Em Caraguatatuba, o número saltou de 38 para 69 casos este ano, em relação a 2015; vacinação pode controlar contágio da doença
Por Ricardo Hiar, de Caraguatatuba
O número de casos de pacientes com caxumba, doença viral aguda, aumentou em cidades do Litoral Norte. Os dados seguem uma tendência do país, que tem registrado mais casos doença nos últimos anos, que é causada pelo vírus Paramyxovirus, que se caracteriza pelo inchaço das glândulas que produzem saliva que ficam nas laterais do pescoço, logo abaixo da mandíbula.
Em Caraguatatuba houve um acréscimo significativo das notificações de caxumba desde o ano passado. Em 2015, foram registrados 38 casos. Já em 2016, até o mês de outubro, 69 pessoas receberam o diagnóstico afirmativo. Em São Sebastião, os números registrados desde janeiro deste ano foram nove casos, contra nenhuma ocorrência em 2015.
Conforme informado pela assessoria de imprensa da Prefeitura de Caraguatatuba, a cidade não foi notificada pela Secretaria de Estado de São Paulo como município em estado de alerta ou em surto por caxumba. Sendo assim, segue com as ações preventivas já preconizadas pelo Ministério da Saúde anualmente, como a aplicação da vacina SCR (tríplice viral), contra sarampo, caxumba e rubéola.
Durante todo o ano, a cidade conta com o esquema vacinal. A tríplice viral faz parte do calendário infantil de imunização e ocorre em duas doses. A 1ª dose aos 12 meses e a 2ª aos 15 meses. Menores de 20 anos deverão ter duas doses da SCR e, maiores de 20 anos – nascidos a partir de 1960 – deverão ter uma dose. A Secretaria de Saúde informa que não poderão tomar a vacina pessoas com história de reação anafilática após a ingestão de ovo.
A Secretaria de Saúde ainda informa que, como a contaminação pela caxumba ocorre pelas vias respiratórias, pacientes diagnosticados pela doença devem permanecer em ambientes isolados para evitar o contágio. Caso este paciente frequente creches ou escolas, a Secretaria de Saúde avalia o local para identificar os suscetíveis (indivíduos que nunca se vacinaram ou nunca tiveram a doença). A partir daí, conforme necessidade e possibilidade, equipes da Vigilância Epidemiológica e Unidades Básicas de Saúde envolvidas promovem o processo de bloqueio focal no local.
De acordo com a Prefeitura de São Sebastião, a caxumba não é de notificação compulsória em nível nacional. No entanto, os surtos da doença devem ser notificados. Em todo caso de surto, é desencadeado atividades de bloqueio, imunizando os susceptíveis à doença.
Estão no grupo de susceptíveis à caxumba, pessoas com menos de duas doses da vacinação registradas em caderneta de vacinação, administradas a partir de 12 meses, e com intervalo mínimo de 30 dias entre elas; que não possuam documentação de diagnóstico laboratorial; que não possuam documentação laboratorial de imunidade (sorologia).
Consideram-se comunicantes todos os indivíduos que tiveram contato próximo com caso suspeito ou confirmado de caxumba no período de transmissibilidade (sete dias antes, até oito dias após o início dos sintomas).
Vale destacar que pessoas com mais de 20 anos, nascidas a partir da década de 60, e que ainda não foram imunizadas, deverão tomar uma dose e agendar uma segunda, com intervalo mínimo de 30 dias. Aquelas que já têm uma dose deverão receber uma segunda dose com intervalo mínimo de 30 dias.
Conforme nota da assessoria de imprensa, é importante estabelecer um trabalho conjunto com as escolas e as universidades, no sentido de agregar parcerias, para garantir que todos os suscetíveis sejam vacinados rapidamente na ocorrência dos primeiros casos registrados, configurando-se esta é a melhor estratégia de controle de surto.
Apesar do controle rápido e efetivo do surto, alguns casos podem continuar a ocorrer entre os vacinados já infectados, ao longo das três semanas subsequentes, sendo para estes casos isolamento social.