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Tecnologia da Copa 2022 é destaque na Revista CREA São Paulo

Tamoios News
Imagem Ilustrativa / Crédito Freepik

Os olhares do mundo todo estão voltados para aquele que é o maior evento de futebol do planeta: a Copa do Mundo FIFA do Catar. Nesta que é a 22ª edição, a tecnologia tem deixado sua marca dentro e fora dos campos. São muitos os exemplos de inovação tecnológica colocados em prática, desde o sistema de resfriamento sustentável nos estádios, os aplicativos de mobilidade urbana, as soluções de Internet das Coisas (IoT) e conectividade em 5G até o uso de inteligência artificial (IA) para a marcação de impedimentos.

Diversas modalidades ganham destaque no processo de preparação de um evento dessa magnitude, como a contribuição da Engenharia Civil e da Engenharia Elétrica para a construção dos estádios e a inventividade da Engenharia Mecânica na fabricação dos sistemas de climatização e de equipamentos esportivos, como bolas e chuteiras.

Para além daquelas contribuições que saltam aos olhos, tem dedo da área tecnológica também nos detalhes que podem passar despercebidos. Quando estiver ligado(a) na tela da TV para acompanhar os jogos, experimente prestar mais atenção ao gramado dos estádios. Tem tecnologia em campo por ali para garantir uma boa performance dos atletas em meio aos embates intensos das jogadas.

“Sabe quando, às vezes, assistindo a um jogo, a gente vê o jogador correndo, caindo ou escorregando e voam uns pedaços de grama? A aplicação de alta tecnologia nos gramados garante que eventos como esse não mais ocorram e que essa vegetação não se solte, mesmo nos momentos de maior impacto”, ressalta a conselheira Eng. Agr. Gisele Herbst Vazquez, coordenadora adjunta da Câmara Especializada de Agronomia do Crea-SP e especialista em fitotecnia, área da Agronomia que estuda o desenvolvimento das plantas de forma a aprimorar os processos de produção e, com isso, aumentar a produtividade agrícola.

Gramados híbridos 

O desafio dos especialistas responsáveis por preparar os gramados das áreas que estão recebendo os jogos é garantir que a grama tenha um crescimento rápido e seja resistente ao pisoteio. “Justamente por isso, o gramado nesses campos é híbrido, com 10% de fibra sintética compondo o restante de vegetação natural. Com isso, o campo tolera quase o dobro do número de jogos por ano em relação ao gramado natural”, ressalta a conselheira.

No total, são quase 150 áreas verdes, entre campos de estádio e de treinamento, regularmente refrigerados e regados com água do mar dessalinizada. “O engenheiro agrônomo participa de todas as etapas da instalação de um gramado, desde a seleção da espécie e da variedade de grama que será utilizada”, esclarece.

A melhor opção para as necessidades do Catar, segundo Gisele, é a grama da espécie Seashore paspalum variedade Platinum, tolerante a altas temperaturas, água salobra e períodos nublados prolongados. E o principal: resiste bastante ao pisoteio, tem um rápido crescimento e pode ser irrigada com água do mar.

Diversos equipamentos contribuem, portanto, para garantir as melhores técnicas de implantação, manejo e crescimento dos gramados. “Tudo isso é desenvolvido por engenheiros agrônomos, engenheiros agrícolas e demais profissionais trabalhando todos juntos. A Engenharia está aí em tantas coisas, na construção e iluminação dos estádios, nos sistemas de irrigação e drenagem, na parte química dos fertilizantes e defensivos, nas máquinas e equipamentos, em toda a parte agronômica no estudo da relação solo-planta-atmosfera e nos aspectos climáticos avaliados pelos meteorologistas. Existe muita tecnologia em tudo que vemos ‘verde'”, ressalta.

Aqui também tem profissional da área tecnológica

Legado, conforto, acessibilidade e sustentabilidade são os quatro pilares que o Catar abraçou ao se tornar o país sede da Copa de 2022. Toda a infraestrutura preparada para a competição está, portanto, alinhada com esses quatro pontos.

Oito estádios foram construídos ou reformados para receber os jogos do mundial. Uma técnica especial de refrigeração garante que os termômetros não passem de 27°C nessas áreas e, para reduzir o impacto ambiental, é usada energia renovável, com painéis solares instalados nos arredores das arenas.

Alguns desses estádios serão desmontados após a competição, tornando-se espaços para uso da comunidade local. Quase todos, aliás, são interligados por linhas autônomas de metrô, meio de transporte que colabora para minimizar a emissão de gases poluentes.

Outra aposta tecnológica é o uso da conexão 5G pela primeira vez em uma Copa do Mundo. A Copa do Catar também é a primeira a utilizar um sistema semiautomático que envolve IA para marcar impedimentos, o que promete reduzir o tempo do VAR, sistema eletrônico de apoio à arbitragem.

Sobre o Crea-SP – Instalada há 88 anos, a autarquia federal é responsável pela fiscalização, controle, orientação e aprimoramento do exercício e das atividades profissionais nas áreas da Engenharia, Agronomia e Geociências. O Crea-SP está presente nos 645 municípios do Estado, conta com cerca de 350 mil profissionais registrados e 95 mil empresas registradas.

Fonte: Assessoria de Imprensa CREA SP