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Av. Mãe Bernarda é Problema Crônico em São Sebastião

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Fabi Medioli
Fabi Medioli

Via é a mais importante de Juquehy e está em péssimas condições

Por Fabi Medioli

Maresias sempre foi a menina dos olhos da Costa Sul. Mas a região tem outros bairros bem conhecidos e tão bonitos quanto. Um lugar que se destaca é Juquehy. Conhecida como a joia do Litoral Norte, o bairro caracteriza-se pelo ambiente familiar e descontraído.

Além de uma belíssima praia com vista para lugares paradisíacos como a Ilha das Couves e a Ilha dos Alcatrazes, Juquehy também conta com cachoeiras e rios, onde se vê muitas pessoas praticando caminhadas e trilhas. Um dos bairros mais populosos da região, a praia de Juquehy, desde a sua descoberta, tornou-se um importante destino turístico nos fins de semana, feriados e alta temporada. A uma distância considerável do centro de São Sebastião, Juquehy acabou desenvolvendo uma ótima infraestrutura de comércio, serviços, bares e casas noturnas.

Além de tudo isso, Juquehy também conta com inúmeras casas e condomínios de frente para a praia. Por sua beleza, torna-se convidativa para passeios familiares. A avenida principal de Juquehy (ou Juqueí), com três quilômetros de extensão, é a famosa Av. Mãe Bernarda. Segundo os moradores, a via tem esse nome por causa da matriarca da região, Bernarda Maria de Jesus, que se casou três vezes e teve mais de 20 filhos, originando a população caiçara local. A Mãe Bernarda, como era conhecida na época, era dona de Juquehy e seus tataranetos até hoje têm o inventário de divisão das terras, que foram recebidos em doação na época do Império.

Infelizmente, nem tudo são flores em Juquehy, e o bairro vem sofrendo com a situação em que se encontra a Av. Mãe Bernarda, que dá acesso à Barra do Una. Muitas pessoas optam por esse caminho para evitar a Rodovia SP-55, e estão sujeitos a buracos, falta de sinalização, mato e enchentes, que dificultam a vida de moradores e atrapalham o turismo. Com pedidos insistentes de repavimentação e implantação de drenagem, a avenida está em péssimo estado de conservação e a cada temporada de verão, quando o fluxo de carros triplica, a situação piora.

“Faz 4 anos que fazemos gestões junto à prefeitura para melhorar a pavimentação. O maior absurdo é um trecho de 50m que a Sabesp destruiu na Benedito Isidoro de Moraes e que dificulta toda entrada e saída de Juquehy”, diz Bruno Zilberstein, atual vice-presidente da SAMJU (Associação Comunitária Amigos do Juquehy). “Quanto à Mãe Bernarda , inúmeras reuniões presenciais com o secretário de obras do Município não frutificaram. Usaram o dinheiro do PAC para as ruas paralelas e a Mãe Bernarda nada”, diz Zilberstein, que também afirma que o diálogo com as autoridades está difícil. “Não há qualquer sensibilidade das autoridades em relação aos moradores de Juquehy. Prometeram agora a reforma da Mãe Bernarda para 2016. Esperamos que as autoridades se conscientizem”, concluiu. A Sabesp informou que não é a responsável pelo problema no trecho da Benedito Isidoro de Moraes.

Comerciante e um dos tataranetos da Mãe Bernarda, Nívio Oliveira Faustino, 35, proprietário do Nivio’s Restaurante, pioneiro do bairro, lamentou a situação no local e disse que as péssimas condições têm prejudicado o turismo.

“Minha família sempre lutou por Juquehy, inclusive um dos meus tios foi vereador duas vezes em São Sebastião e durante sua vereância sua maior preocupação era nosso bairro e a Costa Sul. Lamento o estado em que nos encontramos hoje, está tudo abandonado. A Av. Mãe Bernarda encontra-se nessa situação precária, sem sinalização e lombadas, e hoje também convivemos com as enchentes. A cada chuva mais intensa o bairro fica alagado por falta de escoamento, coisa que não acontecia até uns 4 anos atrás”, afirmou Nívio. “A repavimentação da avenida tem que acontecer o mais rápido possível, os nossos veículos estão se deteriorando ao usá-la e esse aspecto de abandono não contribui em nada para o turismo. A maioria de nossos clientes reclama”, completou.

O assunto Mãe Bernarda já foi discutido várias vezes na Câmara dos Vereadores, até agora sem solução.

A prefeitura de São Sebastião não respondeu aos questionamentos da reportagem.

 

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