Vinícius Vieira da Costa, 12, é um garoto muito parecido com outros de sua idade, se não fosse por algumas adversidades que enfrenta desde que nasceu e também por algumas habilidades que desenvolveu ao longo dos anos.
Segundo a mãe, Silvia, o nascimento do garoto já foi sofrido, com várias complicações. Tanto que foi preciso adiantar o parto e o pequeno Vinícius nasceu com uma fratura na perna. O recém nascido precisou ter o perna engessada e receber cuidados por vários meses.
Com o diagnóstico da fratura, veio também a notícia de que ele possuía uma osteopenia, situação caracterizada pela diminuição da massa óssea, onde os ossos tornam-se mais frágeis. Com isso, outros cuidados foram necessários e ainda são, para evitar riscos de quebradura e o desenvolvimento adequado do menino.
A mãe diz que as atividades de contato precisam ser evitadas e o tratamento tem sido contínuo. Apesar disso, o garoto começou sozinho a praticar uma atividade arriscada, mas que ele domina e diz não ter intenção de parar: o skate.
Desde os três anos ele também começou sozinho a aprender tocar violão. Hoje, ele toca não apenas violão, mas também guitarra e é fã de rock. Costa não gosta de muitos dos hits que viram onda no momento, e reprova ritmo como o funk. Conforme o relato dele, “gosta de boa música”.
Outro passa tempo que ele faz bem é desenhar. Ele não se atenta apenas aos desenhos inerentes aos gostos da idade. O diferencial é que o menino também gosta de desenhar e projetar casas.
Além do skate e da guitarra, o garoto que hoje cursa o sexto ano do ensino fundamental, também passa boa parte do seu tempo pesquisando assuntos diversos, principalmente de história e geografia. Por conta dos temas que gosta de conversar e debater, não é difícil vê-lo mais na companhia de adultos, do que crianças da mesma idade.
O garoto diz que quando se interessa por um tema, começa a pesquisar, buscar mais informações, até entender bem e saber tudo o que espera. Um dos assuntos que ganhou o interesse do menino foi o desastre nuclear de Chernobyl.
Conversar sobre esse fato com Vinícius da Costa, é praticamente o mesmo de falar com uma pessoa que acompanhou ao vivo o desastre que completou 30 anos este ano. Ele conta detalhes, descreve situações e até opina sobre esses acontecimentos, que marcaram a Ucrânia.
“O que ocorreu em Chernobyl causou muito desespero, pânico. A explosão liberou níveis muito alto de radiação, 10 mil vezes maior do que seria preciso para que uma pessoa morresse”, explicou.
Ele não se ateve apenas a estudar e entender a explosão, ocorria a partir da experiência com o reator 4, mas também as consequências pós explosão. “Muita gente foi atingida. Vários morreram, outros ficaram com deficiências. As grávidas foram prejudicadas e muitas crianças também nasceram com deformações”, comentou. Para Costa, foram fatos que vão deixar marcas para sempre.
Para o futuro, o garoto ainda não tem planos e, apesar das várias habilidades que vem desenvolvendo, diz não pensar sobre o assunto ainda.