Ubatuba

Após um mês e meio de “merenda seca”, escolas estaduais voltam a ter refeições em Ubatuba

Tamoios News
Raell Nunes
Raell Nunes

Na foto, escola estadual Idalina do Amaral Graça, localizada num dos bairros mais populosos de Ubatuba (8 mil pessoas), Ipiranguinha

Empresa começou a prestar serviço de manipulação de alimentos e preparo de refeições município, na semana passada

Por Raell Nunes, de Ubatuba

Depois de um entrave entre a prefeitura de Ubatuba e o Governo do Estado de São Paulo, o problema envolvendo o fornecimento de merenda nas escolas da rede estadual ubatubenses parece ter chegado ao fim. Os alunos, que durante um mês e meio estavam recebendo a chamada merenda seca – que inclui um achocolatado e um pacote com bolacha salgada ou mini bolo, agora podem se alimentar com refeições completas.

Segundo apurado pela reportagem do Tamoios News, desde o início da semana passada as refeições mudaram. Conforme depoimentos de alunos, o novo cardápio inclui vários itens, como macarrão com porpetas, salada, frutas, arroz, feijão, carne branca e vermelha.

Segundo moradores, a escola estadual Dionísia, localizada no Parequê- Açu, esteve sem aulas durante alguns períodos por falta de merenda. A Diretoria de Ensino de Caraguatatuba, que é responsável pelas escolas de todo o litoral norte, nega a afirmação e diz que nunca faltou merenda para as escolas do município.

O estudante da escola estadual Idalina do Amaral Graça, no bairro do Ipiranguinha, Wendel Perreira, 17, disse que a situação agora melhorou.

“Os diretores haviam avisado que iria mudar, e mudou mesmo. Depois que eu faço educação física fico com fome, porque gasto muita energia. Com aquelas bolachinhas não dava nem para ficar em pé. Agora está dando para comer bem”, disse o estudante do último ano do ensino médio.

A mãe do garoto Analice da Cruz Perreira, 48, falou sobre as dificuldades de uma família que não tem como dar uma boa alimentação aos seus filhos. “Se a criança carente não tem uma boa alimentação em casa, ela depende da escola”.

Outro aluno da mesma escola, Eduardo de Jesus Martins, 16, gostou da nova merenda. “Fico bem mais disposto depois que como bem. O dia fica melhor, a aula fica melhor. Hoje, por exemplo, teve macarrão, eu adoro macarrão”, completou o estudante.

“Uma boa refeição é fundamental numa escola. Se tem uma boa alimentação, o aluno presta mais atenção na aula. A comida influencia diretamente no rendimento estudantil de qualquer aluno”, afirmou a mãe de Eduardo, Dercilia Gomes de Jesus, 52.

A Diretoria de Ensino declarou, em nota, que desde o dia 21 de março de 2016 uma empresa começou a prestar serviço de manipulação de alimentos e o preparo de refeições. Desde então merendeiras estão fazendo as refeições que são servidas aos alunos da cidade de Ubatuba, integrantes da rede pública de ensino estadual.

Entenda o caso

Na primeira sessão da Câmara deste ano em Ubatuba, uma vereadora denunciou o rompimento do convênio com o Governo do Estado, da gestão Geraldo Alckmin (PSDB), referente ao fornecimento de merenda.

Na época, a prefeitura afirmou que as escolas estaduais são de responsabilidade do governador e as escolas municipais do prefeito.

Conforme esclareceu a prefeitura, o Estado repassava 50 centavos por aluno, enquanto o custo real é de cerda de R$ 3 por dia. “Uma das prefeituras de menor arrecadação de SP colocava quase R$ 4 milhões por ano, para cobrir custos de responsabilidade do governador”, disse em nota.

O Estado, por sua vez, alegou que a prefeitura informou sobre o rompimento do convênio em cima da hora, inviabilizando os trâmites burocráticos para a contratação da empresa especializada, em tempo hábil até o início das aulas em 2016. Ubatuba é a única cidade do Litoral Norte que agora não mantém mais o convênio referente à merenda escolar com o governo estadual.

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