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Operação Recorrência deflagrada pela PF apura remessa de valores ao exterior por auditores fiscais

Tamoios News

Esquema de lavagem de dinheiro utilizava offshores e teria a participação de doleiros. Na sexta(12), um auditor da Receita Federal foi preso em São Sebastião acusado de pedir propina de R$ 23 milhões

O Ministério Público Federal (MPF) e a Polícia Federal (PF) cumprem nesta quarta-feira (17) dois mandados de prisão temporária e de busca e apreensão em São José dos Campos e no Rio de Janeiro em mais uma fase da Operação Lava Jato.

A Operação Recorrência, desdobramento da Operação Câmbio, Desligo, investiga a remessa de valores milionários ao exterior por dois auditores-fiscais da Receita Estadual do Rio de Janeiro, através de doleiros, em sofisticado esquema de lavagem de dinheiro.

As investigações, que contaram com quebras de sigilo telemático, telefônico, bancário e fiscal, apuraram offshores constituídas nas Ilhas Virgens Britânicas, no Panamá e em Belize, bem como contas bancárias em diversos países, tudo em benefício dos auditores-fiscais. Os valores em espécie eram entregues a doleiros no Brasil, para a remessa para as contas mantidas pelos auditores no exterior.

Além do cumprimento dos pedidos de busca e apreensão e prisões, a Lava Jato pediu também o sequestro dos bens dos envolvidos. Em relação aos crimes já detectados, os auditores-fiscais movimentaram através dos doleiros valores superiores a R$ 20 milhões.

Probitas

Na última sexta-feira(12), um auditor da Receita Federal de São Paulo foi preso em sua casa de veraneio na Praia de Santiago, em São Sebastião, na Operação Probitas, deflagrada pela Polícia Federal, Receita Federal e MPF(Ministério Público Federal ).

O auditor, cujo nome está sendo mantido em sigilo, foi surpreendido às 6 horas da manha com os agentes na porta de sua casa e com o mandado de prisão. Ele foi transferido ainda pela manhã para a sede da Policia Federal, na capital paulista, onde deverá permanecer detido enquanto ocorrem as investigações.

O auditor preso em São Sebastião teria pedido R$ 23 milhões de propina para não autuar um empresário e encerrar a fiscalização tributária. Segundo a Polícia Federal, os investigados poderão responder pelos crimes de corrupção passiva tributária, da Lei nº 8.137/90; associação criminosa, prevista no Código Penal; ou por organização criminosa da Lei nº 12.850/2013, a depender da evolução das investigações.

Segundo a Receita Federal, a operação tem como objetivo investigar crimes de corrupção realizado por servidores da Receita Federal no Estado de São Paulo. As investigações tiveram início em março após um empresário denunciar que estaria sendo chantageado pelo auditor.