
As manifestantes andaram pelos ruas da cidade reivindicando direitos das mulheres
Por Raell Nunes, de Ubatuba
Em comemoração ao dia internacional da mulher, a 1° marcha das mulheres de Ubatuba contou com muitas participantes e espectadores nesta terça (8). As presentes reivindicavam igualdade, combate a violência e autonomia.
A concentração foi na Praça 13 de maio, localizada no centro da cidade. As feministas deram a volta no quarteirão e retornaram ao ponto inicial, onde participaram de um evento promovido pela FUNDART (Fundação de Arte e Cultura de Ubatuba).
No percurso, as manifestantes estavam unidas e segurando uma faixa que representava o movimento. Gritos de guerra foram feitos em coro. Além disso, muitos cartazes estavam sendo erguidos. “Basta de violência”, “Nossa luta é todo o dia, somos mulheres e não mercadoria”, “Meu corpo, minhas regras; meu direito ao próprio corpo, legalizar o aborto”, diziam alguns.
A polícia Municipal acompanhou o movimento do começo ao final. Não houve registro de vandalismo ou violência durante o protesto.
Uma das organizadoras do evento, Anna Márcia Gallafrio, disse que juntos as mulheres mostram à sociedade que podem reivindicar os seus direitos. “Nós estamos vivendo um momento único. As mulheres estão se organizando. Queremos mais representatividade na sociedade”, acrescentou.
Outra organizadora, Eva Kirk falou que as mulheres precisam ser unidas, pois assim são mais fortes. “Ubatuba é uma cidade conservadora demais. A pessoa mais simples acaba sendo submissa. Em relação à violência, a lei Maria da Penha só funciona se tiver acompanhamento e gente aconselhando. Essa manifestação é o primeiro passo para a conscientização”, completou.
A transexual Fernanda Alves estava presente na manifestação. Para ela, existe um grande preconceito contra as mulheres e os LGBTTT (Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis, Transexuais e Transgêneros).
“O preconceito começa na família, na escola, enfim, na sociedade inteira. Sofremos com isso, mas estamos lutando. Acredito que um dia vai melhorar, já que estamos no caminho. O povo precisa aprender a aceitar mais as pessoas como elas realmente são, ou melhor, como elas querem ser”, afirmou a transexual.