Gastronomia

Em visita à Caraguatatuba, chef Fogaça fala sobre carreira, gastronomia e cozinha em aula show para mil espectadores

Tamoios News
Ricardo Hiar

Ricardo Hiar

Passagem do profissional da gastronomia, que é um dos jurados do reatity show Masterchef, ocorreu por conta da realização do Caraguá a Gosto

Por Ricardo Hiar, de Caraguatatuba

 

“A gente nasce comendo e morre comendo. Passa uma vida comendo. Acorda pra comer, almoça, janta. Se faz isso no automático, esquece o prazer que tem nisso. Quando para e presta atenção, e percebe que pode ser algo além da sobrevivência, desperta a curiosidade, quer aprender”. Com essa frase, o chef de cozinha Henrique Fogaça, define o potencial da gastronomia para atrair público, não só para os realities shows do semento, que estão em alta no Brasil, mas também para os eventos de fomento ao comércio e turismo.

Não é à toa que o profissional, que ganhou ainda mais notoriedade no Brasil por ser um dos jurados do reality show Masterchef, veio para Caraguatatuba para integrar a programação do Caraguá a Gosto. Em 2016, a iniciativa promovida entre a prefeitura e o empresários locais, chega em sua 11ª edição, visando aquecer o comércio num mês considerado, até então, de baixo movimento para a cidade litorânea.

Durante a visita à Caraguatatuba Fogaça falou com a imprensa regional e cozinhou ao vivo, durante uma aula show aberta ao público, que reuniu cerca de mil pessoas na Praça da Cultura, no centro da cidade. Na ocasião, ele preparou um peixe, que acompanhou molho, legumes e um purê de bananas da terra. Segundo ele, o prato foi escolhido propositalmente em função de estar na praia.

O chef considera que a comida tem um apelo natural e por isso consegue atingir tantas pessoas, como aconteceu em sua demonstração na cozinha. “Quando fala de comida, você fala com a criança, adolscente, adulto, gente de idade. A gastronomia chama as pessoas. Todo mundo gosta de comer”, disse.

Fogaça diz que o Brasil tem um potencial grande no setor, devido sua grande extensão e variedade de ingredientes e sabores. Sobre suas preferências ao cozinhar, ele diz que é mais dos pratos quentes. “Faço alguns doces, mas não é minha praia. Meu forte é a cozinha quente, com carne, peixes, massas”, explicou.

Já na hora de comer, ele afirma gostar muito de comida japonesa. No Brasil, destaca a culinária amazônica, que também tem o peixe como base. “Sou bem simples, como em qualquer lugar, mas estou sempre em busca de coisas diferentes. Costumo pesquisar para os lugares que vou, para saber o que tem. Mas sou viciado em comida japonesa, como muito sushi”, comentou.

Sobre sua trajetória na cozinha, ele conta que começou por uma necessidade de ter uma alimentação melhor, pois veio do interior para morar na capital com a irmã e tinha que consumir  muita comida congelada. Um dia, cansado dessa rotina, ligou para a avó e pediu uma receita. Começou nessa data a cozinhar, quanto tinha 26 anos, e não parou mais.

O chef conta que na época havia um pouco de preconceito para homens que resolviam se dedicar à gastronomia, o que hoje mudou muito. Mas ele já havia parado pela metade dois cursos universitários, arquitetura e comércio exterior, e acabou se encontrando na cozinha. “Eu não sabia do que gostava, com uma vida meio torta e senti muito prazer ao cozinhar”.

Nesse momento de escolhas, ele deixou o trabalho num banco e, em parceria com um amigo, comprou uma kombi para vender lanches que preparava. Depois passou a estagiar em restaurantes, estudar e buscar mais aprendizados e técnicas no setor. Após 15 anos ele é dono de três renomados restaurantes, reconhecido no setor e tem perspectiva de expandir para o exterior.

Para ele, a combinação entre comida boa e preço justo é o segredo para o sucesso no ramo da alimentação. “Antes de tudo tem que ter boa comida. As pessoas podem ir pelo chef, mas se não comerem bem, não voltam”, contou.

Em relação a quem tem interesse de entrar no ramo, ele conta que é preciso ter dedicação, comprometimento e superação, não podendo se acomodar. Ele diz que qualquer pessoa que gosta de cozinhar, que lê e esutda, tem potencial para participar do Masterchef na TV. 

Apesar disso, nem todos que cozinham, têm formação, são chefs na visão de Fogaça. “Estou há 15 anos cozinhando e hoje posso dizer que sou chef. As pessoas fazem faculdade de gastronomia e saem dizendo que já são chef. Não concordo. Tem que ter prática, criatividade, conhecer bem o que está fazendo”, concluiu. 

Aula show

Cerca de mil pessoas participaram da aula show com Henrique Fogaça em Caraguatatuba. A organização do evento ofereceu a inscrição para 500 pessoas, que tiveram lugar reservado na ocasião e também participaram de um sorteio. Nessa seleção, dez pessoas da cidade pudera degustar do prato preparado pelo chef, além de outras dez que puderam tirar foto com o ídolo.

A aula durou em torno de uma hora. Fogaça explicou sobre o prato, mas também contou um pouco sobre a sua vida, de como saiu de um antigo emprego, no qual não era feliz, para buscar qualidade de vida. 

A receita para o sucesso não foi fácil e ele ressaltou que nunca será fácil, mas os ingredientes principais são competência, determinação e trabalho. “É preciso resgatar lá no fundo o que te faz bem porque só assim você terá êxito”, contou ao público. 

A moradora de Caraguá, Marise Batista da Silva, 42 anos, foi uma das contempladas com o sorteio que deu direto à experimentar o prato preparado pelo MasterChef. “Fiquei muito feliz de assistir a aula e ainda degustar o peixe preparado pelo Fogaça. O sabor estava ótimo e vou tentar fazer em casa”, disse.

 

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