Esportes São Sebastião

Projeto leva atletas de 60 anos para etapa do Aloha Spirit em Brasília

Tamoios News

Atletas vão disputar na modalidade de canoa polinésia neste fim de semana 

Por Leonardo Rodrigues

O projeto social São Sebá Vaa, que tem como missão a canoagem para todos, está levando uma equipe com 30 pessoas para participarem da próxima edição do Aloha Spirit em Brasília, neste fim de semana.

fotos-Divulgação

Entre os atletas estão mulheres, a partir de 60 anos, que disputarão na modalidade de canoa polinésia. O Aloha Spirit é considerado o maior festival de esportes aquáticos da América Latina, que fez história ao criar no Brasil um novo conceito de esportes aquáticos, e um dos três principais do mundo (os outros dois são realizados no Havaí e na Califórnia – EUA).

Essa será a primeira vez que a competição conta com categoria Legends – acima de 60 anos, no Brasil. A dificuldade está em encontrar participantes em outros clubes. Contudo no projeto sebastianense já são mais de vinte atletas nessa categoria. Na competição deste fim de semana 12 mulheres acima de 60 anos representarão a cidade em Brasília.

A reportagem falou com parte da equipe, que embarcou na quinta(21) para Brasília, onde representarão a região na competição neste sábado (23). Janette Flausino, 63 anos, aposentada, rema há três meses nas canoas havaianas do Projeto Canoa para Todos, do Instituto São Sebá’Vaa, e se sente orgulhosa com a oportunidade de competir.

“Nunca pratiquei esporte competitivo. Pra mim é uma honra participar dessa história – a 1a competição de Legends no Brasil – é um grande desafio e vou confiante e alegre para esta nova experiência”.

Elizabeth Maia, tenho 69 anos, conta que conheceu a canoa no dia do idoso, sem nenhuma pretenção, mas que já tomou gosto pelo esporte.

“De novembro para cá treino todos os dias e hoje estou em Brasília, para o Aloha. Parar agora é tarde. Já estou apaixonada. Desafios e superação é meu lema”, afirma.

A aposentada de Paraisópolis, no Sul de Minas Gerais, Goretti Castro,Tenho 61 anos, escolheu São Sebastião para morar há 3 anos. Com a nova cidade, também veio a nova paixão: a canoa.

“Estou remando há sete meses, e estou cada dia mais apaixonada por essa prática esportiva. É uma grande honra participar dessa primeira competição de Legends no Brasil. Mais um grande desafio na minha vida. Mahalo!”.

A canoa também é a paixão de Maria Cristina Lopes Cruz Bittencourt, de 63 anos, remadora há um ano.

“Me apaixonei pela canoa havaiana no primeiro contato que tive com ela! E desde então não consigo mais ficar sem remar!! Tenho necessidade de estar remando! Hoje a minha vida é mais colorida e divertida”.

Superação. É assim que Izilda Souza Puga, 65 anos classifica a canoa em sua vida. Praticante há pouco tempo, a competição do fim de semana vem despertar o desejo por novos desafios.

“É uma experiência divina. Estar em Brasilia participando dessa competição para mim é um grande desafio. Ultrapassei um muro”, conta.

Mas a prática do esporte não traz apenas novas perspectivas a essas participantes, mas também permite melhora na alta estima. Essa é a opinião da advogada Sueli Stropp, de 67 anos.

“Nunca gostei de esporte. Estou remando nas canoas havaianas há três meses. Foi a melhor coisa que podia me acontecer. A canoa me devolveu a alto estima, e a liberdade. Sempre exerci atividades que envolviam um coletivo, mas na canoa isto toma uma dimensão maior”, disse.

Mas o Projeto Canoa para Todos, do Instituto São Sebá’Vaa, parece não ter limites geográficos. Parte da equipe está Celeste Barbosa, 68 anos, da cidade vizinha ilhabela.

“Sou a única participante do Aloha Spirit representando a cidade de Ilhabela na categoria Legend. Inclusive serei patrocinada pela Prefeitura da cidade”, ressalta. Há dois anos Celeste conheceu o remo no arquipélago e desde então o esporte faz parte de sua vida.

“Estou feliz em participar agora nesta categoria mais de 60 anos e com isto incentivar outras mulheres a participarem deste esporte maravilhoso. Posso dizer que renasci depois que comecei remar. Sou outra Celeste!  Agora sou uma atleta da canoagem!”.

Todos – 

O trabalho do Instituto São Sebá Va’a também se destaca por não existir cobranças, ou taxas, para remar. Custos são divididos entre todos, e com a força do coletivo adquirem novas canoas e equipamentos para usufruto de todos os participantes. Um exemplo é a própria participação na competição em Brasília, onde os custos da viagem foram sanados com fundos arrecadados pelos integrantes do projeto.

O casal Robson Bitencourt (Toko) e Georgia Michelucci, responsáveis pelo instituto, contam que o projeto que nasceu há cinco anos, e já conta com mais de 200 pessoas. “A canoa é para todos. Temos participantes de todas as condições financeiras, de diversas cores, religiões e opções sexuais. Nosso trabalho é para todos”, comenta Georgia.

O Projeto Canoa para Todos, do Instituto São Sebá’Vaa, passa também a almejar remadas mais distantes. Isso porque, de Brasília, uma das atletas de 60 anos, além de Georgia e Toko seguem para o Tahiti, no campeonato mundial de canoa polinésia.

A certeza de vitória do projeto sebastianense não está no número de medalhas, mas na persistência de seguir no caminho da solidariedade.

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