Uma jovem, moradora de Maresias, pode ser a principal testemunha nas investigações que apuram a morte da universitária Júlia Rosemberg, de 21 anos, ocorrida no domingo(5), em uma trilha na costa sul de São Sebastião.
A jovem, cujo nome vem sem do mantido em sigilo, teria procurado um dos investigadores chorando e muito abalada, alegando que poderia ter visto o possível autor do crime. Ela foi ouvida ontem pelo delegado Alexandre Bertolini, titular do 2º distrito policial de Boiçucanga.
A jovem contou que iniciava a trilha, quando deparou com um homem bastante assustado deixando o local. Ela passou detalhes do homem visto na trilha, como cor da pele, tipo de cabelo e as roupas que ele trajava. O relato dela está sendo apurado pela polícia.
A investigação do caso, a partir desta (7) ficará aos cuidados do delegado seccional Múcio Alvarenga. Ele esteve agora pela manhã na delegacia de Boiçucanga com investigadores para ouvir detalhes do crime e traçar os próximos passos da investigação.
A polícia aguarda o resultado do laudo do IML(Instituto Médico Legal) para saber se Júlia foi vítima de um latrocínio(roubo seguido de morte) ou de violência sexual, seguido de furto. Os pertences da jovem, como a pochete, o celular e o tênis não foram localizados.
Segundo consta, a polícia pedirá o rastreamento do celular da jovem junto a operadora que ela utilizava. Caso o aparelho seja localizado, a polícia poderá chegar ao autor do crime que assustou a costa sul sebastianense.
A polícia continua, também, atrás de imagens de câmeras de monitoramento das casas situadas próximas a trilha que a jovem percorria. Segundo um do policiais que acompanha o caso desde o início, a jovem teria sido surpreendida na trilha e levada para um matagal próximo a caixa d’água da Sabesp onde teria sido morta e enterrada. A trilha é aberta e muito utilizada pelos moradores e veranistas que residem em Paúba e Maresias.
Crime ocorreu próximo a caixa d’água da Sabesp
O corpo da jovem, após exames no IML foi levado para a capital, onde deve ser sepultado nesta terça-feira(7). Júlia estudava medicina veterinária. Ela passava a quarentena na casa da família em Paúba, quando foi morta brutalmente.
Manifestações
Moradores da costa sul de São Sebastião estão organizando dois atos em homenagem a jovem Júlia Rosemberg, de 21 anos, morta no domingo(5), quando percorria uma trilha entre os bairros de Paúba e Maresias.
A primeira manifestação está marcada para amanhã, quarta-feira(8), às 9 horas, na Praça do Surf, em Maresias e está sendo organizado pelo Grupo Meninas do Surf de Maresias.
A segunda manifestação está sendo articulada pela Associação das Mulheres da costa sul, que irá homenagear Júlia Rosemberg e todas as mulheres que foram mortas vítimas de violência na costa sul desde 2010.
No sábado, (11), a manifestação deverá ocorrer das 9 às 13 horas, na Praça do Surf, em Maresias. “É uma manifestação contra a violência praticada contra a mulher”, disse Jaqueline Oliveira, uma das organizadoras da manifestação.
Foi criado, também, um grupo no whatasapp com mais de 150 mulheres cobrando “Justiça por Júlia”.
Os grupos que organizam as manifestações de quarta(8) e sábado(11) solicitam que as pessoas compareçam aos atos usando máscaras e respeitem o distanciamento social.
Crime
Júlia Rosemberg tinha 21 anos e cursava medicina veterinária
A jovem, que morava na capital e passava a quarentena na costa sul, saiu no domingo(5), por volta das 7 horas da manhã, para percorrer a trilha.
O último contato com o celular dela ocorreu por volta das 8h20 da manhã, quando ela estava em Maresias. A jovem não retornava para casa, os bombeiros foram acionados. A família e amigos, também, postaram fotos dela nas redes sociais.
No domingo, os bombeiros não encontraram nenhuma pista da jovem. Retomaram as buscas na manhã desta segunda-feira(6) e localizaram o corpo dela semienterrado e coberto por folhagens, próximo a uma caixa d’água da Sabesp.
Segundo informações da polícia, a jovem estava com a máscara de proteção que utilizava dentro da boca e uma cinta, que segundo consta, seria da sua pochete, amarrada na garganta.
A pochete, o tênis e o celular da jovem não foram localizados no local. O corpo foi recolhido e encaminhado ao IML(Instituto Médico legal) de São Sebastião. O laudo sobre as causas da morte dela deverá ser divulgado possivelmente nesta terça-feira(7).
Ainda, segundo a polícia, a jovem não aparentava ferimentos no corpo, apenas as marcas causadas pela asfixia no pescoço. Tudo indica que ela possa ter sido estrangulada. Ainda não se sabe se a jovem teria sofrido violência sexual.
