Turismo Ubatuba

Projeto pioneiro: Turismo em Ilha terá gestão de comunidades tradicionais

Tamoios News
Superlotação durante o verão coloca em risco a fauna e flora marinha Fotos: Divulgação

Estudo técnico limitou em 177 visitantes na ilha, mas Comunidade Tradicional, que vai explorar o turismo no local, vai apresentar contraproposta em nova reunião marcada para 24 de setembro

Por Salim Burihan

O encontro realizado ontem entre Moradores da comunidade tradicional da Picinguaba, munícipes e representantes de órgãos como Ministério Público Federal (MPF), Marinha do Brasil, Ibama, Instituto Florestal, APA Marinha do Litoral , Prefeitura de Ubatuba e Câmara Municipal, em Picinguaba, ainda não definiu como será o turismo na Ilha das Couves.

A definição deverá ocorrer no novo encontro marcado para o dia 24 de setembro, em Picinguaba. Na reunião de ontem, foi apresentado o estudo elaborado durante seis meses, por técnicos dos órgãos públicos (biólogo, engenheiro ambiental, profissionais do turismo, oceanógrafo).

O estudo definiu a capacidade de turistas que a ilha pode receber, 177 pessoas simultaneamente, não foi definido se esse número de pessoas seria por período (tipo, durante a manhã e a tarde).

Os representantes das comunidades tradicionais aproveitaram o encontro para tirar suas dúvidas e, no final do encontro, pediram um prazo para apresentar uma contraproposta. É que, o TAUS(Termo de Ajustamento de Uso Sustentável) que será assinado ao fim das reuniões, passará a gestão da ilha as comunidades tradicionais, para gerar o turismo na ilha de forma sustentável, através de passeios.

Tudo indica, que haverá bom-senso e que no final dos encontros entre as autoridades, será encontrada a melhor maneira para a comunidade explorar o  turismo na ilha, sem que haja qualquer prejuízo ambiental.s

A reunião de ontem, sexta(24), foi a segunda promovida pelas autoridades locais, estaduais e federais para discutir o assunto. O primeiro encontro ocorreu no último dia 14,  ocasião em que foi apresentada uma pesquisa sobre o estudo de capacidade de carga turística da Ilha das Couves e alternativas de gestão do local.

Na ocasião, a Procuradora Federal, Walquiria Imamura Picoli, lembrou que a Ilha é patrimônio da União e não está à venda. Comentou que ela tem sido invadida pelos turistas de maneira predatória, pois o destino oferece muitas opções para mergulho, trilhas e praia desta maneira, o perfil desse turista também foi avaliado no estudo.

Foi criado um grupo de trabalho (GT), formado por técnicos dos órgãos públicos (biólogo, engenheiro ambiental, profissionais do turismo, oceanógrafo), que desenvolveu esse estudo considerando diversos aspectos para chegar a esse limite de uso – que vai permitir a reflexão de qual futuro todos querem para a Ilha?

Histórico

 

Desde 2016, o MP vem recebendo denúncias e reclamações sobre situações de desordem, poluição, desmatamento e irregularidades ambientais na Ilha das Couves, que está inserida nos limites da Área de Proteção Ambiental Marinha do Litoral Norte.

No verão deste ano, a situação chegou a ficar insustentável. Nos dias 1,2,3 e 4 de janeiro, mais de 1.500 pessoas por dia dividiram um espaço 450 metros de praia. A partir daí, o MPF resolveu agilizar a elaboração de um TAUS para definir o uso turístico da ilha, e preservar a fauna e flora marinha local.

Possíveis soluções

Procuradora Federal, Walquiria Imamura Picoli, fala sobre a importância de turismo sustentável na Ilha das Couves

Dando sequência, os índices e os apontamentos do estudo foram apresentados, bem como, três possíveis soluções para a gestão da Ilha das Couves.

A principal delas, prevê a gestão da Ilha por meio da comunidade, por meio de um termo de Uso Sustentável (TAUS), em que analisa a viabilidade do termo acompanhado de proteção do Meio Ambiente e equilíbrio ecológico.

De acordo com a procuradora, trata-se de uma oportunidade pioneira, que contará com o apoio de vários atores (órgãos públicos) para organizar a comunidade e cumprir os critérios das condicionantes a fim de conseguir o Taus.

Tudo indica, que no encontro do dia 24 de setembro, o Fórum das Comunidades Tradicionais apresentará uma proposta que possibilite a assinatura definitiva do TAUS e com isso, o turismo na ilha seja feito de acordo com a sua capacidade, sem colocar em risco o meio ambiente local.

 

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