A explosão inicial das inteligências artificiais entre 2022 e 2023 marcou um momento em que a tecnologia se aproximou, muito rapidamente, de algumas habilidades até então tidas como exclusivamente humanas. Embora a IA já esteja presente há muitos anos em diversas aplicações, o maior choque foi, sem dúvidas, quando soluções generativas de imagem e texto apareceram.
Em seguida, os softwares com habilidades matemáticas e em programação elevadas se mostraram ainda mais eficazes, sendo capazes de superar pelo menos grande parte das habilidades técnicas de seres humanos. Mas, mesmo diante desse susto, o que se tem percebido é que algumas lacunas podem demorar um pouco mais para serem preenchidas por essa solução. Ou será que nunca serão preenchidas?
Já sabemos o que é a IA: mas o que faz os humanos?
A explicação sobre o que é a inteligência artificial e sobre suas habilidades já está bem saturada. Atualmente, há uma fase que parece um platô, onde novas tecnologias podem surgir a qualquer momento. No universo das apostas, por exemplo, a IA tem sido uma aliada poderosa. Desde análises detalhadas de probabilidades até a identificação de padrões em grandes volumes de dados, essas ferramentas estão mudando a forma como os jogadores abordam suas estratégias. Assim, desde quem usa este recurso para táticas avançadas, até quem tem interesse em otimizar uma simples bet de 5 reais ou valor semelhante, precisa estar preparado para o que pode vir. Mas, enquanto isso, por que não aproveitar o momento para identificar e valorizar o que é realmente próprio do ser humano?
Em outras palavras, é possível identificar alguns elementos importantes, como a emoção, intuição e um estilo de pensamento que está antes e/ou depois da mera lógica. Sim, é um fato, a IA pode raciocinar com mais dados em muito menos tempo que qualquer pessoa. Mas, qual a qualidade desse pensamento?
Bom, diferentes linhas da psicologia podem contribuir para esse debate. Em geral, é possível partir do pressuposto de que nossas ideias e pensamentos são construídos historicamente e atualizados a partir de um contexto. No caso da IA, feita por humanos e com acesso apenas às informações que os humanos detêm, ela pode fazer muito mais, já que “trabalha” mais rápido.
Mas, é fácil perceber que ela não tem acesso a uma série de contextos que apenas uma mente humana consegue. Afinal, os pensamentos e ideias são gerados não só pela lógica, mas por emoções e também por um acesso constante ao que é produzido no mundo. Embora a IA possa achar várias fontes, ela não consegue interagir propriamente com o ambiente e com as pessoas, e por aqui começa um assunto bem sensível, a intuição.
A intuição e seu papel nas apostas esportivas
Falar de intuição em geral não é tão simples, e muito menos em apostas esportivas, uma atividade considerada de risco. É muito comum que alguns pensamentos chamados de intuição possam ser, muitas vezes, apenas ansiedade. Assim, na prática, pode ser que uma intuição de fazer um cash out (retirar uma aposta antecipadamente) seja correta, e em outras, apenas resulte em falhas.
Logicamente, a inteligência artificial não é capaz de sentir, portanto, não pode operar com esse atributo, que em algumas vezes ajuda, e outras vezes atrapalha. Entretanto, o ponto principal aqui pode ser outro.
Vale a pena esperar que a inteligência artificial seja intuitiva?
Em apostas esportivas, a intuição pode ser boa ou ruim. Atualmente, não é possível vislumbrar uma IA sendo capaz de substituir alguns aspectos do ser humano. Quando isso acontecer, a propósito, é bem provável que isso assuste a muitos, e claro, gere efeitos ainda mais negativos na humanidade. Afinal, por que esperar que a inteligência artificial substitua uma das últimas coisas que nos torna humanos? Com isso, o que seríamos, então?
Bom, mesmo que você acredite que isso pode ser benéfico, uma ideia não anula a outra. Pois, mesmo que tenha intuição, a inteligência artificial com certeza não abrirá mão de seu pensamento lógico ao tomar decisões. Essas duas partes que fazem uma mente, ou seja, a parte mais intuitiva e racional, precisam atuar em conjunto caso alguém deseje melhores resultados.
Como realmente utilizar a intuição? E a IA?
Outro ponto fundamental em toda essa discussão é que o uso da intuição não é uma questão de sim ou não, de errado ou correto. Como qualquer habilidade, é necessário saber como utilizá-la. E o mesmo é válido para a inteligência artificial!
Em resumo, uma intuição precipitada, sem nenhuma decisão, pensamento ou estratégia que esteja antes dela, tende a ser bem pior. Mas, quando alguém estuda bem uma competição, time, partida e traça muito bem os cenários e hipóteses de um evento, a intuição pode ser a cereja do bolo que a IA não consegue encontrar.
Já a inteligência artificial, por sua vez, pode ser a própria massa desse bolo, ou seja, aquilo que dá corpo e faz cada palpite ser uma tática muito bem definida. Não por acaso, os algoritmos que ajudam em apostas esportivas vêm sendo cada vez mais utilizados, mas isso não quer dizer que um dia será impossível errar. Afinal, a matemática não resolve tudo. Mas, a intuição, sozinha, também não serve de nada.