Falta de segurança é um dos problemas citados pelos comerciantes
Com pouco tempo de uso, imóveis na Rua da Praia são depredados e viram ponto para usuários de drogas e andarilhos
Por Conrado Balut
Quando o Complexo Turístico da Rua da Praia foi inaugurado, no final de 2012, em São Sebastião, o centro da cidade ganhou novos espaços destinados ao entretenimento, entre eles, três grandes quiosques gastronômicos. Localizados à beira-mar, a proposta era que eles servissem como um dos carros-chefes para atrair turistas e moradores que quisessem desfrutar de um momento de lazer, aproveitando a bela vista que o local proporciona.
Quase três anos depois, a situação é bem diferente. Dois quiosques possuem placas de restaurantes, mas não oferecem atendimento ao público. Um deles, inclusive, está fechado com vidros para evitar atos de vandalismo. Já o terceiro, que é dividido ao meio, apresenta funcionamento em apenas um dos lados.
O quiosque central é o que apresenta condição mais precária. A reportagem do Tamoios News foi ao local e se deparou com a situação de depredação e abandono. O espaço está servindo atualmente como abrigo para andarilhos e usuários de drogas. Objetos queimados, preservativos, itens que confirmam o uso de drogas no local e até fezes foram encontrados pela reportagem, que constatou também portas arrombadas e paredes pichadas.
“Considero um dos melhores pontos da cidade, bem no centro, de frente para a Ilhabela. É uma pena estarem nessa situação”, diz o morador Kauã Lauris, que costuma praticar esporte nas quadras localizadas em frente aos quiosques.
Segundo relato de um funcionário de um dos quiosques, que preferiu não se identificar, a falta de segurança é um dos principais problemas. “Nós nos sentimos inseguros aqui porque não há movimento algum. Semana passada puseram fogo em um colchão dentro do quiosque. Se pessoas que passavam pelo local não tivessem se mobilizado rapidamente, não teria sobrado nada. Quem quer vir até aqui para ver esse quiosque cheio de usuários de drogas? Ninguém se sente seguro. Além da iluminação ser péssima, a noite fica tudo escuro”, completou.
Outro fato constatado pela reportagem é que o quadro de luz, localizado à frente dos quiosques, não está ligado à rede elétrica.
“Infelizmente a luz aqui é uma só para todo o complexo. Não há separação e já tive quase todos os meus aparelhos queimados por causa disso. Tenho que escolher se faço lanches ou porções, porque caso eu ligue os dois aparelhos ao mesmo tempo, a energia cai”, relata uma das proprietárias de quiosque.
Outra proprietária ainda complementa. “Pelo movimento que temos aqui, nós é quem deveríamos receber uma ajuda de custo para manter este estabelecimento. Pelo menos, estamos cuidando. Trazemos bandas, músicos, fazemos promoções e nada. Desse jeito, fecharemos em breve”. Ela lembrou que num domingo manteve o ponto comercial aberto das 17h às 22h e vendeu apenas um único suco de maracujá. No final do mês, o aluguel pago pelos comerciantes varia de R$ 1.800 a R$ 3.000.
Outro lado
Questionada sobre as questões contratuais, de utilização e segurança do espaço, a Prefeitura Municipal de São Sebastião informou, por meio de sua assessoria de imprensa, que até o final de novembro todos os quiosques da praça do artesão receberão reforço para garantir ainda mais segurança.
Em relação aos espaços gastronômicos, dois estão em funcionamento e o terceiro deve abrir em breve. “A Guarda Municipal também intensificou a ronda pelo local e algumas ações já foram realizadas em todo o Complexo. A realização de atividades culturais no anfiteatro e a entrega da fonte luminosa também têm fomentado o movimento com visita de turistas e moradores ao local. Sem contar os eventos tradicionais como Verão Show e Glorifica Litoral”, diz a nota.
