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Preço da cesta básica no Litoral Norte de SP reduz, mas tendência é de nova alta no verão

Tamoios News
Imagem ilustrativa

A pesquisa da Cesta Básica Alimentar é realizada pelo Centro Universitário Módulo e a Faculdade de São Sebastião – FASS, duas instituições do Grupo Cruzeiro do Sul Educacional, desde janeiro de 2018, nos quatro municípios do Litoral Norte do Estado de São Paulo: Caraguatatuba, Ilhabela, São Sebastião e Ubatuba. A pesquisa utiliza metodologia similar à aplicada pelo DIEESE – Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos – em São Paulo para verificar os preços e as variações de 13 produtos básicos de alimentação. O objetivo da pesquisa é identificar a variação dos preços dos produtos que compõe a Cesta Básica Alimentar nos municípios do Litoral Norte do estado de São Paulo e possibilita, também, comparar com a variação dos preços de outras regiões do país. A coleta de preços é feita mensalmente em 12 supermercados, 3 em cada um dos municípios.

Resultado no mês (novembro de 2021)

O preço da cesta básica apresentou redução no mês de novembro no Litoral Norte/SP em todos os municípios, interrompendo uma sequência de quatro meses consecutivos de alta. A Tabela 1 indica a variação nos preços da cesta básica nos quatro municípios no mês de novembro, em relação ao mês de outubro. Entre os municípios as variações foram as seguintes: São Sebastião (-1,52%), Ubatuba ( – 0,74%), Ilhabela (-0,52%) e Caraguatatuba (- 0,04%). A média do preço da cesta nos municípios era de R$ 637,22 em outubro, com redução para R$ 631,66 em novembro, queda de – 0,87%. Esse resultado de redução registrado novembro interrompeu a sequência de altas nos meses anteriores. Essa pequena retração nos preços resulta de aspectos pontuais apresentados nessa nota à imprensa.

Tabela 1 – Variação e preço da Cesta Básica Alimentar

O Gráfico 1 apresenta o preço da cesta básica nos 4 municípios do Litoral Norte e a média em novembro de 2021. O preço da cesta básica mais elevado foi registrado no município São Sebastião R$ 643,83 e o menor preço em Ubatuba R$ 621,99. A diferença entre a cidade que tem a cesta básica mais cara (São Sebastião) em relação a mais barata (Ubatuba) foi de 3,51%.

Gráfico 1 – Valor da Cesta Básica em outubro de 2021, em reais

Em novembro, 7 dos 13 produtos que compõe a cesta apresentaram alta nos preços e 6 apresentaram recuo na comparação com o mês de outubro, conforme apresentado na Tabela 2. Os produtos que apresentaram maiores altas no mês de outubro foram: café (+ 13,51%), açúcar (+4,24%) e óleo de soja (3,42%). Enquanto os produtos que apresentaram maiores reduçõesforam: tomate (- 6,63%), leite (- 5,81%), farinha de trigo (- 3,55%), feijão (- 3,49%) e carne bovina (- 1.42%).

Tabela 2 – Variação em percentual nos preços dos produtos que compõe a Cesta nos últimos dois meses

Em relação aos produtos que apresentaram alta no mês de novembro destaca-se dois deles. O café tem apresentado uma tendência de alta, identificada nos meses anteriores. A elevação no preço do produto é consequência da redução da produção com a seca intensa em 2021 e das geadas do início de agosto, o que reduziu o estoque e a oferta do produto, tanto no mercado doméstico quanto no global. O açúcar também figura entre os produtos com maior preço nos últimos seis meses, o que é uma consequência da maior elevação dos preços internacionais do produto e da queda da produção de cana-de-açúcar no Brasil, reflexo da seca mais intensa em 2021. Além disso, a alta no preço do etanol pode ter provocado a maior destinação da cana-de-açúcar para a produção de combustíveis, reduzindo ainda mais a oferta para a produção de açúcar.

Em relação ao produtos que apresentaram retração de preços em novembro, os principais destaques foram o tomate e o leite. A redução no preço do tomate é resultado de uma maior oferta no mercado com a chegada de uma nova safra, no entanto o preço do produto ainda continua muito alto em função dos aumentos nos meses anteriores. A redução no preço do leite é consequência do aumento da oferta disponível no mercado com a melhora na qualidade das pastagens por conta da volta das chuvas mais constantes e clima mais quente. A melhora qualidade das pastagens reduz os custos de produção (menor consumo de ração) e aumenta a oferta de leite.

A redução, ainda que com variação baixa, no preço da carne bovina é consequência da suspensão temporária das exportações de carne bovina para a China. No entanto, o preço do produto ainda continua muito alto no mercado brasileiro e o preço tender a subir no mês de dezembro com o aumento no consumo interno em razão das festas de final de ano.

Resultados nos últimos 12 meses

A variação nos preços dos produtos da cesta básica nos últimos 12 meses exclui fatores sazonais como a alta e a baixa temporada, características dos municípios litorâneos ou variações decorrentes dos períodos do ano como safra e entressafra, típicas dos produtos agropecuários.

A comparação anual, conforme Tabela 3, aponta o aumento de preços da cesta básica no mês de novembro de 2021 em comparação a novembro de 2020. O preço da cesta básica aumentou nos quatro municípios do Litoral Norte, em Caraguatatuba (+ 12,87%), Ilhabela (+ 10,61%), São Sebastião (+ 11,98%) e Ubatuba (+ 11,40%). Nos últimos 12 meses os preços da cesta apresentaram variação de + 11,53%, resultado semelhante a prévia da inflação nacional que é o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA-15), cuja variação nos últimos 12 meses (de novembro 2020 a novembro de 2021) foi de 10,75%.

Tabela 3 – Variação e preço da Cesta Básica Alimentar – 12 meses

O preço dos alimentos, mesmo com a pequena redução no mês de novembro continua extremamente alta, o que tem dificultado o acesso a alimentação básica da população. Conforme a pesquisa PNAD/IBGE publicada na última semana de novembro, a renda do trabalho dos brasileiros teve redução de 11% na comparação do 3º trimestre de 2021 com o mesmo período de 2020). A redução da renda em comparação a alta nos preços dos alimentos contribui para a redução do poder de compra das famílias brasileiras.

A Tabela 4 aponta o preço médio e a variação dos 13 produtos que compõe a cesta básica alimentar nos últimos 12 meses. Nesse período todos os itens apresentaram alta e as maiores 5 variações foram os preços do café (+ 72,57%) e do açúcar (+ 61,74%), aumento resultante da queda da produção interna e da desvalorização do real frente ao dólar.  Foram identificadas redução nos preços da farinha de trigo (-21%), do feijão (-3,08%) e do arroz (0,81%), consequência de uma maior oferta no mercado interno. Cabe destacar que o arroz e o feijão estiveram entre os grandes vilões da cesta básica em 2020, ou seja, os preços de 2021 estão sendo comparados com um período de expressiva elevação no ano anterior.

Tabela 4 – Preços dos 13 produtos que compõe a cesta básica, em reais, nos últimos 12 meses em reais e variação de novembro 2020 a novembro de 2021

O Gráfico 3 aponta a variação nos preços da cesta básica nos últimos 12 meses. O preço da cesta alimentar sai de R$ 566,38 em dezembro de 2020 para R$ 631,66 em novembro de 2021. Mesmo com a pequena redução no último mês a tendência é de aumento nos preços dos produtos da cesta básica alimentar com a chegada do verão e a maior circulação de turistas nos municípios do Litoral Norte. A redução nos indicadores de mortes e contaminação com a COVID – 19 deve estimular o turismo e com isso o aumento da demanda e dos preços.

O Gráfico 2 – preço da cesta básica no Litoral Norte nos últimos 12 meses

A Tabela 5 apresenta a variação dos preços nos últimos 12 meses no Litoral Norte.

Tabela 5 – Preço da Cesta Básica nos últimos 12 meses

Equipe técnica