“Estamos satisfeitos por ter conseguido iniciar o processo de ancoragem do animal”, diz biólogo
Por Raell Nunes
Uma Baleia Jubarte, que foi encontrada morta flutuando no canal entre Ubatuba e Caraguatatuba, nesse sábado (7), foi ancorada por especialistas do Projeto de Monitoramento da Bacia de Santos (PMP-BS) e do Instituto Argonauta.
No domingo (8), técnicos conseguiram localizar o animal, que se encontra em estado avançado de decomposição. O mamífero marinho tem cerca de 13 metros e é macho.
Segundo o oceanógrafo Hugo Gallo Neto, a técnica de ancorar o animal tem se mostrado uma melhor relação custo benefício, pois baleias encalhadas em praias com alta densidade de banhistas – como é muito comum no Litoral Norte –, causam um enorme transtorno e grande investimento em dinheiro.
“Ancorá-las enquanto ainda flutuam em locais que não afetam a navegação e que sejam desabitados, foi a solução encontrada por nós de melhor custo benefício. Pois um barco com uma equipe de três pessoas, dá conta do serviço. Sem falar que o corpo em decomposição da baleia cumpre seu papel natural de aporte de nutrientes no ambiente marinho”, explica o oceanógrafo.
Os profissionais da área ambiental também coletaram amostras de material biológico. Era uma preocupação dos técnicos que o animal fosse a uma praia sem acesso ou até mesmo uma região onde se divertem banhistas.
“Estamos muito satisfeitos por ter conseguido iniciar o processo de ancoragem do animal, antes que ele fosse levado para uma praia sem acesso, ou mesmo até uma área em que há fluxo de banhistas, moradores e turistas em geral”, afirma o biólogo Danilo Camba.
O oceanógrafo Hugo Gallo ainda alerta para possíveis ocorrências de predadores como tubarões e orcas no local. Ele falou que em muitas localidades há casos de tubarões que se alimentam de carcaças de mamíferos.
“Embora aqui no Litoral Norte nunca tenhamos, ao longo destes 20 anos, verificado a ocorrência de tubarões no entorno de baleias mortas boiando, fica aqui o alerta. Já que, em diversos lugares, há relatos de tubarões se alimentando da carcaça de baleias”, relata.
De acordo com os profissionais, as baleias à deriva no mar são um grande risco aos barcos e afins que estão navegando, pois podem acontecer acidentes fatais.
“Baleias à deriva podem ser um grande risco a navegação, em especial para barcos que trafegam à noite. Desta forma, toda vez que ancoramos uma baleia numa costeira e avisamos a Marinha, além de uma correta destinação ao corpo do animal, podemos estar evitando acidentes no local”, analisa Gallo.