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Metade dos funcionários dos Correios estão em greve no Litoral Norte de SP, diz sindicato

Tamoios News
Foto: Agência Brasil

Os servidores da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos estão em greve desde o dia 17 de agosto. Os Correios são, atualmente, uma empresa pública de direito privado, vinculada ao Ministério das Comunicações. Moradores do Litoral Norte de São Paulo têm sentido os efeitos da paralisação de parte dos funcionários. De acordo com o presidente do Sindicato dos Trabalhadores dos Correios do Vale do Paraíba (Sintect-VP), Moisés Lima, atualmente a adesão à greve no Litoral Norte de São Paulo é de aproximadamente 50%, considerando servidores das quatro cidades. Segundo Lima, as agência da região estão funcionando parcialmente.

A moradora da Vila Amélia, bairro central de São Sebastião, Shirley Wagner, relata que os serviços estão prejudicados desde antes do início da greve. “Recebemos em junho faturas vencidas em abril, e só desta vez. E até o momento não recebemos mais nada”, afirma.

A moradora de Barequeçaba, Maria Vieira, conta que desde o início da quarentena recebeu correspondência apenas duas vezes. Outra moradora de São Sebastião, Maria José Alves Amaral, diz ter recebido nos últimos meses apenas Sedex e uma multa do Departamento de Estradas de Rodagem (DER).

Segundo a Federação Nacional dos Trabalhadores em Empresas dos Correios e Similares (Fentect), parte dos trabalhadores decidiu cruzar os braços em protesto contra a proposta de privatização da estatal e pela manutenção de benefícios trabalhistas. A categoria também reivindica mais atenção, por parte da empresa, quanto aos riscos que o novo coronavírus representa para os empregados.

Para a próxima sexta-feira (11) está marcada uma audiência de conciliação mediada pelo Tribunal Superior do Trabalho (TST).

Posicionamento dos Correios

O portal Tamoios News questionou os Correios sobre a greve. Por e-mail, a empresa enviou a seguinte nota:

De acordo com sistema de monitoramento dos Correios, a adesão ao movimento paredista é baixa. A maioria dos empregados segue trabalhando normalmente. Os índices de qualidade têm se mantido nos parâmetros da pandemia – as agências seguem atendendo e as entregas ainda contam com eficácia superior a 90%. A empresa não fornece dados segmentados da operação porque essas informações variam constantemente.

Os Correios estão trabalhando para minimizar os efeitos da paralisação parcial dos empregados. A empresa tem realizado mutirões de entregas em todo país, medida que faz parte do plano de contingência da empresa. Outras ações como apoio dos empregados da área administrativa e o remanejamento de veículos estão sendo adotadas. A iniciativa demonstra o compromisso dos Correios com a qualidade operacional e com os clientes, neste momento em que os serviços da estatal são ainda mais essenciais aos brasileiros.

A empresa aguarda o julgamento do Dissídio de Greve pelo Tribunal Superior do Trabalho: a questão se encontra em juízo e será resolvida pelo TST, findando este impasse que tanto prejudica a população brasileira. Vale ressaltar que os Correios têm preservado empregos, salários e todos os direitos previstos na CLT, além de outros benefícios concedidos a seus funcionários.

Os Correios agradecem os esforços dos empregados que se mantêm firmes no propósito de servir à sociedade e ao país, e contam com o retorno ao trabalho daqueles que ainda se encontram em greve.