Segundo moradores e veranistas que possuem residências no bairro, a obra está parada há mais de três meses
Por Rafael César, de São Sebastião
A obra de infraestrutura urbana da Avenida Mãe Bernarda vêm causando muitos transtornos para vários turistas e moradores do bairro de Juqhehy, Costa Sul de São Sebastião. A Avenida Mãe Bernarda é a principal via do bairro, onde está localiza boa parte dos comércios, casas de veranistas, além dos acessos à praia. A construção promovida pela Prefeitura de São Sebastião estava parada há três meses, segundo relatos, e com isso, muitos trechos estão ruins.
Com a retomada esta semana, o município está realizando melhorias em alguns pontos em plena temporada e muitos motoristas reclamam por precisar ficar cerca de 15 minutos esperando debaixo do sol a liberação da via para continuar seu trajeto.
Foto: Rafael César
“Pelo que sei a obra neste período está parada e será retomada logo após a temporada. Mas, hoje, nós fomos acionados pela Prefeitura para dar um apoio aos trabalhadores que estão fazendo melhorias em alguns trechos. Temos que deixar os motoristas esperando cerca de dez minutos e depois liberamos um lado”, explicou o sargento de trânsito, Vanderlei Thiesen.
A advogada Mara Faria, 67, não se conforma com a situação, pois afirma ser uma contribuinte assídua do município e nunca atrasar seus impostos. Ela diz que já tinha feito inúmeros ofícios nas secretarias responsáveis bem antes do período de verão e nenhuma resposta foi obtida. A advogada conta que tem casa em Juqhehy há cerca de 40 anos e sempre teve problemas relacionados a avenida e outras ruas.
“Já estou cansada de enviar ofícios e não ser atendida. Tem um buraco enorme perto da minha casa e já pedi novamente para eles tomarem uma providência. Eles começaram a mexer aqui depois de um bom tempo, porque a obra estava parada. Tenho que ir para São Paulo, vou passar por uma consulta com meu médico e já estou atrasada. Para mim, não tem cabimento a administração deixar para fazer melhorias em pleno natal, sendo que podia ter feito antes”, reclamou a advogada.
Foto: Rafael César
A construção é um investimento do governo do Estado de São Paulo e a empresa responsável pela obra é a Volpp. O valor da infraestrutura urbana é de R$ 5,3 milhões e deve ser entregue no dia 22 de junho do próximo ano. Ao andar pelo local é possível encontrar muitas calçadas não terminadas. Há também materiais de construção abandonados pela avenida.
“Tenho que trazer minha mulher para trabalhar aqui no bairro, ela é faxineira. No entanto, já tive que dar a volta por Barra do Una por conta dessa obra. Essa construção deveria ter um prazo menor na minha concepção. O serviço que tem que ser feito aqui não é nenhum ‘bicho de sete cabeças’. Os políticos só pensam em se reeleger e depois esquecem tudo”, disse Antônio Alves Vieira, 53.
A recepcionista de uma pousada localizada na avenida, Luana Félix Martins, 28, relata que recebe reclamações constantes dos hóspedes por causa das más condições da via e também quando existe movimentações nas obras. Ela reafirma a versão da advogada dizendo que os trabalhos da obra não vinham acontecendo ultimamente.
“Quando a obra estava na frente da pousada estávamos recebendo muitas reclamações, entretanto, muitas pessoas acabam indo para o lado onde a obra não foi concluída e às vezes ainda escutamos comentários negativos relacionados ao assunto. Queria ver essa obra terminada, assim o nosso serviço melhoraria mais e iríamos ter clientes e visitante mais felizes com a infraestrutura”, concluiu Luana.
Foto: Rafael César
O vereador José Reis de Souza chegou e questionar a prefeitura, por meio de requerimento, sobre o atraso dos trabalhos e também questionando o prazo de entrega.
A resposta, assinada pelo prefeito Ernane Primazzi, informou que os trabalhos estão transcorrendo abaixo do esperado na questão de velocidade, pois houve muita interferência da Sabesp, que está realizando ações nesse mesmo trecho. A administração municipal também afirmou que precisaria noventa dias a mais de prazo para a conclusão, visto que o ritmo seria reduzido durante a temporada.
“Nossa programação é, mesmo com todas as dificuldades que os usuários da avenida vêm atravessando, executar o máximo possível até o final do ano e, após, não paralisar, mas diminuir bastante as atividades para que haja a possibilidade de executar ainda mais a obra e também poder prestar auxilio nos casos de impedimentos de utilização da mesma pelo fator de chuvas normais da época do ano”, apontou nota.
Foto: Rafael César
