O Sindicato dos Trabalhadores Administrativos em Capatazia, nos Terminais Privativos e Retroportuários e na Administração em Geral dos Serviços Portuários do Estado de São Paulo (SINDAPORT) iniciou na manhã de hoje (26) a paralisação dos serviços no Porto de São Sebastião pelo período de 48 horas. O motivo, segundo aviso publicado na semana passada, é a recusa da empresa à negociação coletiva referente à data-base de 1º de maio de 2021.
“Vamos cumprir as 48 horas de movimento, conforme avisado aos usuários, sem operação no porto. A greve acaba sexta-feira (28), às 7 horas. Se não houver resposta positiva das reivindicações e a categoria resolver, aí sim poderemos fazer uma paralisação por tempo indeterminado”, informou o Vice-Presidente do SINDAPORT, João de Andrade Marques.
De acordo com o informativo de greve, essa paralisação por dois dias foi aprovada em assembleia na semana passada, em favor da manutenção do acordo coletivo e pela reposição salarial pelo índice de inflação. “A Companhia Docas não repõe a inflação do salário dos doqueiros desde 2017, a inflação acumulada nesse período, segundo o IPCA-IBGE, foi de 17,89%”, afirma o SINDAPORT.
O sindicato também afirma que a receita do Porto de São Sebastião aumentou 55% em 2020 em relação a 2017 e mesmo com esse resultado positivo a empresa e o Governo do Estado se negam a negociar. Além disso, o SINDAPORT reclama da diminuição do número de empregados e consequente aumento do trabalho para quem permanece. “A postergação no pagamento dos reajustes inflacionários contribuiu para a diminuição de funcionários ativos, pois, sentindo-se desvalorizados, muitos empregados pedem demissão”, argumenta.
Algumas reivindicações dos trabalhadores, segundo o SINDAPORT
– Reconhecimento da garantia da data-base
– Manutenção das cláusulas do Acordo Coletivo de Trabalho 2015-2016 (acórdão)
– Reajuste salarial pelo INPC, com reflexo sobre todos as cláusulas econômicas e sociais
– Produtividade de 10% sobre salário reajustado
– Gatilho salarial – quando a inflação atingir 8%
– Vale-refeição e vale-alimentação, com desconto simbólico de 1%, os valores serão reajustados conforme o acordo coletivo de trabalho, do ano anterior, aguardando decisão, com reflexos consecutivos, ano sobre ano, e retroativo.
– Acordo pelo período de dois anos (2021-2023, com revisão das cláusulas econômicas em 2022)
– Auxílio Educação para dependentes até 18 anos
– Auxílio-creche
– Fornecimento de transporte para perícias médicas previdenciárias, quando a mesma for realizada fora do domicílio da empresa