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“Mãos Que Acolhem”- Um exemplo de solidariedade em São Sebastião

Tamoios News

Um projeto de voluntariado completou dois anos de muito sucesso em São Sebastião. Trata-se do projeto “Mãos Que Acolhem”, desenvolvido por um grupo de voluntários, que dá acolhimento aos pacientes e seus acompanhantes, que buscam atendimento no setor de oncologia do Hospital de Clínicas de São Sebastião, que é referência neste tipo de tratamento no Litoral Norte. É um exemplo de solidariedade das mais gratificantes e sem qualquer ajuda das prefeituras. É puro amor e solidariedade

Por Salim Burihan

O projeto completou dois anos, no dia 22 de junho passado, para comemorar teve até baile no Tebar Praia Clube. Uma comemoração das mais merecidas, uma vez, que o “Mãos Que Acolhem” depende exclusivamente de seus voluntários e das doações feitas pela população. O projeto não recebe ajuda financeira das prefeituras, apesar de atender pacientes e acompanhantes de toda as cidades da região.

Uma equipe de voluntários alegre e solidária

A ideia de prestar apoio aos pacientes com câncer e a seus acompanhantes foi de Luiz Roberto, o “Betão”, de sua esposa Vânia Cavalcanti e de Luciane, que trabalha na provedoria do HC. Eles percebiam as dificuldades das pessoas, que levavam seus parentes para tratamento de quimioterapia, no HC sebastianense, muitas vindas de Caraguá, Ubatuba e Ilhabela, que passavam horas e horas, sem um lugar para ficar, sem alimentação ou, sem alguém, até para conversar. 

Todos, pacientes e acompanhantes, são recebidos com muito carinho

Os pacientes passavam algumas horas no HC e seus acompanhantes, na espera. Os pacientes recebiam café, água e até alimentação por parte do HC, mas os acompanhantes, principalmente de Caraguá, Ubatuba e Ilhabela,  tinham que se virar. Um grupo decidiu se mobilizar e prestar apoio aos acompanhantes.

A voluntária Luciane, uma das idealizadoras do projeto, junto com Betão e Vânia, explica como surgiu e como funciona o “Mãos Que Acolhem”. Assista o depoimento:

A psicóloga Paula, voluntária do projeto, afirmou que é muito gratificante poder colaborar no programa. “É uma proposta importante para os pacientes e familiares e, também, para nós, que atuamos como voluntários. É carinho e amor para todos”, disse Paula.

Betão, Vânia e Luciane  se sensibilizaram com a situação, inicialmente, dos acompanhantes. Eles conseguiram um espaço com o Instituto Coração de Jesus, da provedoria do HC, para alojar os acompanhantes enquanto aguardavam seus familiares serem atendidos. Primeiro, foi a conquista do local para eles ficarem alojados enquanto aguardam os familiares no tratamento.

O café da manhã servido aos acompanhantes conta com a ajuda de comerciantes e moradores da cidade

Em seguida, o grupo de voluntariado, formado por 21 pessoas, conseguiu garantir o cafezinho, a água, o almoço e atividades como “cafeterapia”, “abraçoterapia”, “fototerapia”, este último com a colaboração da fotografa Lais Aguiar. Atualmente, pacientes e acompanhantes recebem até aplicação de Reiki, um tratamento japonês, uma espécie de massagem feita com as mãos.

O “Mãos Que Acolhem” acontece todas as quintas feiras, dia da quimioterapia no HC, das 7h30 às 13 horas. Em média, são atendidas a cada dia cerca de 50 pessoas, entre pacientes e acompanhantes.

Para familiares e pacientes o “Mãos Que Acolhem” é uma “benção de Deus”. Elizangela, que mora em Ubatuba, viaja cerca de 100 quilômetros, todas as quintas, para fazer quimioterapia em São Sebastião. Veja o depoimento de Elizangela sobre o projeto:

O projeto conta atualmente com 25 voluntários e muitos colaboradores, alguns até, anônimos.

“Temos ajuda da Padaria Elite que nos fornece gratuitamente os pães. Quatro restaurantes, o Família Restaurante, o Atobá, o Tipitopi e o Bem Bolado, forncem gratuitamente refeições aos acompanhantes. E, o grupo que chamamos de “Corrente do Bem”, pessoas colaboradoras, doam alimentos e produtos para as cestas que distribuimos aos pacientes”, explica Vânia.

Sessão de Reiki, massagens com as mãos e a presença do cão Ringo, o mascote do projeto

 

O pessoal da “Corrente do Bem” ajuda na doação de sardinha, gelatina, leite em pó, aveia e farinhas que são utilizados na cesta energética distribuída aos pacientes. São produtos importantes para a recuperação dos pacientes. Além disso, o grupo também distribuiu dez cestas básicas as famílias dos pacientes mais carentes.

Por que não existe colaboração das prefeituras? Vânia responde que o projeto não quer ter envolvimento político. Se as prefeituras tiverem interesse em ajudar, fornecendo os produtos da cesta energética, por exemplo, a colaboração será bem vinda, pois a cesta poderia ser distribuídas para mais pacientes.

Os 25 voluntários são de São Sebastião e a maioria dos pacientes, que recebe a cesta energética ~é de Caraguatatuba.  As pessoas interessadas em colaborar com o projeto “Mãos Que Acolhem” podem entrar em contato com a Vânia, através do celular (12) 98167-9697. Participe você também da “Corrente do Bem”.