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Cristina Prochaska relata sequelas após contrair duas vezes Covid-19

Tamoios News

A fotógrafa e atriz Cristina Prochaska, 61 anos, moradora de Ubatuba, alerta para as graves sequelas deixadas pela infecção de covid-19. Mesmo afirmando tomar todos os cuidados para evitar o vírus, ela testou positivo duas vezes. A primeira foi em outubro de 2020. A segunda foi em agosto de 2021, depois de já ter tomado duas doses da vacina AstraZeneca/Oxford. 

Como ainda há muitos estudos em andamento sobre a doença, não se sabe com certeza se seu caso foi de reinfecção ou se ela continuou com o vírus no corpo desde a primeira infecção e, depois, ele voltou a provocar sintomas.

“Os sintomas foram muito parecidos. Na primeira eu tive febre, dores no corpo, como uma gripe forte. Sintomas mais fortes senti na segunda contaminação, apesar de os dois episódios terem sido considerados leves, sem hospitalização”, relata. 

Mas o problema maior ocorreu na fase de reabilitação. “As sequelas foram muito fortes. Mal conseguia andar dentro de casa e tinha muita dificuldade de respirar. Febre alta e dor no peito. Como meu exame deu negativo para covid (depois de 20 dias) me trataram como pneumonia. Aí começou todo o problema grave de saúde que me abateu muito. As tais sequelas, das que muito pouco se fala, e eu acho isso muito sério”, conta Prochaska.

A atriz disse que está participando de um grupo de estudos da Fiocruz que investiga possíveis reações da vacina AstraZeneca/Oxford, como o surgimento de coágulos sanguíneos associados à baixa contagem de plaquetas, gerando tromboembolismo pulmonar (TEP). Segundo Prochaska, esse pode ter sido seu caso, mas como o estudo está em andamento ainda não há conclusões. “Pequenos trombos se formaram em meu pulmão e em alguns dias eu já estava muito doente. Mesmo com o início de injeções de anticoagulantes e antibióticos. Fiquei na UTI por 5 dias. Tive parada cardiorrespiratória por 1 minuto e 3 segundos. Morri. Mas voltei para contar que as sequelas são muito subestimadas e pouco divulgadas”, desabafa.

Sobre as sequelas causadas pela covid-19, além da formação desta trombose, ela menciona inflamação das articulações dos joelhos e calcanhares e dificuldade para caminhar. “Estou fazendo fisioterapia, e já decidi que tenho que cuidar muito da minha saúde. Tenho muita coisa para fazer , não tenho tempo de morrer (risos).”

De acordo com Prochaska, o tromboembolismo pulmonar é uma das emergências mais subdiagnosticadas e é a terceira causa de morte por evento cardiovascular. Em tratamento em casa, ela precisará fazer uso de anticoagulantes por 6 meses, exercícios, alimentação adequada e controle médico a cada 15 dias.

A atriz também procurou o terapeuta Francisco Magaldi. “Eu pedi pra ela fazer uma bateria de exames, vamos ver se conseguimos detectar alguma coisa. Como ela teve uma parada cardiorespiratória, temos que ter muito cuidado, tanto fisicamente como psicologicamente”, avalia. Segundo Magaldi, seu trabalho pela recuperação da atriz será focado em investigar as causas e tratar os sintomas. 

No início deste mês, em seu perfil numa rede social, Cristina escreveu: “Eu repito e repito que [a pandemia] não acabou, que é para usar a máscara, que é para evitar ao máximo sair de casa, que é para não fazer nenhum tipo de aglomeração ou encontros”.