Postulantes a prefeito alegaram compromissos de campanha e, com isso, debate continuou com cinco participantes
Por Raell Nunes, de Ubatuba
No único debate realizado entre os candidatos a prefeito de Ubatuba, o atual chefe do Executivo, Maurício Moromizato (PT), não compareceu. Já Paulo Ramos (PTB) saiu no meio das discussões políticas com seus adversários. O encontro ocorreu na noite de ontem (26), no Jardim Cultural, na Vila Guarani.
A assessoria do prefeito emitiu uma nota oficial à organização do evento dizendo que o petista é o único candidato a trabalhar pela cidade em horário de expediente, reduzindo assim o diálogo com a população, e em função da agenda de comícios previamente marcados e oficialmente registrados.
“Devido às novas regras do período eleitoral, que proporcionou um tempo reduzido de campanha, o prefeito não terá condições de cancelar o compromisso com a comunidade do Silop (bairro próximo ao Centro), inviabilizando sua participação no debate”, informou o documento.
Igualmente, Paulo Ramos alegou ter compromisso de campanha. Ele tinha um comício na zona oeste do município, no bairro do Ipiranguinha, às 20h. Contudo, ele se desculpou frente às câmeras e seus oponentes pelo ocorrido.
Debate – No debate, as perguntas foram feitas por meio de um sorteio, que fazia um rodízio entre os candidatos. Foram sete assuntos abordados: financiamento de campanha, mobilidade urbana, turismo, terceira idade, educação, probidade administrativa e comunidades tradicionais. Os debatedores ainda tiveram direito às considerações finais.
Como os temas dependiam de sorteio, alguns não foram colocados em discussão diretamente, tais como: saúde, segurança, inclusão social, economia e desemprego.
Mesmo assim, os postulantes fizeram alguns apontamentos sobre os conteúdos. Cada debatedor teve um minuto para expor suas ideias. O direito de resposta só seria concedido àquele que fosse ofendido ou tivesse seu nome citado pontualmente.
Candidatos – Referente ao turismo e à educação, Vicente Malta Pagliuso (PSOL) criticou a Comtur (Companhia Municipal de Turismo de Ubatuba), dizendo que a mesma é uma mera cobradora de impostos. Segundo ele, a secretaria que mais precisa de investimento é a da educação.
Flavia Pascoal (PSB) falou que o turismo é a principal indústria e que necessita ser fomentada para gerar renda. Para ela, a valorização de profissionais da educação é fundamental, assim como a abertura de novas escolas e creches.
Para o candidato do PSD, Délcio Sato, o turismo é a vocação da cidade. Ele ainda diz que as praias são o cartão postal, mas ainda falta saneamento de qualidade. Sato prometeu, se eleito, trazer universidade para o município e melhorar o transporte dos estudantes.
Sérgio Caribé (PMDB) comentou que o turismo é a máquina da região e que a cidade precisa de capacitação para receber turistas. O peemedebista mencionou a proposta de escola em período integral e remuneração valorizada aos profissionais do sistema educacional caiçara.
Já Eduardo César (PSDB) disse que é preciso voltar os navios, abrir o teatro e investir em eventos para fomentação do comércio. O tucano declarou que é preciso investir mais na ETEC (Escola Técnica Estadual) e retomar políticas públicas referentes à educação infantil.
Quando todos fizeram seus apontamentos para o turismo, Paulo Ramos (quando ainda estava presente) brincou com seus concorrentes dizendo que as propostas eram boas e queria todos como secretários futuramente. Ele não discursou sobre educação, ficou até o tema “terceira idade”.
Organização – O debate foi organizado pelo jornal Informar Ubatuba, em parceria com o Caiçara Criativo e outros patrocinadores. As discussões duraram cerca de 2h e foram transmitidas pela internet.
No final do evento, a organização deixou um recado ao público presente e aos internautas espectadores: “Agradecemos a todos que participaram. Agradecemos principalmente aos repórteres de Ubatuba. Somos a nova imprensa, livre e independente. Independente de quem ganhar [as eleições] nós continuaremos assim”, finalizou.
