Meio Ambiente

Jaguatirica é atropelada na rodovia Rio-Santos, em Barra do Una

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Quando equipes do Instituto Florestal encontraram o animal, ele estava muito ferido e morreu horas depois

Animal foi atropelado na rodovia Rio-Santos, em Barra do Una, e não resistiu ao impacto

Uma jaguatirica, animal presente na região, mas raro de se ver fora do seu habitat, foi atropelada no último final de semana na rodovia Rio-Santos, no trecho de Barra do Una, em São Sebastião. Ela não resistiu ao impacto e morreu no local.

O atropelamento perto do acesso à Estrada da Fazenda São Paulo e do totem do Parque Estadual da Serra do Mar (PESM).

A jaguatirica, cujo nome científico é Leopardus pardalis, era um macho adulto medindo cerca de 1,10 metros e agonizou antes de morrer em função das prováveis fraturas e hemorragia interna. O felino era consideravelmente grande para a espécie e estava saudável. Esse tipo de animal pode chegar a ter 17 kg.

De acordo com o PESM, vinculado à Fundação Florestal, o atropelamento deve ter acontecido por volta das 7h. “Quando a equipe de vigilância do Parque Estadual e a Polícia Ambiental chegaram ao local o felino ainda estava vivo, mas não resistiu aos ferimentos e morreu horas depois”, contou o biólogo e monitor Lucas Harder Gonçalves.

“Uma perda enorme ao nosso patrimônio natural, visto que a espécie encontra-se em estado vulnerável de ameaça na lista das espécies ameaçadas no estado de São Paulo. Esta não é a primeira ocorrência e nem será a última. Isso tem que ser evitado”, completou Gonçalves.

O animal foi encaminhado para a base em Caraguatatuba, onde deve passar pelo processo de taxdermização – técnica para empalhar ou embalsamar a espécie. “A intenção é utilizar a jaguatirica como ferramenta para a Educação Ambiental no núcleo do PESM em São Sebastião”, revelou o biólogo.

Projeto de lei

No Congresso Nacional tramita um Projeto de Lei (PL) que dispõe sobre a adoção de medidas para assegurar a circulação segura de animais silvestres no território nacional, com a redução de acidentes envolvendo pessoas e animais nas estradas, rodovias e ferrovias brasileiras.

O PL 466/2015 foi elaborado pelo Centro Brasileiro de Estudos em Ecologia de  Estradas (CBEE), juntamente com a ONG WWF Brasil, a Rede Nacional Pró-Unidades de Conservação e o deputado federal Ricardo Izar com o objetivo de reduzir drasticamente o impacto à biodiversidade, já que mais de 475 milhões de animais selvagens são atropelados todos os anos no país. São mais de 400 milhões de sapos, pequenas aves, cobras e outros pequenos animais, e 75 milhões de espécies de médio e grande porte, como onças, lobos-guará, capivaras, antas, tamanduás, macacos e muitos outros.

Uma petição está aberta desde março de 2015 para a aprovação da iniciativa. Todo cidadão brasileiro que se preocupa com a biodiversidade pode participar e impedir que a fauna seja massacrada todos os dias nas rodovias e ferrovias do Brasil.

O CBEE também criou um aplicativo para baixar no celular. É o APP Urubu –  http://cbee.ufla.br/portal/sistema_urubu/index.php. A finalidade é oferecer uma ferramenta para que qualquer pessoa fotografe um animal vítima de atropelamento. Isso ajuda na geração de dados para o monitoramento da fauna.

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