Moradores reclamam do excesso de lixo nas praias e bairros
Por Raell Nunes
Com a chegada de aproximadamente 1 milhão de turistas durante a temporada de Verão, Ubatuba fica com um conglomerado de pessoas e, como consequência, a quantia de lixo aumenta abundantemente. O acrescentamento dos rejeitos chega a 386% no período mais quente do ano.
Segundo a administração municipal, normalmente são apanhadas por volta de 70 toneladas de resíduos por dia. Entretanto, na época de temporada as toneladas chegam a 270 diariamente.
Contradizendo a Prefeitura, um estudo feito na antiga gestão – para a elaboração do Plano Municipal de Resíduos Sólidos – expõe que na estação de Verão Ubatuba descarta 160 toneladas por dia. Sendo que 35% dessa quantidade são recicláveis, mas apenas 3% são recicladas e devidamente reaproveitadas.
Moradora do Sertão da Quina, Juliana Vieira, 33 anos, disse que o caminhão de lixo estava demorando para fazer a coleta em sua casa. Nas palavras dela, entre janeiro e fevereiro a situação fica assim mesmo. “É normal. Já é hábito aqui, não me estresso mais”, comentou.
Residente do bairro Perequê-Açu, Márcio Sardi, 29, falou que a praia fica com um acúmulo de rejeitos muito grande na temporada e o fato incomoda o ubatubense. “É lamentável. Ubatuba é muito bonita e merece mais cuidado. Digo isso porque gosto da cidade e quero o melhor para ela. Precisamos de mais sustentabilidade”, afirmou.
A temporada de Verão é cara aos cofres públicos: pode custar 40% de toda a despesa de manutenção do município. A Secretaria de Serviços de Infraestrutura da cidade recebe um montante de R$ 40 milhões por ano, deste valor, R$ 16 milhões são aplicados na temporada.
Em Ubatuba, a coleta de resíduos sólidos domiciliares atende aproximadamente 98% da população. O recolhimento de lixo é feita para 18% dos munícipes diariamente e duas a três vezes por semana para 80% dos residentes na cidade.
Calcula-se que Ubatuba consegue fazer a coleta seletiva em 0,6% de todo rejeito gerado no município. Depois do processamento, os materiais são encaminhados para reutilização ou para venda em alguns dos 37 depósitos que a municipalidade possui.
Na verdade não é só a sujeira acumulada, no bairro Martim de Sá tem vários terrenos baldios e calçadas com muito mato.
Também uma infestação de caramujos africanos.