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Exclusivo: Delegado da PF fala sobre andamento da Operação Torniquete

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Fotos: Tamoios News

Coordenador das investigações estima mais seis meses, no mínimo, para análise de todo material apreendido 

 

Por Leonardo Rodrigues

A reportagem do Portal Tamoios News entrevistou o delegado da Polícia Federal (PF) em São Sebastião, Carlos Roberto de Almeida, sobre o andamento das investigações na Operação Torniquete, que completa na próxima semana 3 meses desde sua deflagração (no dia 29 de novembro). A Operação da PF apura se houve propina em contratos da Prefeitura e desvios de recursos na Saúde, no serviço de coleta de lixo, e em obras públicas no município. Além de vícios no processo licitatório que direcionava ganhos a uma empresa durante os dois mandatos do ex-prefeito, Ernane Primazzi (PSC), entre 2009 e 2016.

Carlos Roberto, que é o coordenador das investigações na PF da cidade, diz que todo o material apreendido com aqueles que estavam entre os 39 mandatos de busca em apreensão no dia que a operação foi deflagrada, além de dados colhidos desde o início das investigações, estão em uma “pré-análise”.

Segundo ele, há ainda a avaliação dos dados de origem da quebra de sigilo bancário. “Ainda não há ninguém indiciado. Estamos seguindo a rota do dinheiro. De onde vem e para onde vai”, fala ao se referir sobre os indícios de desvio de verbas federais.

Apesar do volume de material a ser periciado, o delegado aponta que os dados vindos da quebra do sigilo bancário demandam mais tempo. “As informações bancárias dão um pouco mais de trabalho. Mas estamos ainda analisando, como também recuperando arquivos apagados de celulares e computadores”, fala ao ressaltar a colaboração da Controladoria-Geral da União (CGU) para esta fase da operação.

Há ainda outros elementos que estão sendo apurados, como gravações, interceptações telefônicas, anotações, documentos, e conversas por meio do whatsapp. “Temos muitos arquivos ainda a serem vistos. Acreditamos que vamos conseguir mais ainda. Em 30 dias termina a análise da perícia, que encaminhará o material para nós”, comenta.

O delegado conta que todos que estão citados nas investigações tem seus bens ainda bloqueados e passaportes recolhidos. “Eles precisam se apresentar ao juiz até o dia 10 de cada mês”, observa.

De acordo com o coordenador das investigações, a análise do material apreendido pode revelar detalhes ainda desapercebido pela Polícia. Questionado se há um prazo para a Polícia Federal analisar todo o material, o delegado estima no mínimo seis meses. “Isso se for para estipular um prazo. Uns seis meses, no mínimo”. Em seguida, o delegado apresenta relatório da Polícia Federal, com base em toda perícia e apuração do material colhido, e encaminha ao Ministério Público (MP).

Segundo Carlos Roberto, um dos meios de ressarcimento aos cofres públicos é ir à leilão o patrimônio daqueles que forem provado a culpa.

O delegado diz que a PF segue a “rota do dinheiro”, para apurar desvios de recursos públicos

As investigações começaram ao apurar denúncias de desvios de recursos públicos repassados pelo Município ao Hospital de Clínicas de São Sebastião (HCSS). Durante a investigação, além de irregularidades na intervenção, a PF descobriu “um cenário de corrupção sistêmica, envolvendo secretarias municipais e contratos firmados com diversas empresas prestadoras de serviços”.

Entre os contratos e obras que estão sendo investigados estão a construção do Hospital da Costa Sul, em Boiçucanga, o Cras (Centro de Referência e Assistência Social) da Topolandia, região Central da cidade, e a orla da Enseada, na Costa Norte do Município.

Quando a Operação foi deflagrada, a PF encontrou durante as buscas R$ 559 mil na residência do ex-secretário de Assuntos Jurídico, Marcelo Luiz, além de uma arma com numeração raspada. Marcelo foi preso, mas conseguiu liberdade provisória no dia 23 de janeiro.

Parlamentares – Os vereadores também ficaram na mira da PF. Durante as buscas, foram encontrados R$ 161 mil na casa do vereador Ernaninho, que ressaltou que a ação da Polícia Federal em sua casa foi apenas para averiguação. A polícia também visitou o parlamentar Edivaldo Pereira Campos (PSB), mais conhecido como Teimoso, que afirmou: “Nunca houve negociata com prefeito, ou ex-prefeito”.

Na entrevista coletiva à imprensa, quando veio a público a Operação Torniquete, o próprio delegado Carlos Roberto revelou também a existência de indícios da participação de vereadores, que teriam votado projetos de interesse de Ernane. Entre esses projetos, as contas do Executivo no exercício de 2013, rejeitadas duas vezes pelo Tribunal de Contas, mas aprovado na Câmara Municipal. “Nós temos áudios com intensas negociações para que (as contas) fossem aprovadas pelos vereadores”, revelou Almeida, ao comentar que negociações entre agentes dos dois Poderes não pode conter favores envolvidos.

O delegado comenta que as investigações apuram também a conduta de vereadores na última Administração

2 Comentários

  • Já até imagino o que estão dizendo nessas oitivas, lá na frente do Delegado!!!…??
    Afinal de contas, são “artistas profissionais formados em artes cênicas, com pós graduação e mestrado”!!!…??️?
    Devem estarem contando “historinhas”, de cortar o coração!!!…??
    Tadinhos deles!!!…????

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