O campeonato teve cerca de 200 pessoas acompanhando o espetáculo de manobras de 70 atletas de várias regiões, além de apresentações de rappers da cidade
Por Rafael César, de São Sebastião
O primeiro torneio “Skate por amor” aconteceu neste sábado (10), no Balneário dos Trabalhadores da Praia Grande, em São Sebastião. Foram cerca de 70 atletas de toda a região do Litoral Norte e de outras cidades do Estado competindo por amor ao esporte. A plateia era grande, segundo os realizadores do evento havia quase 200 pessoas assistindo ao espetáculo dos skatistas.
“A ideia de organizar um evento para os skatistas da região veio da minha namorada. Ela queria incentivar a prática do skate em nosso município, principalmente, entre os mais jovens. Eu vivo do skate e sei o quão importante ele pode ser na vida de uma pessoa e por isso abracei a iniciativa. O skate se tornou modalidade olímpica e tem que ser mais valorizado”, explicou o organizador e skatista profissional, JP dos Santos.
O campeonato começou às 10h e foi até às 17h, houve cinco categorias disputadas, Mirim, Feminino, Iniciante, Amador e a Best Tricky (Melhor manobra). Os prêmios eram para os três primeiros colocados de cada categoria. Os premiados ganhavam acessórios para skate, roupas, bonés e outros utensílios.
A idealizadora do evento, Sabrina Fidélis, disse que para conseguir colocar o projeto em pratica procurou patrocínios, apoios e cobrou uma taxa de inscrição simbólica de R$10 e R$15 para os participantes. As inscrições das categorias Amador e Best Tricky foram as que custaram R$15.
“Deveria ter um calendário de eventos voltado para o skate em São Sebastião. O surfe é muito valorizado aqui na região e o skate merece a mesma atenção. Não existe a valorização do skate e de muitos outros esportes, esse problema não é só em São Sebastião e sim no Brasil inteiro”, comentou Natália Moreira também organizadora do evento.
Para o vereador Gleivison Gaspar (PMDB), o professor Gleivison, que acompanhava a competição, o investimento do dinheiro público em esporte, educação e cultura é essencial para formar bons cidadãos. “Vim aqui prestigiar, porque o JP foi meu aluno. Queria que a Prefeitura tivesse mais participações efetivas em causas como essa, mas pelo menos nessa não teve”.
Um dos esportista na categoria iniciante foi Jhon André, 17, morador de Caraguatatuba, o jovem não visava a conquista do primeiro lugar, mas a interação com outros atletas e a propagação da cultura do skate para quem ali estava.
Já uma das representantes da categoria feminina, Aliandra Isabelle Marques dos Santos, 15, veio de Taubaté para disputar o torneio e relatou que é muito difícil encontrar campeonatos na região do Vale do Paraíba e Litoral Norte com categoria feminino. “Se o skate é difícil para molecada, imagina para nós mulheres”.
O advogado e pai de dois atletas, Fernando Lacerda, 51, vê o campeonato um pouco desorganizado, porém, acha uma maravilha a atitude dos jovens. “Estou me divertindo bastante. Adorei, pois é uma ótima oportunidade para curtir junto com meus filhos. A Prefeitura devia ajudar esses jovens a realizar esse evento, só tem coisas boas a acrescentar”.
Os juízes tiveram muito trabalho para eleger os melhores da competição, afirmou Valfrido Dissone Kogus Júnior, mais conhecido como Bob. “ Quando acontece evento sempre utilizamos a famosa coletividade. Sou amigo do JP e foi uma honra ser convidado para ser um dos jurados. O nível do torneio estava elevado e não foi fácil julgar, temos que analisar a parte técnica, o grau de dificuldade da manobra e utilização dos pontos da pista”, concretizou.
Hip hop com skate
Haviam competidores de Santos, Jacareí, Bertioga, São José, Taubaté, São Paulo e das quatro cidades do Litoral Norte. Todos esses competidores possuíam a trilha sonora perfeita para a pratica do skate, pois eram regidos por batalhas de freestyle (rimas feitas por cantores de hip hop através do improviso) no palco do evento.
O rapper e orador do evento Yohan Felipe da Silva Souza, diz que a ideia de unir o rap com o skate só vai fomentar a cultura da região. “Queremos ver os jovens sorrindo, se divertindo e aprendendo alguma coisa. Sou do grupo ‘Baseado nisso’ e viemos trazer na rima uma sabedoria aos jovens. O evento de hoje tirou várias crianças da frente do computador para viver uma boa realidade e diversão”.
“Esse é o melhor som para dar um ‘volta’ de skate. Essa é a combinação perfeita: sol, skate e hip hop. Ter um evento para participar é muito bom, eu espero que no ano que vem aconteça novamente e com certeza estarei participando do torneio”, falou o skatista Marcelo Castilho de Caraguá.
“Queremos fechar acordo com mais marcas e comércios para conseguirmos criar um circuito com várias etapas. No momento, garantimos que ano que vêm terá mais um torneio. No entanto, nós queremos ampliar essa iniciativa”, concluiu Fidélis.