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Especialistas alertam para o uso exagerado dos smartphones

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Especialistas alertam para o uso exagerado dos smartphones: é doença, que pode virar vício como uma espécie de droga

Por Marcello Veríssimo

Para onde quer que se olhe nas ruas hoje em dia a maioria das pessoas anda com o telefone celular nas mãos “teclando”. Evolução natural da humanidade seguindo tendência para o futuro? Patologia da mente? Nova droga dos anos 2010?. Fato é que já não é novidade para a comunidade científica que abusar do celular é reconhecido como doença, que precisa de tratamento: a nomofobia coloca todos nós atualmente a caminhar na linha tênue entre o equilíbrio e o exagero, a lucidez e a paranoia. Cabe a cada um encontrar o seu caminho para viver bem convivendo com todos os recursos que o aparelho oferece e utilizar a ferramenta da melhor forma possível.

O termo foi criado na Inglaterra, uma abreviação para a palavra “no móbile phobia”. Na terra da rainha, pesquisa recente mostrou que 76% dos jovens ingleses afirmaram que são viciados online chegando até ter dois aparelhos para garantir que sempre estarão conectados à Internet. No Brasil, a situação parece ser ainda pior, de acordo com pesquisa do Ibope Media. O instituto ouviu jovens entre 15 e 33 anos, homens e mulheres, em parceria com empresas de tecnologia, que teve a participação de 1.063 internautas. Conforme a pesquisa, 95% dos jovens brasileiros se dizem “viciados online”.

A capital paulista é a recordista em usuários de conexões móveis no Brasil, mas não é a única que possui os chamados “seres biônicos”. Para a psiquiatra de São Sebastião, Claudia Flausino, que também atende em São Paulo. Apesar da contemporaneidade e complexidade do assunto, “a necessidade do ser humano de registrar a própria vida vem desde a idade da pedra lascada”. De fato. A constatação de Claudia é a mesma do Instituto Info Escola que afirmou que “as pinturas ruprestes encontradas nas cavernas, no período Neolítico, mostram a necessidade humana de se comunicar de alguma forma”. De acordo com o instituto, através destes desenhos os “homens ilustravam” alguns costumes de sua época permitindo assim maior entendimento de sua cultura. “Apesar dos grandes avanços sociais, o homem ainda não possuía a comunicação verbal”.

Diferentemente dos homens das cavernas, temos a comunicação verbal, o olho no olho, mas o excesso de apego ao aparelho celular, às muitas selfies, segundo os especialistas, trata dessa “necessidade cultural da humanidade descrever a sua própria existência” que também evoluiu. “O meio mudou, mas a mídia é a mesma”, completa Claudia. “Ocorreu uma transferência de comportamento de quando não existia internet”. O vício em celular pode ser considerado patológico quando a pessoa começa a tratar tudo que é falado ou fotografado nas redes sociais, por exemplo, como verdade fazendo com que a pessoa tenha “necessidade de auto se referenciar o tempo todo”, diz o Info Escola. “Se a pessoa já tem pré- disposição, fica muito fácil adquirir o vício”, completa Flausino. Esse “vício”, nada mais é que o comportamento compulsivo. Exagerar nas redes sociais, ter comportamentos inadequados postando todos os passos e ficar nervoso ou preocupado quando a bateria está acabando podem ser sinais de que a pessoa precisa de ajuda. Geralmente, trata-se de pessoas deprimidas, que cultivam sentimento de frustração, inquietação. Além disso, outros sinais deste tipo de distúrbio patológico são pessoas que postam muitas selfies, seus pratos favoritos, como são felizes nas viagens para o exterior, que bebem champanhe nas festas, entre outros comportamentos pessoais podem esconder carência, frustração e inquietação. “Pessoas com pouca noção de si mesmas”, disse Claudia. São apenas algumas das características, que segundo os especialistas, mesmo sem perceber faz do uso do celelular e das redes sociais uma espécie de válvula de escape, assim como acontece com as drogas, é obter prazer imediato. Neste caso, com as curtidas, respostas e comentários rápidos as postagens.

Narciso – Para muita gente que exagera nas selfies achando que está arrasando no Facebook, cuidado, alertam os especialistas. Use o bom senso para não se tornar “vítima” do complexo de narciso, incentivado bastante pela presença das celebridades nas redes sociais, principalmente no Instagram. Mas para simples mortais pode gerar a “bad trip” mostrando aos outros como a vida da pessoa pode ser solitária. “É dar explicação aos outros na tentativa de autoconhecimento”, analisa Claudia. Narciso vem da mitologia grega e teria sido um bonito jovem indiferente ao amor. Até que ao olhar para sua própria imagem, refletida em um lago, apaixonou-se por ela. O chamado narcisismo é, segundo os psiquiatras, um “transtorno de personalidade”, que já foi até estudado por Sigmund Freud. Ele considerava que o narcisismo existe quando a libido está muito direcionada ao self que, para a psicologia, é o amor a si mesmo. 

A maquiadora de São Sebastião, Andressa Correa de Souza, admite que em “determinado momento da vida” desde que criou sua conta na rede social já se sentiu “refém” do Facebook. “Hoje consegui dar uma desencanada, posto de vez em quando, mas atualmente uso para trabalho”, disse ela. Ela mostra sugestões de makes para as clientes e amigas no seu perfil, além de sugestões de looks e gastronomia, entre outras dicas de life style na região. 

LudmilaPara a preparadora física e personal trainning de São Sebastião, Ludmila Tavolaro, que também compete em importantes torneios de fisiculturismo. “O Facebook é uma forma a mais de divulgar o meu trabalho”, disse ela. De vez em quando Ludmila também posta algumas fotos sensuais, além de fotos e vídeos de treinos, dicas de saúde e comida saudável. Ludmila possui mais de dois mil amigos na rede social.

Florais – A terapeuta floral e psicóloga de São Sebastião, Zenaide Vidal, considera que o uso exagerado do celular está inserido dentro do quadro de compulsões humanas. O chamado Transtorno Obsessivo Compulsivo (ou vício em algum tipo de substância) é inerente ao ser humano. “Essa compulsão pode se caracterizar em diversos aspectos, incluindo o exagero no uso das redes sociais”.

Por enquanto, ainda não existe nenhum floral específico voltado ao “vício em celular”, mas avaliando o grau de intensidade da doença a terapeuta considera sim que pode ser um tratamento complementar assim como a homeopatia, por exemplo.

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