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“Um varal cheio de amor ao próximo”, projeto de doação de roupas de um casal de aposentados

Tamoios News

Quem passa pela avenida Paraná, número 1705, no bairro Indaiá, próximo da Unimed, em Caraguatatuba, pode estranhar a “decoração” na frente da casa. Todas as roupas que estão penduradas nas grades são para doação. É só chegar e pegar. Os calçados que estão encostados no muro do lado de fora também são para doação.

O casal de aposentados, Edinates Farias, de 62 anos e sua esposa, Sidneia da Silva Farias, de 60 anos, mudaram de Taubaté para Caraguatatuba há 12 anos. Sempre envolvidos em projetos da igreja Adventista do Sétimo Dia, eles participaram durante oito anos da ASA (Ação Solidária Adventista) em Caraguatatuba. “Eles trabalhavam com isso na igreja e realizavam o Varal Solidário, que é como chamamos a doação das roupas e calçados, na Escola da Família e levavam a doação de roupas para outras cidades, como Pouso Alto e Paraibuna e tinha o Varal Solidário que eles faziam a noite nas ruas de Caraguatatuba, para levar as peças para o alcance das pessoas que não tem um lar”, explica a filha do casal, Cintia Farias Duarte Zaran, de 25 anos, que auxilia os pais no projeto.

Ela conta que no início da pandemia os pais foram obrigados a parar com as ações. “Eles decidiram colocar as roupas penduradas na grade 24 horas por dia, só retirando quando chove. Esse foi o meio que eles encontraram de continuar ajudando as pessoas e não parar com o projeto”, lembra a filha do casal.

A movimentação de roupas no projeto é grande. “Entra cerca de 1.000 peças no mês e costuma sair 850”, informa Cintia. Tudo é grátis. A maior parte das doações são de roupas de adultos femininas. “Precisamos muito de doações de roupas de adulto masculinas, roupas plus size (tamanho maior) e roupas infantil”, explica Cintia, que costuma doar roupas do marido e do filho, que tem três anos, para o projeto.

Além da doação de roupas e calçados, eles também ajudam as pessoas com cestas básicas, que montam com alimentos que recebem de doação. “Entregamos cerca de 10 cestas básicas por mês. É pouco, mas é o que conseguimos”, pontua Cintia, que aproveita para explicar, que além de roupas e calçados, as pessoas podem doar alimentos também.

A família recebe demonstrações de carinho como forma de reconhecimento pelo projeto. “Algumas pessoas confeccionam máscaras e dão de presente pra minha mãe. Também levam bolo, verduras e plantinhas”, relata.

Por ceder a própria casa para o projeto às vezes acontecem imprevistos. “Não é permitido entrar ou pular dentro da residência! Por isso deixamos as roupas expostas de uma forma fácil para a pessoa retirar o que tem necessidade. Como o projeto funciona todos os dias, por 24 horas, quando chove nós tiramos as roupas para não molhar, mas se a pessoa chamar e estiver precisando da doação, nós atendemos”, explica.

Pelo fato de as roupas ficarem expostas, a família também acaba sofrendo uma exposição, porque sempre tem gente na frente da casa. Cintia revela que as pessoas que dão mais trabalho são os alcoólatras e dependentes de drogas. “Quando eles começam a incomodar pedimos educadamente para pararem e entramos para dentro de casa, normalmente eles ficam pouco tempo e vão embora”, conta.

Para realizar doações de roupas, calçados e alimentos, o endereço é o mesmo de quem vai receber: Av. Paraná, 1705 – Bairro Indaiá – Caraguatatuba (próximo da Unimed)