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Portaria estabelece regras para atividade de observação de primatas nas Unidades de Conservação

Tamoios News

A atividade de ecoturismo nas unidades de conservação é de grande relevância para a estratégia para a conservação da biodiversidade e também para o desenvolvimento regional ao se tornar uma oportunidade para as comunidades locais de participar e de receber benefícios advindos dessa prática.

Na África e parte da Ásia, a atividade de observação de primatas (monkey watching) de grande porte, como gorilas e chimpanzés, é bem consolidada e atrai observadores de toda parte. Como atividade econômica regulamentada, o monkeywatching movimenta a economia local, gerando recursos para as comunidades. Além disso, a prática ordenada de observação de primatas é responsável, em grande parte, pela conservação dessas espécies.

No estado de São Paulo, ocorrem 10 espécies de primatas, sendo o muriqui-do-sul (Brachyteles arachnoides) o maior primata da América e uma das espécies mais procurada por primatologistas e interessados para a prática da observação. O muriqui-do-sul é uma espécie endêmica da Mata Atlântica e encontra-se criticamente ameaçado de extinção, segundo dados da IUCN – International Union for Conservation of Nature (2019). No Parque Estadual Carlos Botelho, onde a atividade já ocorre, a normatização da atividade por meio dessa portaria pode criar novas oportunidades para a geração de renda tanto para a manutenção da unidade de conservação quanto para as comunidades do entorno, que podem se beneficiar com o turismo receptivo.

Segundo Edson Montilha, gerente da Fundação Florestal, “a portaria traz segurança para o desenvolvimento da atividade, gerando oportunidade de renda para a população, mas principalmente para garantir a integridade comportamental e ecológica dos primatas de São Paulo”.

Além muriqui-do-sul, outras espécies de primatas como bugio, macaco-prego e mico-leão-preto podem ser avistadas na natureza em diversas unidades de conservação do estado.

Para Pietro Scarascia, gestor do Parque Estadual Carlos Botelho, “a Portaria Normativa foi desenvolvida de forma participativa, envolvendo desde monitores ambientais a pesquisadores de primatas, incluindo empresas que operam a atividade, técnicos e gestores da Fundação Florestal e especialistas em primatas“.

No link abaixo é possível acessar o “Guia de Observação de Primatas de São Paulo”, um manual prático e conciso, onde se podem identificar espécies de primatas e sua ocorrência em alguns parques estaduais do estado: Guia dos Primatas FF

Para ter acesso ao texto completo da Portaria Normativa FF/DE nº 324/2020, acesse o site do DOE em: DOE 23-10-2020 – Primatas

*Informações da Fundação Florestal