte de cultura e no departamento de sustentabilidade que criamos para trazer uma visão transversal sobre todas as nossas atividades. Implementamos medidas em prol da diversidade que visam impactar na qualidade de vida das pessoas”, afirma, lembrando que a Cetesb já tem a maioria da diretoria com mulheres.
Liv também se inspira no trabalho de outras mulheres da companhia, como Mayla Matsuzaki Fukushima, que é diretora de Avaliação de Impacto Ambiental, e Carolina Fiorillo, diretora de Engenharia e Qualidade Ambiental. “Temos historicamente, na Cetesb, a maioria da diretoria formada por mulheres, o que é um motivo de orgulho e satisfação para nós”, conta.
Isonomia
Vinculado à Semil, o Departamento de Águas e Energia Elétrica (DAEE) tem mulheres em cargos de extrema relevância. Mariângela Garcia Trevizan assumiu a diretoria de governança e integridade no ano passado. Advogada, especializada em direito tributário, com MBA em saneamento ambiental, tem 25 anos de experiência no setor público e destaca os avanços e dificuldades do caminho de potencializar a regulação dos recursos hídricos.
“As mulheres já provaram que podem estar em qualquer posição no mercado de trabalho. Mas os dados ainda mostram o quanto temos que avançar para equilibrar a equação da isonomia. Ser mulher em posição de liderança, pelo próprio conceito da desigualdade que impera, sempre traz um peso maior”, pondera.
Para Mariângela, trabalhar ao lado de mulheres como Mara Ramos e da diretora de Regulação e Fiscalização, Sandra Garcia Lopes, é sempre uma inspiração. “De superação, de ousadia, de foco. Elas se dividem em várias funções: são profissionais, mães, filhas, esposas e cidadãs atuantes”, afirma, citando Mara Ramos, que é a primeira mulher a assumir a superintendência do Daee, como um exemplo para outras mulheres.
Fonte: Governo do Estado de São Paulo